Meditação do dia 28/02/2018
“E fez as suas jornadas do sul até Betel, até ao lugar onde a princípio estivera a sua tenda, entre Betel e Ai.” (Gn 13.3)
As Jornadas de Abrão – Quando pensamos em jornadas, pensamos em viagens, caminhada e sempre tem uma idéia de paciência e lentidão para ir vencendo os vários obstáculos que aparecem no percurso; uns são previsíveis e outros inesperados e sempre se tem que lidar com o improviso e contar com a solidariedade de outros caminhantes, para se juntar forças e assim todos chegarem na próxima estação de parada e descanso e onde também se cuida dos feridos e refaz-se as estratégias dos próximos passos. Numa jornada, há tempo de sobra para se pensar e avaliar a vida e até pensar no futuro. É bem assim que me ponho a imaginar a jornada de Abrão, saindo do Egito e voltando para onde já estivera antes e durante esse trajeto todo, andando no passo do gado e dos animais, houve muito tempo para refletir. Certamente houve momentos de longo e profundo silencio solitário, ainda que em meio a muita gente e muita lida com animais inquietos enquanto em transito. Abrão e Sarai tinham assuntos pendentes para conversar sobre a decisão que ambos concordaram em fazer e no fim deu errado e Deus teve que intervir para evitar algo pior. Certamente eles possuíam escravos e empregados de confiança que de certa forma se viram também envolvidos naqueles episódios, e ainda que mantivessem a discrição, era inevitável o constrangimento e as satisfações que mereciam receber. Abrão estava voltando para um lugar conhecido, um lugar onde ele se sentiria um tanto mais à vontade e que lhe oferecia condições de reiniciar tudo novamente. As pessoas tem formas diferentes de lidar com a volta para um lugar anteriormente sede de suas atividades. Quando se trata de um volta por cima, em melhores condições do que quando saiu, cria-se euforia e prazer em exibir as conquistas. Quando não se saiu bem e está juntando os cacos, fica mais difícil. Em ambas as situações o ego está em evidencia, quer para se gloriar ou para se envergonhar e se deprimir. É inevitável? Sim e não! Ninguém fracassa propositalmente e também dentro dos planos de cada pessoa, nem sempre voltar é uma alternativa; para uns a vida é para frente, vencendo ou perdendo, segue-se em frente e essas pessoas não se prendem ao passado e nem ao que lá ficou. Outros só se movem por extrema necessidade e mesmo indo em frente, é como se andassem de marcha ré, estão olhando para trás o tempo todo e alguns nunca se desvinculam de suas raízes. Abrão tinha um estilo de vida mais propenso a ser nômade, viver vagando de pastagem em pastagem e acompanhando o gado e os ciclos apropriados. Levantar a tenda, não era algo enfadonho e desgastante. Eu, sou mais sedentário; gosto de ter raízes, plantar e ver os resultados; mas mudanças me incomodam, embora eu saiba que elas são as únicas coisas permanentes da vida. Ainda estou sendo trabalhado em como lidar com fracassos e perdas e Deus tem feito um bom trabalho. Voltar para casa, quer literal, quer figuradamente, me faz pensar muito. Após cada ministração dominical, conferencia ou outra atividade é sempre uma jornada de avaliação. Que bom, que há jornadas constantes na vida.
Pai santo, o Senhor estava andando com Abrão naquelas jornadas e o coração dele não te era desconhecido, como o meu e o nosso hoje. Voltar, pode ser doloroso, mas pode ser o melhor caminho para o crescimento, ou a melhor opção para se escolher um novo caminho. Obrigado por andar conosco e graças de damos pelo teu Espírito Santo que nos guia nessas jornadas. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason