Injustamente Justo

Meditação do dia 19/06/2016

Sl 17.3 Provaste o meu coração; visitaste-me de noite; examinaste-me, e nada achaste; propus que a minha boca não transgredirá.

Injustamente justo – Numa olhada de primeira vista, o salmista parece dar a entender que ele é o supra-sumo da justiça e retidão, a tal ponto que nem mesmo Deus o examinando, encontrou alguma coisa que o desabonasse. Mas, não se trata disso. Sabemos que Davi reconhecia sua condição humana de fraqueza e pecados e ele era uma pessoa piedosa e temente ao seu Deus, muito humilde e com um coração disponível para ser corrigido. Não é à toa que o Senhor o considerava “o homem segundo o seu coração.” (At 13.22). Como lidar com essa aparente contradição? Lidamos com isso baseado no ensinamento bíblico sobre a justificação que Cristo realizou por nós, com seu sacrifício. Em termos de salvação, de redenção, o homem não tem nenhuma chance de apresentar bons resultados diante de Deus que o justifique. Nossa condição espiritual é irremediável. Só a graça mesmo! Somos, salvos, perdoados, justificados, santificados, libertos do poder do pecado e seus resultados pela obra amorosa de Deus na pessoa de Jesus. Só podemos crer! Exercitar nossa fé na obra de Cristo. O profeta Isaías afirma que nossas justiças não passam de trapos de imundice, aos olhos de Deus “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como o vento nos arrebatam” (Is 64.6). O outro lado da moeda, é a vida prática da pessoa, vivendo a nova vida em Jesus, pela graça de Deus ela pode e deve andar em novidade de vida e fazer coisas boas e retas, mantendo um coração puro, uma vida íntegra como ser humano e como adorador de Deus. Quando Deus confrontou o rebelde e profano rei Belsazar da Babilonia, nos tempos do profeta Daniel, a interpretação do profeta, foi nesse sentido: “Pesado foste na balança e achado em falta” (Dn 5.27). Se o rei foi pesado por Deus e achado em falta, também poderia ter sido pesado e achado satisfatório. Nesse sentido é que o salmista está se referindo aqui; Ele estava vivendo sua fé e praticando o melhor possível as virtudes que eram esperadas dele, tanto por Deus quando pelas pessoas, assim sendo, quando provado, visitado e examinado por Deus, nada de anormal seria encontrado. Quando Paulo escreveu aos cristãos da cidade de Corinto, na Grécia, repreendendo-os por ações e atitudes errada na prática da Ceia do Senhor, ele também recomendou que medidas fossem tomadas para corrigir os danos. Entre as citações ele disse: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice…porque se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” (I Co 11.28,31). Voce pode até escolher, se quer se considerar “justamente injusto ou injustamente justo.”

 

Senhor Deus de toda a justiça, Senhor justiça nossa! Não merecemos as tuas muitas misericórdias, mas não podemos abrir mão de recebe-las, em Cristo Jesus. Reconhecemos nossa condição de fragilidade e incapacidade de justificar-nos a nós mesmos, mas também reconhecemos o poder da vida implantada em nosso espírito, no novo nascimento. Cristo é a nossa justiça e é ele que nos representa diante do teu trono de graça. Obrigado pelo perdão dos pecados e obra justificadora que nos habilita a viver em comunhão com o Deus eterno. Somos gratos, imensamente gratos, em nome de Jesus. Amém.

 

Pr Jason

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