Meditação do dia 20/05/2016
Jó 29.2 “Ah! quem me dera ser como eu fui nos meses passados, como nos dias em que Deus me guardava!”
Bons tempos aqueles – É muito gostoso relembrar um passado que foi bom e deixou saudades. Nada de errado com o saudosismo. As lembranças da infância, dos amiguinhos, os anos de Escola, as férias para uns lá no sítio ou na fazenda com os avós, tios e primos; para outros na cidade grande, com suas luzes, barulho e trânsito e as muitas novidades. Os biscoitos da vovò ou da mamãe ou aquele cafezinho que até hoje dá para sentir o cheiro dele passando pelo coador. São memórias maravilhosas! Mas não era disso que Jó estava falando, e também não é desse tipo de lembranças e saudades que espiritualmente devemos nos desvencilhar. No livro de Eclesiastes, recomenda-se: “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta” (Ec 7.10). Ao ver todo o repertório de argumentos que Jó apresenta, posso entender muito bem que era um passado digno e mui respeitável; qualquer cidadão ficaria satisfeito e orgulhoso com um curriculum como aquele. Em todas as áreas de atuação ele se mostrava competente e fazia com excelência, de tal modo que alcançava o respeito e a admiração de todos, ricos e pobres, nobres e plebeus. Era um patrão exemplar, um benemérito louvável, um juiz respeitável, ético e severo contra o mal e a injustiça; piedoso e caridoso, em resumo com palavras modernas, “ele era o cara!” Acontece, que fica evidente nas entrelinhas, que nosso amigo, fez tudo isso de boa fé e com o senso de dever moral e de legítima cidadania responsável. Contudo, no fundo do seu coração ele esperava dividendos capitalizados dessas ações, para promover sua justiça diante de Deus. Ele esperava que por essas e tantas outras coisas, ele ficaria livre de sofrimento, dores e reveses comuns aos mortais. Mas agora os dias passavam e ele não percebia nenhum crédito sendo depositado na sua conta, ao contrário, parecia que seu saldo era cada vez mais negativo diante de Deus. Hoje, ele nem mais sentia que era protegido por Deus e abençoado com favores especiais. Posso lhes afirmar com muita certeza, que Jó não foi e não é exemplo ímpar desse tipo de expectativa. Já me peguei frustrado, chateado e até com vontade de jogar tudo para cima e sair correndo, com a alegação mais do que humana: “De que adiantou tudo o que fiz?… Olha só o que recebo de volta?… Isso é o que se ganha por…..” Que bom que temos um companheiro chamado Espírito Santo, que assiste tudo calmamente e só quando as coisas acalmam é que ele entra de mansinho e começa a guiar o nosso coração e a nossa mente para a verdade verdadeira e nos mostra que havíamos tomado um caminho por conta própria e começamos a fazer as regras e só nós mesmos eram os beneficiários do nosso mundinho egoísta. Bendito Espírito Santo! Nossas justiças não são lá grandes coisas! Jó descobriu isso mais tarde! É muito fácil ser bom demais dependendo de com quem nos comparamos e assim, temos plena razão de achar que temos direitos e que estamos certos. Mas é Deus que vê tudo e vê de todos os ângulos possíveis e simultâneos. Graças a Deus, que a justiça de Cristo é suficiente para nos justificar diante do Pai, pela fé!
Graças de dou Senhor, criador e sustentador de todas as coisas! São felizes aqueles que podem colocar a sua confiança em ti e na obra perfeita que Jesus realizou lá na cruz. Somos homens e como tais, somos falhos e facilmente nos enganamos e nossas emoções nos pregam peças; mas temos a assistência bondosa do Espírito Santo que nos guia a toda a verdade e conduz de volta os nossos corações à sensatez e à sabedoria. Obrigado pelo passado e pelas lições preciosas que posso tirar de lá, mas não quero construir o meu futuro sobre os fundamentos do consegui produzir por mim mesmo, reconheço a Jesus como um fundamento melhor e mais confiável. Socorre-nos Senhor, quando colocamos nosso coração em nossas justiças próprias e assim afastamos os benefícios do teu sacrifício perfeito. Obrigado, no teu nome, amém.
Pr Jason