Meditação do dia 30/09/2018
“O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar.” (Gn 21.19)
Duas Alianças – A Bíblia é um livro oriental, escrito por orientais para um público eminentemente oriental. Portanto o contexto de mentalidade nela impresso é culturalmente oriental. O Espírito Santo inspirou os escritores sagrados garantindo uma autoridade divina nos seus escritos; por isso ela não contém erros e nem contradições, ainda foram mais quarenta autores ao longo de mil e seiscentos anos de intervalo. Somos ocidentais e como tais temos mentalidade ocidental. Para compreender outro estilo de mentalidade, nos educamos e aprendemos tecnicamente a fazer isso. Os escritores originais, não escreveram propositalmente seus textos pensando que aquilo em grande parte se tornaria literatura de alcance mundial. Deus sabia, claro. Estou argumentando isso, por quando nos deparamos com um autor do Novo Testamento interpretando e fazendo aplicações das Escrituras Sagradas deles, para os dias deles, as vezes nos perguntamos, de onde esse amado tirou essa idéia? Quando leio aos Hebreus vejo isso muito claro. Aqui escrevendo aos Gálatas, Paulo faz isso. Ele interpreta e faz uma aplicação alegórica entre as alianças da Lei (Moisés) e da Graça (Cristo), lançando mão da história do nascimento dos dois filhos de Abraão; sendo que um deles, Ismael nasceu por uma obra da carne, uma escolha dele e de Sara para ajeitar as coisas que eles ainda não compreendiam. O outro foi Isaque, nascido sob promessa e através dele viria a linhagem da aliança e tudo o que a isso diz respeito. Aqui, Paulo estava ensinando os cristãos da região da Galácia sobre a liberdade em Cristo, proporcionado pela redenção no sangue de Jesus. É então que ele ilustra com as duas alianças, onde Agar é apresentada como aquela aliança da lei, cheia de regras e regulamentos e que ao não conseguir cumprir cabalmente, as pessoas se tornam escravos da lei, por causa dos seus pecados e não por causa da lei de Deus, que é sempre boa e perfeita. Ele fala da situação de Jerusalém em seus dias, que estava sob o domínio dos romanos e a população, embora filhos de Abraão e herdeiros das promessas, contudo estava em escravidão. Mas ele aponta para uma Jerusalém que é do céu, superior e melhor que a terrestre, que ainda se manifestará e é impossível de ser refém ou presa de quem que seja. Esses salvos, libertos, comprados pelo sangue de Jesus, são os filhos da Jerusalém livre e eterna.
Assim como Agar e Sara, ambas deram filhos à Abraão, a quem Deus tinha dado promessas e feito alianças, uma delas todavia seria expulsa de casa porque não era a gerava o filho da promessa. Por vezes eu me perguntei: de onde é que Paulo tirou essas conclusões? Ele parte integrante da herança genética hebraica e conhecia como ninguém as aplicações das Sagradas Escrituras e nenhum homem recebeu tamanha iluminação espiritual para conhecer as revelações da redenção como Paulo. Ele conheceu as doutrinas da Nova Aliança diretamente do Senhor Jesus por revelação pessoal, o que lhe confere autoridade apostólica. “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.” (Gl 1.11,12,15-17). Acho maravilhoso o ensino de Paulo sobre a liberdade que alcançamos em Cristo, que ele descreve no capítulo três da carta aos Gálatas e vendo agora pelo ângulo das alianças e da aplicação que ele faz da vida de Agar torna o ensino ainda mais precioso e compreensível. Boa leitura desse ensinamento.
Senhor Jesus, obrigado por tão grande salvação. Graças te rendemos pela libertação plena que a redenção nos possibilita e o acesso as promessas de Deus. Somos agradecidos por ser o fiador dessa aliança e ser o nosso Redentor forte. Amém.
Pr Jason