O Eis-me Aqui de Abraão

Meditação do dia 31/05/2018

E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.”  (Gn 22.1)

O Eis-me aqui de Abraão – Eis-me aqui, tornou-se uma expressão de altíssimo significado na fé judaico cristã. Porque ela remete a submissão voluntária e à consagração. Alguém está respondendo ao chamado de alguém e se colocando à disposição para servir. Eis-me aqui, é muito mais abrangente do que outras formas de respostas possíveis à mesma indagação; por exemplo: “Oi – Olá – Já ouvi – Estou indo – Pode falar…” admiro muito a relação de comunhão e amizade desenvolvida por Abraão com o Senhor. Na minha imaginação, de todos os homens fantásticos que tem sua história descrita nas páginas das Sagradas Escrituras, o patriarca Abraão é um dos ou quem sabe o que mais se aproxima do conceito ideal de pai. Quando pensamos e até falamos nele, é natural e soa bem chama-lo carinhosamente de “pai Abraão” tal qual fez o personagem da história do rico e Lázaro, contado por Jesus. Ele encarna em si a força e a sabedoria esperada de um pai protetor e conselheiro, sendo um modelo muito bom para ser copiado. Pelo que observamos o trato dele com os filhos, com o sobrinho e até com o mordomo Eliézer, era de fato paternal e desejado. Esse título não soa tão bem em outros amados e talvez não seja apenas porque de fato ele foi o patriarca da nação e em torno dele desenvolveu-se toda uma cultura de conhecer, amar e servir a Deus, mas porque a ele foi reservado essa honra de ser o pai mais apropriado para todos nós. Quando um homem dessa grandeza, responde a Deus com prontidão e humildade de forma espontânea e imediata, está apontando o caminho para todos nós que somos seus herdeiros e aliançados para seguir suas pisadas e sermos o povo de Deus e ter o mesmo Deus para sempre e isso sendo cultivado de geração em geração. Outros “eis-me aqui” que aparecem nos relatos bíblicos são sempre bem notáveis por servirem de marcação de etapas da vida e dos ministérios que o Senhor distribui e depois espera uma resposta voluntariosa da parte dos seus filhos. O bisneto de Abraão, José, disse a mesma expressão ao seu pai na missão que lhe mudou a vida e marcou seu propósito de vida, identidade e destino. “Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui” (Gn 37.13). O jovem Samuel respondeu ao Senhor e foi a Eli imediatamente, até ter a completa revelação sobre do que se tratava. “O Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui. E correu a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, torna a deitar-te. E foi e se deitou” (I Sm 3.4,5). O profeta Isaías registra um outro exemplo e aqui dito diretamente ao Senhor Deus, no que se tornou o texto emblemático de chamado e vocação em todos os tempos. Quem nunca participou de um culto ou conferencia missionária e não passou por essa experiência de ser desafiado a engajar-se o serviço do Senhor? “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6.8). Agora sabemos o resultado da resposta de Abraão; também sabemos o que aconteceu a José e estamos familiarizados com Samuel e sua resposta e Isaías serve de modelo vocacional ainda hoje. Me pergunto: Qual das alternativas nos parece mais difícil? Ouvir a Deus perguntando, responder ao seu chamado?

Senhor, eis-me aqui diante do dilema humano de ouvir a tua voz e discernir a tua vontade, mas especialmente estar disposto a obedecer e agir prontamente. Falar de consagração é um tanto quanto mais fácil do que efetivamente consagrar-se; mas fomos chamados para ambas e precisamos atender. Obrigado, porque até o Senhor Jesus quando chamado não se omitiu, mas expôs-se a servir e dar sua vida por todos nós. Só temos que agradecer e o fazemos no nome dele, e nos dispomos a te servir. Eis-me aqui, Senhor, em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

Época de Provas Para Abraão

Meditação do dia 30/05/2018

E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.”  (Gn 22.1)

Época de Provas Para Abraão – O terror para a vida dos estudantes é a época das provas, por que será? Eles entram para a escola para estudar e aprender e as provas são os meios de aferir os conteúdos ensinados, o que há de mal nisso? Fale isso para eles!!! E mesmo professores quando vão estudar e fazer outros cursos, agem da mesma forma! Para os cristãos também, quando fala para eles sobre as provas, eles já esconjuram e clamam utilizando todas as interjeições da cultura evangélica e bíblica, desde o “tá amarrado,” até “só o sangue do Cordeiro!” Deve haver muitas que desconheço por esse brasilzão sem porteira. Mas em termos de escrever meditações baseadas em personagens da Bíblia, fazer isso sobre Abraão é uma oportunidade enriquecedora e chegar a este capítulo e etapa da sua vida no caminhar com Deus, não tem preço! Se fosse um roteiro de filme, estaríamos entrando nos momentos de definição e maior suspense do enredo. Como já anuncia o nosso versículo, depois dessas coisas, o que significa, todas as experiências com a peregrinação pelas terras de Gerar, entre os filisteus e estar sendo provado de todos os lados e em muitos sentidos, vem agora o momento de ser provado de verdade, até agora tinha sido apenas treino, e como dizem os jogadores de futebol, treino é treino e jogo é jogo. Como encaramos as provações? Essa resposta facilita ou dificulta as coisas, pois o estado de espírito e a mentalidade que a pessoa cultiva faz toda a diferença no entrar e sair dos períodos difíceis da vida. SE tais provas são o agir de Deus em minha vida para me aprimorar e me tornar mais produtivo, elas devem ser mais do que bem vindas e acolhidas como tempo de oportunidades, como dizem os otimistas: “Enquanto uns choram, outros vendem lenços!” Os conceitos bíblicos são alinhados com etapas positivas e desafiadoras que precisam ser acolhidas e trabalhadas para se tirar os melhores benefícios. Tiago, por exemplo: “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma” (Tg 1.2-4). Tiago sugere fazer um culto de ação de graças ao descobrir que está passando por provações e tentações porque isso trará crescimento. Se precisar de uma forcinha, peça sabedoria a Deus. Pedir sabedoria para aprender e crescer ao invés de pedir livramento e saiu fugindo sem aprovação. Paulo, aos romanos: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.3-5). Nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos… essa é a chave, sei porque e para que estou experimentando essas situações. Só não é legal, quando as lutas, provas, tentações, tribulações e perseguições são frutos de atitudes erradas e pecados cometidos por nós. Caso contrário, é levantar a cabeça e encarar a batalha de cada dia pois se não matar um leão por dia, amanhã terá que ser dois. Para não ir longe demais hoje, fecho com uma chave de ouro do manual de sobrevivência nos tempos de provações: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1 Co 10.13). Deus sabe nossa capacidade de suportar e também já vem anexo, no mesmo pacote o escape para suportar. Só precisamos conhecer e utilizar bem esses meios e aguardar a hora de correr para o abraço.

Senhor, obrigado pelos tempos de crescimento e aperfeiçoamento que acontecem em nossas vidas para fortalecer nossa identidade e caráter; esses momentos nos aproximam mais de ti e dos teus recursos. Somos agradecidos pela presença e ajuda do Espírito Santo que nos fortalece e convence da verdade. Para os teus filhos que no dia de hoje estão sob pressão e provas, ministramos a sabedoria do alto para que decidam aprender e saírem melhores e mais fortes desse tempo. Em nome de Jesus, oramos em fé. Amém.

Pr Jason

Abraão Plantou um Bosque

Meditação do dia 29/05/2018

E plantou um bosque em Berseba, e invocou lá o nome do Senhor, Deus eterno.”  (Gn 21.33)

Abraão Plantou um Bosque – Dizemos que para uma pessoa realmente ter vivido e deixado uma marca sua pessoal ele precisa fazer três coisas: Gerar um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. É perto que por trás das coisas há uma idéia de perpetuação e legado, bem como um investimento em algo que vá muito além da própria pessoa. A irmã Daphne Kirk, uma inglesa com um ministério muito atuante em reconexão de gerações, fala num de seus livros sobre uma conversa que teve com um homem que estava preocupado com sua plantação de determinada espécie de árvore, porque os coelhos poderiam comer os brotos novos e exterminar com a plantação. Ele informou que levaria cerca de 30 anos para colher. Ele estava plantando para o filho dele, como se pai fizera para ele e o avó fizera para o pai. Isso é trabalhar para um bem maior e além de si próprio, pois nós continuamos a existir através das nossas gerações. Pensar apenas no aqui e agora quebra o elo da corrente da bênção ser passada de geração em geração. Voltando para Abraão e o fato de ter plantado um bosque, e invocar a Deus ali, tem mais a ver com a adoração e atitude de fé em ver as promessas se cumprindo e saber que um dia seus descendentes desfrutariam daquilo que foi fruto do trabalho do patriarca, que fez intencionalmente para bênção e prazer das próximas gerações. Em épocas futuras, os israelitas, tiveram que agir rigorosamente contra certos tipos de cultos pagãos idólatras que se valiam de realizar suas práticas em bosques e assim, bosques dedicados a ídolos foram destruídos. “E aconteceu naquela mesma noite, que o Senhor lhe disse: Toma o boi que pertence a teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derruba o altar de Baal, que é de teu pai; e corta o bosque que está ao pé dele” (Jz 6.25). “Também tirou da casa do Senhor o ídolo do bosque levando-o para fora de Jerusalém até ao ribeiro de Cedrom, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom, e o desfez em pó, e lançou o seu pó sobre as sepulturas dos filhos do povo” (2 Rs 23.6). Ao escolher servir a Deus e andar nos seus caminhos, o glorificamos com todas as nossas ações e atitudes. Isso está representado naquilo que construímos, edificamos ou adotamos como permanentes para nossa família e sociedade. Valores são plantados pelos pais e cultivados e recomendado que se passe para as próximas gerações. No Brasil vemos muitas festividades, religiosas e seculares ou misturadas, que se repetem todos os anos, algumas delas centenárias e que os participantes sentem orgulho de estar passando à frente algo que receberam de seus antepassados. Algumas dessas coisas são abraçadas pela cultura e entra até no sistema educacional. O povo de Deus precisa ter memoriais que se perpetuem e sejam passados para as próximas gerações. É muito triste ver pessoas que se converteram, se casaram e tiveram filhos, que já na segunda geração estão fora dos caminhos do Senhor; a bênção nem passou de uma geração!!! Pensando como Abraão: O que você está plantando que só seus descendentes vão colher ou desfrutar?

Obrigado, Senhor por trabalhar com princípios que perduram muito além do nosso limitado tempo de vida. Permita que tenhamos uma consciência mais geracional e investirmos em realidades além do nosso próprio ciclo de vida terrena. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

O Fundo do Poço

Meditação do dia 28/05/2018

E disse: Tomarás estas sete cordeiras de minha mão, para que sejam em testemunho que eu cavei este poço.”  (Gn 21.30)

O fundo do poço – Quem não conhece ou não se lembra da expressão brasileira sobre alguém estar ou ter chagado ao fundo do poço? É sinônimo de fracasso total, ter se afundado tanto que pouco lhe resta em termos de esperança. Complementando a essa expressão, que se torna um condição de vida, há as variações dos mais otimistas quanto a situação. Uma delas diz que “a vantagem de se chegar ao fundo do poço, é que agora tem mais para onde descer,” então qualquer ação terá que ser para o cima. E uma segunda verdade sobre estar no fundo do poço é que ensina, que a medida mais sábia que alguém que está no fundo do poço pode tomar, é largar a pá. Claro, se continuar cavando, vai descer mais ainda. Mas no caso de Abraão, não se aplica estas idéias, pois estava ele lutando e tratando de propriedades físicas e literais, eram poços mesmos, cisternas, cacimbas ou nomes similares conforme as diversas regiões do Brasil. Para quem vivia num território de predominância desértica, e com atividades no ramo pastoril, é, Abraão era do agro negócio, fazendeiro forte; água era um bem extremamente precioso e disputado. No decorrer da leitura bíblica encontramos outros personagens em disputas e litígios por poços de água. Abraão havia cavado e encontrado água, o que era um tesouro, mas vieram os espertalhões nativos e forçaram a barra, alegando que o poço lhes pertencia por alguma razão e acabaram levando na marra. Abraão não quis enfrentar e partiu para cavar outros poços e novamente encontrou água e desta vez com a visita do rei local ele então reivindicou oficialmente o reconhecimento da parte do rei, o que lhe garantiria pacificamente os direitos de posse. Posso ver algumas lições que podemos ter proveito, uma vez que quando Abraão apresentou sua queixa ao rei ele obteve como resposta, que o rei não fora informado por ele da demanda e não tinha também como saber quem foram os autores. Posso aplicar aqui, a idéia de reclamarmos algo com Deus sobre algum resultado negativo de nossos esforços ou a apropriação indevida de alguém de algo que legitimamente estávamos considerando nosso. Mas na verdade não oramos e não falamos antes com
Deus sobre a questão e não pedimos proteção ou discernimento sobre isso. Vamos procurar respostas em alternativas humanas e naturais, deixando de lado quem realmente poderia ter agido em nosso favor desde o princípio. Uma segunda lição é que precisamos cavar nossos poços. Somos os verdadeiros donos da terra, herdeiros das promessas, mas isso não vai fazer a água jorrar na superfície da terra, ainda assim teremos que cavar e cavar fundo até encontrar o que precisamos. O lençol freático é uma bênção e um tesouro dado por Deus; mas ainda assim, vamos precisar de pás, picaretas e muito esforço para ter acesso a água. Eu e você sabemos e temos muitas e inúmeras promessas divinas para nós, nossa casa, nossa família, nosso ministério, nossa igreja e até nossa nação; mas saber disso apenas, não é suficiente. Temos que cavar. Temos que estudar, evangelizar, aplicar disciplina nos filhos, aprender a gerenciar as finanças, os relacionamentos e lidar com os adversários nativos que pretendem se apropriar daquilo que é nosso. Para alguns é preferível a briga e apropriar-se dos poços dos outros do que cavar o seu. Nós queremos ter tudo aquilo que é de
Deus para nós e com graça e sabedoria, cavaremos nossos poços. Aqui, no fundo do poço, tem é bênçãos e soluções. Então, vamos cavar!

Obrigado Pai, por disponibilizar o teu favor e o teu conhecimento a todos, mas é preciso trabalhar para encontrar as soluções e encontrar as respostas. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

O Ofício Profético

Meditação do dia 27/05/2018

Abraão, porém, repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água, que os servos de Abimeleque haviam tomado à força.”  (Gn 21.25)

O ofício profético “Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei.” (I Pe 2.17). Embora como brasileiros e republicanos, gostamos muito da idéia de rei, desde claro, que ele não seja de verdade e explore a gente com aquele conceito de que o rei pode tudo. Temos o rei do futebol, da música popular, e entre todos até o rei da cocada preta, que é aquela figura que “está se achando” e quer ser mais do que todo mundo. Historicamente admiramos aquela pompa, o cerimonial e o respeito que lhe são atribuídos, e talvez muito disso baseado no que vemos na monarquia britânica moderna. Mas nem todo rei é assim tão poderoso ou tinha tanto domínio; no que vemos nas páginas da Bíblia, alguns denominados reis, nada mais eram do que um líder tribal, ou de uma cidade-estado, sem muita força e poder até mesmo para evitar ataques e saques de outros reis mais belicosos. Abraão vivia na terra de Canaã e havia diversos reis por ali e alguns interagiam com ele e eles o tinham em grande estima e respeito, de forma que vinham tratar pessoalmente com ele e fazer acordos e tratados de assuntos de interesses comuns. Todos, tinha conhecimento de que Abraão praticava uma fé diferente de todos eles e dos povos ao seu redor. Ele servia e adorava um Deus único, e que não tinha uma representação física, como estátua ou forma. Abraão lhe atribuía o conceito de Deus Altíssimo, o Todo-Poderoso, o Criador e o Possuidor dos céus e da terra. A aliança entre essa divindade e esse patriarca, de certa forma era reconhecida e respeitada e assim eles o tinham como um sacerdote ou profeta desse Deus poderoso. Alguma disso, é o que chamamos de ministério, ou serviço à Deus, sendo suas testemunhas no meio de um mundo perdido e em trevas. A autoridade espiritual é uma realidade, conferida por Deus legitimamente à igreja como Corpo de Cristo, que atua como uma embaixada do Reino de Deus aqui na terra. Os ministros de Deus, são autoridades espirituais, autoridade delegada é bom que se diga; isto é, este tipo de autoridade vem de outro poder maior e acima, ela não emana de nós mesmos ou da igreja em sim. Cristo é o Cabeça de um corpo místico, mas real e militante na terra, até que ele venha buscar essa igreja. “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” (Ef 1.20-23). Observe os grifos que fiz… Assim a igreja tem um papel ou ministério profético, que pode colocar em condições de confrontar outras autoridades e pessoas que estão em confronto com Deus e à sua vontade. “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta” (Jr 1.5). As ações e intervenções divinas na história dos povos e nações está diretamente ligada ao interesse no cumprimento do plano eterno de redenção. A igreja deve servir e quanto necessário exercer o ofício de profeta e concitar as autoridades e os povos a mudaram seus rumos, para o bem deles e evitarem um juízo. A história e a vida espiritual mostram que Deus se revela mais tolerante com pessoas do que com povos e nações, como instituições. Isso está associado ao fato de pessoas, como indivíduos, podem prestar contas de seus atos, agora, aqui em vida ou na eternidade, eles não escaparão impunes. Instituições e coletividades como povos e nações, só tem uma existência, a terrena e assim não há juízo vindouro para eles, tudo acontece nesta existência. Assim, muitas nações e reinos foram varridos do mapa e nunca mais se levantarão por juízo divino. Isso confere com as verdades da redenção, como: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9).

Pai, renova em tua igreja nos dias de hoje a visão profética de autoridade para confrontar o pecado dos povos e nações, assim como fazem com as pessoas individualmente, convidando-as a se converterem a Cristo e serem perdoadas e salvas. Levanta homens e pessoas corajosas no poder do teu Espírito Santo, para ser ministros do reino em tempo oportuno. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

O Testemunho

Meditação do dia 26/05/2018

E aconteceu naquele mesmo tempo que Abimeleque, com Ficol, príncipe do seu exército, falou com Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes;”  (Gn 21.22)

O Testemunho – Não fazemos as coisas para sermos elogiados, bajulados ou alcançar favores. Fazemos o que é certo, porque é certo, é isso que se espera de nós. Desempenhamos um papel influenciador muito importante, que replica o testemunho de Deus ante o mundo não convertido. Sem cristo e sem Deus, as pessoas vivem por seus próprios valores e isso está baseado naquilo que lhes são mais conveniente, fácil, lucrativo ou não demandam compromisso. Nas palavras do Evangelho de João, eles amam as trevas e não vem para a luz para suas obras não sejam reveladas. Somente quem ama a luz vem para a luz, porque suas obras são feitas em Deus. Assim sendo, o mundo sempre fará pressão contra o testemunho cristão e nossa fé e vida com Deus serão motivos de críticas e zombarias, exceto, quando precisarem de algo que só o povo de Deus tem. Precisamos saber que nunca lhes agradaremos e a convivência depende de boas atitudes de nossa parte. Eles não querem compromisso com Deus ou com a fé, porque preferem fazer de um modo mais conveniente para eles. A perspectiva das pessoas não salvas é viver o hoje e desfrutar dos prazeres e regalias que puderem alcançar e como tudo deles é sensorial, físico, material e efêmero, tal serão suas vidas e jamais chegarão ao prazer e satisfação verdadeiros. O cristão tem uma perspectiva mais abrangente, a começar pela vida eterna em Cristo Jesus. Ele se vê como mordomo dos bens que o seu Senhor lhe confiou e portanto deve uma boa administração e está consciente da prestação de contas e que tudo precisa ser feito com excelência, não pelo medo do juízo e condenação, mas por amor e resposta ao investimento redentor que Deus investiu em sua vida. Somos declarados pelo Senhor Jesus como “Sal da terra e Luz do mundo,” então estamos decididamente comprometidos em representar a Deus e ao seu reino, ou estilo de vida. Estamos praticando aqui, aquilo que viveremos em maior escala e definitivamente na eternidade, que para nós já é uma realidade. Por isso, é importante darmos um bom testemunho por onde passarmos. Abraão fez isso e foi reconhecido pelo rei local, que em visita acompanhado da elite de seu palácio, declarou abertamente reconhecer a presença de Deus e de sua bênção na vida de Abraão e de tudo o que ele fazia. Sendo alguém egoísta e supersticioso, para ele era vantajoso ter alguém desse nível como amigo e aliado, pois de alguma forma ele já devia saber da promessa de Deus para a posse de toda aquela terra para os descendentes de Abraão. Ele via ao longo dos anos, a ascensão dos hebreus e a possibilidade da extinção de sua dinastia, assim alguma coisa poderia ser remediada com uma aliança de paz e proteção mútua; hoje, ele era o rei e o seu povo estava no poder, mas o futuro previa os descendentes de Abraão no poder e se tornando grandes nações. Para esse rei, também ter uma pessoa abençoada e protegida por Deus de forma tão explicita, era-lhe vantajoso te-lo como amigo, assim angariaria também para si a bênção do Senhor. Os motivos deles, nunca serão os mais honrosos, mas os nossos não podem mudar ao sabor dos ventos. Nosso testemunho e nossa fé são inegociáveis e são uma bandeira sempre tremulante no alto do mastro para todos verem e respeitarem. Fazendo assim, estamos peregrinando bem, até o dia da posse definitiva daquela herança que é nossa.

Senhor, obrigado por sustentar a bênção sobre nossas vidas e permitir que vivamos de forma que honra e glorifica o teu nome. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

Dia de Despedida

Meditação do dia 25/05/2018

Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e tomou pão e um odre de água e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu, andando errante no deserto de Berseba.”  (Gn 21.14)

Dia de despedida – A vida não é feita só de banquetes dominicais, há também os intermináveis dias de trabalhos semanais. Dia de vestes elegantes e dias de avental e serviço. Abraão foi de um extremo ao outro em bem pouquíssimo tempo. Ontem estava celebrando o desmame do filho Isaque com um grande banquete  e muita festa e ainda na mesma noite teve que iniciar os planos e os preparativos para algo que ele jamais imaginou: ter que se despedir de Ismael; mesmo dada as circunstancias, era seu filho e era amado. Agar era serva, mas tinha o seu lugar e pertencia àquela família e tinha um importante papel na educação do seu filho, ao lado do patriarca. Todo esse castelo, ruiu em poucas horas, sob os protestos de Sara. Levantar de manhã nunca deve ter sido um problema para aquele centenário senhor, que tirava proveito das manhãs e alvoradas para desfrutar da companhia e comunhão com o Senhor seu Deus. Mas hoje seria diferente, bem diferente! Fazer os preparativos apressados, com uma provisão de um pão caseiro, um frasco com água para iniciar a jornada de suas vidas longe da casa e da proteção de Abraão. Não vou fazer um melodrama, arrastando as coisas para baixo e criando uma situação de depressão e morte. Era dolorido para os dois lados e um dos lados era bem mais forte que o outro. Agar e seu filho Ismael não tinham meios e a quem recorrer; provavelmente Ismael nem sabia de que se tratava essa viagem, ou no máximo ele ouvira a histeria de Sara e sua exigência de expulsão dele e de sua mãe, para não haver concorrência com Isaque. Hoje, não vou abordar isso do ponto de vista de Ismael ou Agar, pois estamos meditando e vendo as coisas do ponto de vista de Abraão, o personagem desses escritos, mas é provável que dediquemos algumas com a pessoa de Ismael, afinal é um personagem que cruzou o nosso caminho e influenciou decisões importantes da vida de Abraão. Nós, costumamos ir até o portão, até à rua para nos despedir de pessoas que vão embora, ou só mesmo viajar e algumas despedidas são marcantes. Na escuridão daquela madrugada, naquele acampamento silencioso, ver o filho ainda sonolento sumir na penumbra amparado pela mãe, levando quase nada, quando na verdade podia ter muito e mesmo assim, ter que tomar a decisão e a atitude que esvaziaria uma parte do seu coração, foi muito difícil, foi muito dolorido! Mas havia espaço também para a fé, pois ele recebera uma palavra de Deus sobre o menino. Ter que nos separar de algo que criamos e a ele nos agarramos, nem sempre é uma decisão fácil, mas necessária, para que a continuidade da promessa do Senhor nos leve a novos patamares. Pastores e obreiros que fundaram trabalhos e igrejas e viram aquilo prosperar e uma hora vem a ordem de separação. Planos concebidos e criados e tomando forma, quando a esperança brilha nos olhos e não é mais possível continuar. Sonhos que não poderão amadurecer. Oportunidades que terão que ser deixadas e esforços de muito tempo e dedicação que não se consumarão. São coisas que são mais frequentes do que imaginamos; mas a nossa convicção e nosso foco deve se manter no Senhor e na sua vontade, nos seus planos, não nos nossos. Se Deus pede, ou ordena que se abra mão de alguma coisa, certamente ele tem algo melhor e a nossa atenção e intenção tem que estar nisso. Quero terminar pensando naquelas palavras, ditas por Deus, profeticamente através do salmista: “A ti levanto os meus olhos, ó tu que habitas nos céus. Assim como os olhos dos servos atentam para as mãos dos seus senhores, e os olhos da serva para as mãos de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o SENHOR nosso Deus, até que tenha piedade de nós” (Sl 123.1,2). Abraão era senhor de Agar e Ismael, mas era servo do Senhor Deus, o Altíssimo e ele também estava atento às mãos do seu senhor. Voce e eu, eu e você de olho nas mãos do nosso Senhor!

Pai e Senhor Jesus, junto com a pessoa do Espírito Santo, quero dizer que a tua vontade é muito significativa para mim e para nós, teus servos. Queremos e podemos entender muito bem o significado da palavra SENHOR, quando a proferimos atribuindo a ti como nosso Deus e soberano sobre nossas vidas. Acreditamos que dispões de todos os direitos sobre nós, inclusive porque voluntariamente te entregamos nossas vidas e nossos cuidados nas tuas mãos para nos dirigisse. Senhor Deus meu e Rei meu, obrigado por direção tão sábia e justa. Mesmo doendo ou me contrariando ainda acredito que a tua vontade deve ser feita aqui na terra como é feita nos céus. Conceda-nos a graça para andarmos pela fé e assim nos concentrar no que esperas de nós. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

Ouvir a Voz de Sara

Meditação do dia 24/05/2018

Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência.”  (Gn 21.12)

Ouvir a voz de Sara – No direito, se fala muito no tal “direito ao contraditório,” posso não gostar muito, mas é jurídico, é legal e como toda lei precisa ser aplicada e exercida com moderação e bom senso, temos que as vezes engolir algumas situações onde sabemos que não há nada de contraditório e muito menos dúvida sobre os atos imputados a determinadas pessoas. Mas estou falando isso, por que acredito que Abraão depois de provavelmente passar uma noite em claro, sem pregar os olhos, por causa da exigência de sua esposa, que queria Ismael e Agar fora de seu caminho e longe da sua família. Para o patriarca, as coisas seriam de outra forma e tudo o que ele não via era nexo nas palavras de Sara. Expulsar um filho de casa, sem uma razão explícita e compreensível para um garoto de treze anos, não era uma tarefa fácil. Mas Abraão ouvir a voz de Deus, que por incrível que parece deu razão à Sara e aconselhou que ele deveria dar ouvidos àquelas reivindicações. Como não existe “SE” em doutrinas e ensinamentos bíblicos, Abraão não tinha como saber como seria no futuro se os meninos crescessem juntos e como se resolveria no futuro uma questão que deveria ter sido resolvida no passado. Abraão era uma pessoa de fé e obediência e foi assim que ele agiu, dando novamente passos de fé, mesmo que isso lhe cortasse o coração. Ainda que naquele momento ele olhasse apenas a paternidade humana e o prazer de ver seus filhos aos seu lado ele consentiu em ver as coisas do ponto de vista de Deus e considerar a herança espiritual e os termos da aliança como sendo mais importantes do que os seus sentimentos e assim, abriu mão de um filho. A fé também ajuda a pessoa a ver outros lados da questão que necessariamente não precisam de explicação da parte de Deus, já que ele é fiel e cuida de tudo o que nos diz respeito. Abraão já tinha uma palavra de promessa em relação à Ismael, que ele seria alguém importante e abençoado; portanto, de uma forma ou de outra ele e sua mãe sobreviveriam e superariam aquela provação e se estabeleceriam em algum lugar, com a ajuda e a graça de Deus. Eu sei que deu certo, porque temos a relação da genealogia dos descendentes de Ismael e ele aparece em cena por uma última vez justamente no sepultamento do patriarca, juntamente com seu irmão Isaque. Para mim, ele veio honrar a pessoa de seu pai e deixa para nós a marca de um grande homem, sem amarguras e ressentimentos. O que para muitos seriam uma tragédia, ele encarou como desafio e se fez forte, como se exige alguém que vive nos desertos. Provações não são fáceis, senão não seria provação. Quando envolve laços familiares e emocionais com riscos de injustiça ou mostrar preferencia de um em detrimento de outro, precisamos mesmos ouvir a voz de Deus e obedecer, mesmo que contradiga todo o nosso senso de lógica e correção. Precisamos confiar, pois os que confiam no Senhor nunca serão confundidos e muito menos envergonhados.

Senhor, dá nos a sabedoria para discernirmos a tua vontade daquilo que nós estabelecemos como sendo o padrão certo de ação. O Senhor conhece o futuro e para ti ele não é opaco, como é para nós; assim a tua direção é muito bem vinda a nós todos os dias. Quando os teus filhos precisam tomar decisões difíceis e dolorosas, fortaleça-nos para que façamos o melhor e o que produz glória ao teu santo nome. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

Ismael Leva Cartão Vermelho

Meditação do dia 23/05/2018

E pareceu esta palavra muito má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.”  (Gn 21.11)

Ismael leva cartão vermelho – Lá na minha terra, costuma-se dizer que “tudo que é mal começado é mal terminado!” algumas atitudes tomadas provocam mudanças e responsabilidades ao longo da vida e elas sempre trarão consigo a lembrança e o gosto amargo do erro cometido. Por outro lado, quero pensar aqui, hoje sobre algo que me desafia o raciocínio e ao ver a situação de um ponto de vista diferente, posso me redimir de minhas próprias aplicações negativas sobre a vida de Ismael. Digo isso, porque a normalidade cristã, nos induz sempre a pensar nesse menino e depois no homem e nas nações que ele originou, como uma marca negativa e que aponta o erro de Abraão e Sara e que serve de espinho para Israel até os dias de hoje. Como nem tudo é o que parece ser, existe nessa história mais verdades saudáveis que a nossa vã cabeça pequena queira aceitar. Vou começar afirmando que creio com todas as minhas forças e escrevo isso com consciência tranquila, que nenhuma criança nascida neste mundo é um erro, um acidente e um desastre que nunca deveria ter acontecido. Deus é o autor da vida e cada pessoa é especial e valioso aos seus olhos e não pode ser diferente com Ismael. A promessa de um herdeiro feita à Abraão e Sara, era para eles como casal, chamados e aliançados com Deus. O fato deles terem procurado atalhos para viabilizar a vinda desse herdeiro é uma ato de responsabilidade pessoal e como tal as consequências vieram e não tem como fugir disso. Agar não estava em condição social de escolher e dizer se queria, aceitava ou não. Na condição de escrava, ela obedecia e pronto. Abraão entendeu que não adiantou fabricar resultados, pois o Senhor insistiu em lhe afirmar que estava disponível para abençoar Ismael por ser seu filho, mas a aliança e as promessas seriam com Isaque. “E quanto a Ismael, também te tenho ouvido; eis aqui o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação” (Gn 17.20). Aquele clima indigesto entre Sara e Agar, agravou-se com o nascimento de Isaque, que pôs fim as provocações da serva contra a sua senhora; quem sabe, para Abraão, ambos eram seus filhos e a companhia de Ismael por treze anos, criara laços forte em seu coração. Alguma brincadeira de adolescente de Ismael com Isaque no banquete, azedou de vez os ânimos e Sara exigiu a expulsão de casa de mãe e filho. Na minha imaginação, Abraão é um homem sereno, de temperamento brando e de diálogo; generoso e amante da diplomacia e mesmo assim, ele não conseguiu apaziguar a fúria da esposa e ele ficou entre a cruz e a espada, numa linguagem mais atual. Que noite deve ter sido aquela para ele, um pai tendo que retirar de casa uma criança com sua mãe, e enviá-los embora para um mundo inóspito e inseguro em todos os aspectos, com migalhas suficientes para sobreviver por bem pouco tempo. Ele tinha no coração a promessa de que aquele rapazinho sobreviveria e se tornaria um grande homem e lhe daria doze netos. Ele queria muito ver isso! Mas o momento agora era outro e isso faz parte daqueles momentos e daquelas decisões que homens de Deus tem que tomar e sem apoio de ninguém e sem como explicar a coerência entre o que se crê e o que se está fazendo. Decisões difíceis, exige muito da gente e a fé deve ser nosso escudo nesses momentos. Aparentemente pode contradizer tudo o que você pregou, ensinou e viveu ou gostaria de fazer. Tenhamos fé para grandes decisões, pois a vida continua e afundar em tristeza e depressão, ou chutar o balde e voltar atrás não é esperado de nenhuma pessoa de fé. Creia!

Senhor, posso dizer que nem sempre entenderei todas as coisas, mas posso acreditar que em tua sabedoria me guiarás por veredas direitas e caminhos planos, quando tudo diz o contrário. Hoje, certamente tem algum dos teus filhos com o coração partido e a alma em frangalhos por ter que tomar decisões que não gostaria, mas é o passo de fé e de obediência que precisa dar. Obrigado pela força e graça para ver a vida do teu ponto de vista e que o cuidado jamais será tirado dos teus amado. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

A Festa Para Isaque

Meditação do dia 22/05/2018

E cresceu o menino, e foi desmamado; então Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.”  (Gn 21.8)

A festa para Isaque – A cultura hebraica, clara, tem seus fundamentos na pessoa de Abraão, o patriarca da nação. Ele aprendeu muito com Deus e assimilou os princípios que fizeram de sua família um núcleo abençoado e influenciador. Foi ele que lançou os fundamentos para as próximas gerações de adoradores do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra. Com o passar dos tempos e das gerações, muito do que foi iniciado em um estágio pequeno, tornou-se características marcantes e firmes da cultura e dos costumes do povo de Deus. O advento da revelação das leis e mandamentos, por ocasião do Êxodo, incorporou muitos desses hábitos e práticas que impregnaram no povo de forma que ficou indissociável um do outro. Foram criados e desenvolvidos mecanismos de confirmar a bênção e a transmissão dela dentro do contexto de uma aliança que perpetuaria os propósitos divinos na vida pessoal, familiar e como nação. Era praticamente uma impossibilidade entre eles, alguém nascer, crescer e se tornar um adulto sem que passasse por estágios onde os fatores de bênçãos não acontecessem. A questão de identidade, destino e propósito era muito forte e enraizado em cada pessoa e em cada ação, seja individual ou coletiva. Já ensinamos aqui na Monte das Oliveiras e também faz parte de alguns materiais e ferramentas da Universidade da Família, que naquela cultura, hebraica antiga, firmara-se como se fosse uma agenda, em que sete ocasiões na vida de uma pessoa ela seria abençoada; seis dessas etapas, a bênção vinha da parte dos pais sobre os filhos e a sétima, invertia-se, eram os filhos que abençoavam os pais. O primeiro estágio era na CONCEPÇÃO – havia mecanismos, ferramentas, regras e costumes que induziam a que nenhuma criança fosse concebida fora de uma aliança e o círculo de proteção de bênção. Daí aquelas leis de comportamento sexuais serem tão rígidas e em alguns casos até com penas capitais. O segundo estágio era na VIDA UTERINA – era um tempo de concentração e cuidados para que a mãe tivesse toda sua atenção e cuidado voltado para gerar um filho saudável, abençoado e a comunidade em volta dela propiciava tudo o que fosse possível e facilitava a vida de mãe e filho. O terceiro estágio era no NASCIMENTO – Era cercado de expectativas e alegria para todos, ter um filho era ser uma pessoa abençoada, uma família abençoada e todos se alegravam porque era mais uma geração assumindo seu posto na herança da aliança e das promessas de Deus. O quarto estágio era a PRIMEIRA INFANCIA – um tempo de curtir a criança e infundir nela as marcas do povo de Deus e mostrar a ela a bênção da qual ela era herdeira e de que todos estavam ali para protege-la e ajudar no seu desenvolvimento. O quinto estágio era na PUBERDADE – quando se separava as fases da vida e ela assumia papeis de responsabilidades. Os meninos passavam pelo Bar Mitzvah, aquela cerimonia onde ele se tornava “filho da Lei” e espiritualmente agora era responsável por seus atos diante de Deus e cumprir os devidos rituais e obrigações. O sexto estágio era o CASAMENTO – onde uma nova célula daquela sociedade se formava sob as bênçãos dos pais e familiares de todas as gerações. O sétimo período de bênção era na VELHICE – quando os filhos honravam seus pais e os abençoavam, oferecendo cuidado, distinção e honra. Assim todos davam e recebiam as sete bênçãos no seu devido tempo. Aqui, vemos Abraão dando um grande banquete e celebrando uma mudança de fase de seu filho Isaque quando ele foi desmamado. Significava que as etapas da vida estavam se sucedendo naturalmente e as promessas do Senhor iriam marcar aquela vida e os pais e amigos estavam ali para celebrar isso. Nossa cultura ocidental perdeu praticamente todas as marcas que sustentam uma transição de fases de vida, e devido a isso, enfrentamos uma tremenda confusão de identidade, destino, pessoas que não sabem o que são, porque são e nem mesmo se há algum propósito para suas vidas. Famílias que são mais aglomerados de pessoas segundo certas conveniências sociais do que propósitos. Uniões surgidas e confirmadas de modos mundanos, pagãos e até profanos, validados por cerimonias e celebrações antagônicas aos preceitos de Deus; não é sem razão que estamos como estamos e caminhando para abismos sociais cada vez maiores. Precisamos reavaliar e repensar nossos valores, de onde eles estão vindos e para onde nos levarão.

Pai, obrigado por oferecer na tua Palavra modelos de como a vida deve ser e como ela pode produzir bênçãos e realização. Na família é onde começa todas as coisas e é ali que os teus princípios se firmam, se fortalecem e são transmitidos de geração em geração. Pedimos misericórdia e graça, para voltarmos aos caminhos eternos que trazem paz ao nosso coração. Em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason