Meditação do dia: 30/11/2019
“E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou porém ser consolado, e disse: Porquanto com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim o chorou seu pai.” (Gn 37.35)
Recusar Consolo – Tem coisas na vida que não tem como ensinar, apenas podem ser aprendidas! A experiência da paternidade/maternidade produz na vida da pessoa uma experiência única, que nenhuma teoria, conselhos, dicas quentes, macetes ou esquemas podem proporcionar. Enquanto somos apenas filhos, observamos nossos pais e outros pais tomarem certas atitudes e resolverem certas situações de maneiras que não nos fazem nenhum sentido. Pais fazem escolhas absurdas em prol dos filhos e da família que nem os próprios beneficiários entendem ou reconhecem. Filhos produzem situações difíceis que nem eles mesmos toleram ou aprovam, mas fazem os pais passarem por esses crivos. Quando esses filhos chegam à maternidade/paternidade, então a ficha deles caem e agora eles entendem, compreendem e quando são pessoa de bem, elogiam a sabedoria com que os pais agiram naquela época e naquela situação. Não adianta os pais gastarem saliva e dar conselhos e fazer exigências aos seus filhos nessas áreas específicas, porque eles jamais chegarão ao entendimento sem a experiência de serem pais e mães de fato. Os dez filhos de Jacó, se mancomunaram maquinando uma ato de violência contra um dos irmãos e depois adulteraram os fatos, criando falsas provas e evidencias que apresentaram ao pai e quando esse entrou em choque e luto profundo, vieram todos para consolarem o pai; porém ele recusou ser consolado. Vou pensar com vocês aqui sobre a situação, entendendo que Jacó não entrou num processo de pirraça, xilique e autopiedade, como que querendo chamar a atenção para si, como se ele fosse um coitado. Jacó não desistiu da vida, nem da família, nem entrou em crise de fé e relacionamento com Deus. Em momento algum ele questionou a Deus e nem reclamou que Deus falhara com ele, não protegendo um garoto de feras no campo. Ele admitiu que foi tudo muito estúpido e trágico; ele poderia não gostar dos sonhos de José, mas amava o José dos sonhos. Ele queria ver os netos daquele filho querido, ele queria ver as promessas de Deus se cumprindo na vida de todos eles e agora faltava um. O luto seria constante até o dia de sua morte e assim encontrar do outro lado esse filho. A Bíblia não dá essa dica, mas é uma idéia minha; lá no fundo do seu coração Jacó não aceitava ser consolado porque não existe consolo para aquilo que lhe acontecera; por outro lado, não aceitava consolo por que não havia o motivo do consolo; e também o tipo de consolo oferecido não era autentico. Era fruto de uma mentira, de um engano proposital e maligno arquitetado no coração de pessoas de confiança que não eram nem um pouco de confiança. Os filhos de Jacó, aqui, personificam o mal infiltrado no meio do povo de Deus; o joio no meio do trigo. Aquele recomendação de Judas na sua carta para que os cristãos se precavessem de tais dissimulados. “Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas” (Jd 12,13). Quando fiz a leitura do texto de hoje, minha primeira conexão com outro texto similar, foi um do livro de Jó, quando ele dá uma dura nos seus “amigos” que vieram lhe prestar condolências pelo sofrimento que passava. “Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores molestos” (Jó 16.2). Já vimos isso em filmes e notícias policiais, quando pessoas fazem o mal, cometem um crime contra pessoas conhecidas, íntimas e de confiança e depois vão no velório e sepultamento serem solícitos e apoiarem os familiares e chorarem com eles, para assim ficarem mais longe das evidencias do que fizeram. No coração, no íntimo não dá para aceitar esse tipo de consolo, porque isso não consola! A verdade bíblica a ser aplicada aqui, é a de que “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado” (Lc 12.2,3). Não guarde segredos sujos! Não seja complacentes com crimes e maldades, servindo de consolador sem conteúdo. A verdade aparece, quando menos se espera!
Senhor, obrigado por ser o nosso Deus e produzir em nós e para nós o verdadeiro consolo e conforto através do Espírito Santo. Somos gratos pelos dons de discernimento e sabedoria que opera na igreja para o mal não permaneça infiltrado sem ser descoberto. O nosso espírito sabe as coisas do Espírito e no íntimo podemos perceber a diferença do certo e errado, da verdade e do engano e quando as motivações não são autenticas. Obrigado por todo o conforto que o Corpo de Cristo pode produzir uns nos outros e pela graça para continuarmos firmes, mesmo depois de tragédias e calamidades, até aquelas causadas por íntimos e próximos de nós. também liberamos perdão para os que traíram a nossa confiança e violaram a nossa intimidade, produzindo muita dor e constrangimento. Conceda-lhes o arrependimento e a graça de buscarem a paz em ti e nem em argumentos e sofismas mentais. Lava-nos e purifica-nos em teu precioso sangue, pela redenção que há em Cristo Jesus, o nosso Senhor, no nome de quem oramos, amém.
Pr Jason