Meditação do dia 31/05/2018
“E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.” (Gn 22.1)
O Eis-me aqui de Abraão – Eis-me aqui, tornou-se uma expressão de altíssimo significado na fé judaico cristã. Porque ela remete a submissão voluntária e à consagração. Alguém está respondendo ao chamado de alguém e se colocando à disposição para servir. Eis-me aqui, é muito mais abrangente do que outras formas de respostas possíveis à mesma indagação; por exemplo: “Oi – Olá – Já ouvi – Estou indo – Pode falar…” admiro muito a relação de comunhão e amizade desenvolvida por Abraão com o Senhor. Na minha imaginação, de todos os homens fantásticos que tem sua história descrita nas páginas das Sagradas Escrituras, o patriarca Abraão é um dos ou quem sabe o que mais se aproxima do conceito ideal de pai. Quando pensamos e até falamos nele, é natural e soa bem chama-lo carinhosamente de “pai Abraão” tal qual fez o personagem da história do rico e Lázaro, contado por Jesus. Ele encarna em si a força e a sabedoria esperada de um pai protetor e conselheiro, sendo um modelo muito bom para ser copiado. Pelo que observamos o trato dele com os filhos, com o sobrinho e até com o mordomo Eliézer, era de fato paternal e desejado. Esse título não soa tão bem em outros amados e talvez não seja apenas porque de fato ele foi o patriarca da nação e em torno dele desenvolveu-se toda uma cultura de conhecer, amar e servir a Deus, mas porque a ele foi reservado essa honra de ser o pai mais apropriado para todos nós. Quando um homem dessa grandeza, responde a Deus com prontidão e humildade de forma espontânea e imediata, está apontando o caminho para todos nós que somos seus herdeiros e aliançados para seguir suas pisadas e sermos o povo de Deus e ter o mesmo Deus para sempre e isso sendo cultivado de geração em geração. Outros “eis-me aqui” que aparecem nos relatos bíblicos são sempre bem notáveis por servirem de marcação de etapas da vida e dos ministérios que o Senhor distribui e depois espera uma resposta voluntariosa da parte dos seus filhos. O bisneto de Abraão, José, disse a mesma expressão ao seu pai na missão que lhe mudou a vida e marcou seu propósito de vida, identidade e destino. “Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui” (Gn 37.13). O jovem Samuel respondeu ao Senhor e foi a Eli imediatamente, até ter a completa revelação sobre do que se tratava. “O Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui. E correu a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, torna a deitar-te. E foi e se deitou” (I Sm 3.4,5). O profeta Isaías registra um outro exemplo e aqui dito diretamente ao Senhor Deus, no que se tornou o texto emblemático de chamado e vocação em todos os tempos. Quem nunca participou de um culto ou conferencia missionária e não passou por essa experiência de ser desafiado a engajar-se o serviço do Senhor? “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6.8). Agora sabemos o resultado da resposta de Abraão; também sabemos o que aconteceu a José e estamos familiarizados com Samuel e sua resposta e Isaías serve de modelo vocacional ainda hoje. Me pergunto: Qual das alternativas nos parece mais difícil? Ouvir a Deus perguntando, responder ao seu chamado?
Senhor, eis-me aqui diante do dilema humano de ouvir a tua voz e discernir a tua vontade, mas especialmente estar disposto a obedecer e agir prontamente. Falar de consagração é um tanto quanto mais fácil do que efetivamente consagrar-se; mas fomos chamados para ambas e precisamos atender. Obrigado, porque até o Senhor Jesus quando chamado não se omitiu, mas expôs-se a servir e dar sua vida por todos nós. Só temos que agradecer e o fazemos no nome dele, e nos dispomos a te servir. Eis-me aqui, Senhor, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason