Meditação do dia 18/03/2017
Jr 22.24 “Vivo eu, diz o Senhor, que ainda que Conias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, fosse o anel do selo na minha mão direita, contudo dali te arrancaria.”
Vai o anel e fica o dedo – Quando o anel põe em risco a saúde do dedo, aconselha-se tirar o anel, usando qualquer meio possível, incluindo cortar ou danificar a jóia, mesmo que seja muito cara e preciosa. Em dias de insegurança como vivemos no Brasil, é saudável não ostentar jóias caras, bonitas ou atraentes; a pessoa corre o risco de perde-las e ainda sofrer lesões corporais, mutilação e até morrer; então abra-se mão do gosto e do prazer e do direito em detrimento da vida, saúde e segurança. No caso do texto e da mensagem de Jeremias, o que estava em jogo era algo muito mais precioso do que dedos, pescoços ou pessoas na sua integridade física e emocional. Valia-se a obra da redenção e o plano eterno de Deus em alcançar seus propósitos. Eu explico: Onze em cada dez leitores da Bíblia detestam ler as genealogias, e até nem valorizam ou entendem porque Deus gastaria tempo e espaço preciso nas paginas de sua palavra para registrar quem gerou quem e quem é pai de quem, numa lista enjoada de ler e nomes complicados de pronunciar que torna a leitura muito enfadonha e entediante. Pois bem, essas listas são parte da verdade total e são tão importes quanto o salmo 23 ou João 10. Quem entende de direito, sabe que tudo que o advogado do bandido precisa é encontrar uma falha no processo e se essa falha causar dúvida razoável e comprometer as provas, fica muito fácil desmontar tudo. Sem a genealogia bíblica, não se comprovaria a humidade de Jesus e isso comprometeria seu ministério e sua obra redentora. Desde a promessa feito à Adão e Eva em Gn 3.15, sobre o descendente da mulher que esmagaria cabeça da serpente, ela, a serpente vem esforçando-se para corromper a linhagem humana, tornando-a incapaz de servir aos propósitos eternos de Deus. Ela começou com os dois primeiros filhos de Adão, matando um e tornando o outro tão mal, que não serviria para prover uma descendência pura; então Deus recomeçou com o terceiro filho do casal, Sete. Pode–se perceber essas intervenções malignas em todas as gerações. Quando Noé saiu da arca, logo um de seus filhos pisou na bola e uma linhagem já saiu do páreo. Olhe as lutas para Abraão, Isaque e Jacó terem filhos e olhe as lutas e brigas entre eles. Na época de Jeremias já estava estabelecido que o Messias viria de Israel e mais especificamente da tribo de Judá e mais perto ainda, da linhagem de Davi; e foi aí que o mal intensificou seus ataques, Davi caiu em imoralidade crassa, Salomão foi devasso e mulherengo e cada geração teve lá sua cota. Mas quando chegou em Conias, filho do rei Jeoaquim, que fora mal e levado ao cativeiro, o caos se instalou de vez a ponto de Deus proferir essa terrível sentença sobre a linhagem real judaica. Os reis carimbaram e autenticavam documentos com um anel-selo, sem isso não tinha validade seus atos e ordens. O Senhor disse em termos mais simples que se ele fosse um rei e Conias fosse o seu anel-selo, ele o arrancaria e jogaria fora ou inutilizaria, de tão ruim e imprestável que o cabra era. No último verso do capítulo, o Senhor fecha o assunto, anulando essa linhagem de prosperar e ter qualquer direito ao trono dali em diante. “Assim diz o Senhor: Escrevei que este homem está privado de filhos, homem que não prosperará nos seus dias; porque nenhum da sua geração prosperará, para se assentar no trono de Davi, e reinar ainda em Judá” (Jr 22.30). A serpente entendeu que agora havia dado um “xeque-mate” em Deus. Não é por acaso que Deus é Deus e contra ele não se pode prevalecer… “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor” (Pv 21.30). Lendo as listas de genealogias registradas nos Evangelhos de Mateus e Lucas, percebe-se uma diferença surgida a partir de Davi. Há uma teoria judaico cristã muito interessante e para mim também faz sentido. Mateus escreveu seu evangelho para os cristãos judeus e sua linha de pensamento é provar a seus leitores que Jesus é legítimo filho de Abraão e Davi, consequentemente herdeiro direto e legal do trono de Israel, partindo de Abraão e passando por Davi e Salomão, chegando em José, marido de Maria e assim Jesus poderia ser coroado legitimamente. Lucas escreve seu Evangelho para um amigo Grego e público universal não hebraico e sua linha de pensamento é provar a humanidade de Jesus, partindo de Adão, passando por Abraão, Davi e aqui surge a diferença, Lucas usa a linhagem de Davi através de Natã e não de Salomão, chegando em Maria, esposa de José e como as mulheres não eram contadas na linha de sucessão, aparece José e não Maria, mas mesmo assim Jesus legitimamente é herdeiro do trono de Davi. Com isso, Lucas evita a linhagem de Davi, que foi interrompida em Conias, que perdera o direito de ter filhos no trono. Enquanto a serpente prestava atenção e corrompia a linhagem de Salomão, Deus já trabalhava na linha paralela com Natã. (Chupa essa!!! Alguém armou e ficou de bobo). Então Deus abriu mão do anel e preservou os dedos, e hoje Jesus não só e rei, como é O REI dos reis e O SENHOR dos senhores e tem o nome acima de todo nome e diante dele todo joelho se dobrará e toda língua confessará que ele é Senhor para glória de Deus Pai. Oh! Glória! A minha oração de hoje também são as palavras escritas por João em Apocalipse, não palavras melhores…
“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra. E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que estão no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. E os quatro animais diziam: Amém. E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre.” (Ap 5.9-14)
Pr Jason