Meditação do dia 03/05/2016
Jó 12.11 “Porventura o ouvido não provará as palavras, como o paladar prova as comidas?”
Momentos de degustação – Quero muito meditar, pensar e repensar os conceitos expostos sabiamente aqui por Jó, em resposta aos discursos inflamados de seus amigos, chios de bons argumentos e sábias palavras bem colocadas, mas sem nenhuma utilidade prática, para consolo, apoio e demonstração de amor à alguém em sofrimento e dor, literalmente também. Saber usar as palavras, é uma arte e muito séria e produtiva. A um dizer usado pelos romanos antigos, que afirma em bom português: “Poetas nascem, oradores são feitos.” (nascuntur poetae, fiunt oratores). Alguns nascem com o dom da palavra, outros são treinados e formados academicamente para bem utilizá-las. Sendo que a verdadeira comunicação é o que se entende, e não necessariamente o que se diz, então ouvidos precisam ser treinados para discernir bem as palavras que ouvem. Assim sendo, como se aprendem a degustar comidas e bebidas e o paladar fica bem apurado, a ponto da pessoa saber não apenas se o gosto está bom ou ruim, mas também, outros elementos, como textura, cozimento, ingredientes na medida certa, e as vezes até a origem dos produtos. Saber ouvir se torna uma arte, não só pelo ouvir simplesmente, mas por discernir e saber separar detalhes escondidos nas entrelinhas das palavras. Quando é Deus falando ao coração, quando estamos falando nós mesmos para nós mesmos (o famoso “me engana que eu gosto), quando a voz é diferente da que estamos acostumados (como a voz do bom pastor). O profeta Isaías ao receber o chamado para ser um profeta de Deus para o seu povo, ele recebeu também a seguinte orientação divina: “Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis” (Is 6.9). Ao contrário do que perguntou Jó, os ouvidos desse povo não provava as palavras recebidas de Deus e com isso não desfrutava do significado delas. Você é um bom ouvinte?
Senhor meu Deus, gostaria de fazer minhas as palavras do salmista, que afirmava com profundo desejo do coração: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” (Sl 19.14). Que hoje as tuas palavras façam sentidos para os meus ouvidos e também para o meu coração. Que ao ouvir eu possa discernir o teu querer e agir em conformidade com o revelado. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason