Jr 20.14,15 “Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz. Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho; alegrando-o com isso grandemente.”
Maldição retroativa ou pós-paga – Amaldiçoar é o contrário de abençoar! Abençoar significa bendizer, autorizar para prosperar; então amaldiçoar é maldizer ou desautorizar para que prospere. No meu modesto entendimento, amaldiçoar nunca é uma boa coisa a se fazer, por quaisquer que sejam as razões. Prefiro entender, e escolho me reservar o direito de não amaldiçoar nada e ninguém, pois sei, com todas as letras que não tenho um conhecimento pleno das situações e somente Deus conhece mente e coração, presente, passado e futuro e tem controle, governo, poder e autoridade sobre isso, então, ele pode fazer isso com absoluta imparcialidade e justiça. Ele sim, eu não! Também argumento aqui em minha defesa, sobre o fato de que algo está, existe ou é citado nas Sagradas Escrituras, nem por isso estou autorizado a fazer e praticar também, sob a argumentação de que “isso é bíblico.” Cada um deve andar segundo a luz que tem, e a minha luz e a minha experiência espiritual, não me permite tal prática. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (I Co 6.12). Há outros casos citados na Bíblia em que as pessoas amaldiçoam suas vidas e etc. e quase todas estão num contexto de sofrimento e dificuldades, onde a pressão emocional interfere no raciocínio e ela profere palavras que até contrariam a fé cultivada e o conhecimento que as Escrituras passam sobre a vida e os propósitos eternos de Deus para com cada um de nós. A cultura hebraica é muito forte sobre a idéia de que a vida é um dom muito precioso de Deus, e que cada pessoa é única e especial, criada à imagem de Deus e colocada aqui para cumprir um destino personalizado, feito sob medida para ela. As Palavras do Salmo 139, é provavelmente a mais fiel e perfeita descrição da ideologia judaico-cristã sobre a origem da vida humana. “Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles!” (Sl 139.13-17). O título dessa meditação é uma alusão jocosa e até cínica valendo-me da figura dos planos de telefonia móvel, para expressar meu pensamento sobre a atitude de uma pessoa proferir maldições sobre sua vida e as pessoas ligadas a sua existência. Como pode? Uma pessoa, nascida sob a bênção de uma família que vive uma aliança com Deus, fruto do sonho dos pais, concebida, gestada, nascida sob bênçãos e até com cerimonias que confirmam isso; criada no conhecimento da Palavra e da fé bíblica sob os valores de Deus, que cresce, desenvolve, habilita-se e é útil em sua comunidade e testemunha da graça de Deus e por um fator adverso, por mais terrível que seja, olha para trás e anula tudo que aconteceu em sua vida, retirando (como se pudesse) a bênção, o favor e o cuidado de Deus e o investimento da família, como se ela simplesmente tivesse poder de vida e morte sobre si e sobre os outros? Como eu acredito que os pensamentos de Deus são preciosos demais para mim e sobre mim e depois eu amaldiçoo aquilo que acredito ser obra maravilhosa das mãos de Deus? Porque no dia de hoje a pessoa fracassa nos negócios, na profissão, no casamento ou relacionamentos amorosos, ou é diagnosticado com alguma doença etc. que tudo o que aconteceu até ontem não tem mais validade? Foi tudo fraude e todos os que fizeram parte disso são malditos? Ora, convenhamos!!! Não é uma atitude sábia precipitar palavras e julgamentos, quando estamos emocionalmente abalados e envolvidos. Amaldiçoar o passado, não concerta ou trás a bênção para o presente ou futuro! Como cristãos, ainda temos conhecimento de que as palavras faladas tem peso e seremos responsabilizados por elas. Nossas palavras são sementes, e tudo o que plantamos, colheremos com toda a certeza. As palavras podem ser ou se transformar numa das coisas mais poderosas desse mundo; elas tem o poder de criar o que se diz e atrair para si tudo o que se confessa. Uma pessoa responsável, nunca brinca com palavras, elas são objetos muito precisos. Um conceito macalônico ou jasoniano (quem souber, que entenda), quando esmagamos uma flor, ela deixa seu perfume, o mesmo acontece quando esmagamos aquele inseto chamado de “Maria Fedida.” Assim também, quando abençoo ou amaldiçoo algo ou alguém, sempre fica um pouco na minha vida; e nesse caso, eu escolho sempre, ficar com um pouco de bênção, ainda que o outro leve uma porção maior. Como diz o antagonista: “É melhor dois marimbondos voando, do que um na mão!”
Farei das Palavras do Salmo 145, a minha oração de hoje e espero que elas também traduzam o seu prazer em Deus.
Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu, e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre. Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre. Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas. Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas. E se falará da força dos teus feitos terríveis; e contarei a tua grandeza. Proferirão abundantemente a memória da tua grande bondade, e cantarão a tua justiça. Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor e de grande misericórdia. O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras. Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão. Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder, para fazer saber aos filhos dos homens as tuas proezas e a glória da magnificência do teu reino. O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura em todas as gerações. (Sl 145.1-13)
Pr Jason