Meditação do dia: 11/12/2023
“¹Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, puseram fogo dentro deles, e sobre o fogo colocaram incenso; e trouxeram fogo estranho diante da face do Senhor, algo que ele não lhes havia ordenado. ²Então saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram diante do Senhor.” (Lv 10.1,2)
Fogo Estranho – Estamos escrevendo algumas meditações bíblicas com um tema em comum: as ações humanas realizando substituições em ordens divinas ou agindo de forma que um projeto original é substituído por um inferior conforme a conveniência de determinados personagens. A idéia é refletir sobre como fazemos as coisas; como tomamos decisões alterando ordens, mandamentos, princípios e normas estabelecidas, ou um padrão que seria o convencional. Hoje, voltamos a nossa atenção para uma dessas atitudes com consequências desastrosas, culminando na morte de pessoas, que tinham um valor muito grande, uma vocação ao ministério e no exercício de suas funções tomaram decisões por conta própria, desconsiderando as ordens específicas recebidas. É claro que toda perda de vidas é lamentável e produz dor e sofrimento em familiares e amigos que são afetados com tais perdas. Aqui, os filhos do Sumo Sacerdote Arão, foram treinados, preparados e credenciados para oficiarem como sacerdotes no culto a Deus e tinham a responsabilidade de ministrarem no altar de Deus. Ninguém chega nessa nível de responsabilidade sem que tenha sido trabalhado e aprendido com exatidão as suas funções e responsabilidades. Aconteceu com eles o que tem acontecido com muitas pessoas ao longo dos anos e séculos, em muitas funções e responsabilidades que lhes são conferidas como privilégio servir, mas escolhem um caminho diferente, deixando de levar à sério aquilo que lhes foram passado com muito zelo e reverencia. Fazer a obra de Deus nos nossos próprios termos não é fazer a obra de Deus. Nos tempos de Jesus, alguém fez essa pergunta, sobre como fazer a obra de Deus, e Jesus lhes respondeu: “²⁸Então lhe perguntaram: Que faremos para realizar as obras de Deus? ²⁹Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: que vocês creiam naquele que ele enviou” (Jo 6.28,29). Crer em Jesus está diretamente ligado a viver e seguir os seus ensinamentos, suas prescrições e mandamentos. Não é uma questão de assentimento mental, uma concordância com um credo ou código de moralidade e religiosidade. Quando o Tabernáculo de Deus foi inaugurando, foi um evento espiritual e sobrenatural, aos olhos de todos e os próprios sacerdotes e ministros presenciaram os eventos e tinham instruções de procedimentos que resguardavam a santidade de Deus e a representatividade deles como ministros. Eles precisavam ser e servir de exemplo no zelo, cuidado e respeito com as coisas sagradas, porque são sagradas. No versículo final do capitulo nove de Levíticos, descreve a manifestação da glória divina e o fogo procedente de Deus sobre o altar, consumindo a oferta ali depositada. “E eis que, saindo fogo de diante do Senhor, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar. Quando todo o povo viu isso, deu gritos de alegria e se prostrou com o rosto em terra” (Lv 9.24). Esse era o fogo que deveria ser preservado sobre o altar continuamente, porque era procedente de Deus, fogo santo como dizemos e como foi prescrito na lei. “¹²O fogo sempre ficará aceso sobre o altar; não deve ser apagado. O sacerdote acenderá lenha no altar cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. ¹³O fogo queimará continuamente sobre o altar; não deve ser apagado” (Lv 6.12,13). De alguma forma, ou por alguma razão eles resolveram trazer um fogo comum, e não foi aceito por Deus, que fulminou os dois sacerdotes. Segundo alguns comentaristas, uma das prováveis razões pela ação irreverente deles, pode ter sido causado por ingestão de bebida alcoólica, e sobre tal efeito se apresentarem para servir no altar, o que era impróprio e vedado a Arão e à seus filhos perpetuamente, conforme se percebe na sequencia do texto bíblico. “⁹Você e seus filhos não devem beber vinho ou bebida forte, quando entrarem na tenda do encontro, para que não morram. Isso será estatuto perpétuo entre as suas gerações, ¹⁰para que vocês façam diferença entre o santo e o profano e entre o impuro e o puro ¹¹e para ensinarem aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por meio de Moisés” (Lv 10.9-12). Como sacerdotes eles precisam de sobriedade para terem bom discernimento entre coisas sagradas e profanas, impuras e puras, para ensinarem ao povo; portanto serviria para preservar suas vidas também. Se muitos cristãos e ministros não se embriagam com vinho ou bebidas, todavia se embriagam com o poder, o prestígio, a ostentação; com isso acabam por caírem sobre a tentação da ganancia e o materialismo, as riquezas e para alcançarem tais desejos, sacrificam suas próprias vidas e seus ministérios. Quantos altares estão hoje com fogo estranho aos propósitos de Deus e do que é ser igreja, para satisfazer a ambição desmedida de homens que perderam o temor de Deus e tomaram as rédeas de como interpretar a verdade revelada de Deus conforme as suas próprias conveniências. Isso nunca termina bem!
Senhor, te louvamos e agradecemos porque junto com o chamado o Senhor fornece também os recursos e até o fogo para ser ministrado no altar. Pedimos essa sabedoria do alto e a integridade de caráter para servirmos em fé e obediência, com humildade e alegria de estar diante de tua santidade e ministrar ao teu povo. Oramos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason