Meditação do dia: 25/08/2023
“Se alguém vier maliciosamente contra o próximo, matando-o à traição, você deve tirá-lo até mesmo do meu altar, para que seja morto.” (Ex 21.13)
Crimes e Religião – Para os três ou quatro leitores(a) mais assíduos destas meditações, não é nenhuma novidade que eu separo muito bem a vida religiosa da vida espiritual; são coisas distintas uma da outra. Pessoas religiosas não são necessariamente pessoas espirituais, piedosas e tementes a Deus. Quem já assistiu os Três Mosqueteiros, sabe que o Cardeal Richeliu não é um bom exemplo de vida espiritual, religiosa, embora no filme e nos escritos, isso possa ser considerado apenas ficção, porque há uma versão que diz que ele foi Imortalizado como o grande vilão do escritor Alexandre Dumas no livro “Os Três Mosqueteiros”, o verdadeiro cardeal Richelieu nunca participou de nenhuma traição contra o rei Luis XIII, pelo contrário, foi totalmente leal durante toda a sua vida ao rei. Na Bíblia mesmo, vemos exemplos negativos, como os filhos do Sumo Sacerdote Arão, sobrinhos de Moisés, que morreram logo após a inauguração do Tabernáculo, por irreverencia na conduta diante de Deus nos seus ministérios. Não sentimos saudades dos filhos do sacerdote Eli, que foi o tutor do Profeta Samuel; cujos filhos também não foram bons exemplos. Mas nada se compara com Anás e Caifás nos dias de Jesus. “Estava próxima a Festa dos Pães sem Fermento, chamada Páscoa. Os principais sacerdotes e os escribas procuravam uma forma de matar Jesus; porque temiam o povo. Então, prendendo Jesus, levaram-no e o introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe” (Lc 22.1,2,54). Quando a Lei foi entregue a Moisés, e nessa parte que diz respeito à crimes contra a vida humana, como temos visto nessas últimas meditações, Deus fez prescrições protegendo a vida e os atos de inocência e acidentes que faziam vítimas. Aqui, no texto de hoje, é tratado de alguém com intenção dolosa que comete um homicídio e depois tenta se esconder atrás da sua religião, com ares de piedoso pedindo desculpas e fingindo arrependimento para não arcar com as consequências de seus atos. Já escrevi uma outra meditação à um tempo atrás sobre a prática que os israelitas criaram, de em certas circunstancias, onde se encontravam em situação de risco de vida, corriam para o altar dos holocaustos, que ficava no pátio do Tabernáculo e posteriormente no pátio do templo, agarrando-se nas pontas do altar. Aquilo significa um pedido de misericórdia e perdão, porque aquele altar de bronze, que recebia os sacrifícios pelos pecados, simbolicamente recebia os juízos ou os julgamentos das pessoas que recorriam a Deus. No texto de hoje, Deus diz, que um homicida doloso, agarrado no seu altar poderia ser retirado dali para ser julgado e sentenciado à morte se esse fosse o caso. Vemos um exemplo disso no começo do reinado do rei Salomão: “Quando esta notícia chegou a Joabe – porque Joabe tinha se desviado para seguir Adonias, embora não tivesse se desviado para seguir Absalão, ele fugiu para o tabernáculo do Senhor e pegou nas pontas do altar. Benaia foi ao tabernáculo do Senhor e disse a Joabe: Assim diz o rei: “Saia daí.” Ele respondeu: Não saio! Vou morrer aqui. Então Benaia voltou com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe e foi isso que ele me respondeu. E Salomão ordenou: Faça o que ele disse. Mate-o e sepulte-o, para que você tire de mim e da casa de meu pai a culpa do sangue que Joabe derramou sem razão” (1 Rs 2.28,30.31). A grande lição que podemos tirar para nossas vidas é que Deus não aceita desculpas esfarrapadas de pecados cometidos e depois tentar se esconder atrás da fé, que nunca foi vivida e experimentada como um relacionamento com ele. Deus sempre irá nos responsabilizar por nossos atos, não há religião ou ritual que nos isente disso.
Senhor, obrigado pelo perdão dos nossos pecados, todos eles; exceto a blasfêmia contra o Espirito Santo, todos os demais pecados podem ser confessados e perdoados; as pessoas podem ser aceitas e acolhidas com base no sacrifício de Jesus lá na cruz. O Senhor é justo e faz juízo e justiça para todos de forma imparcial. Agradecemos em nome de Jesus por sua bondade e misericórdia, para com todos nós. Oramos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason