O Mistério do Véu

Meditação do dia: 28/02/2024

“Quando Moisés acabou de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto.” (Ex 34.33)

O Mistério do Véu – Como explicar algo que não é oferecido explicação razoável no texto bíblico? Sobre essa questão apareceram tantas versões e explicações que algumas até se tornaram “doutrinas” e até marca característica de determinadas igrejas e seguimentos. Uma ligeira pesquisa bíblica nos leva a perceber que véus fazem parte da indumentária feminina desde que o tecido foi inventado, ou quem sabe, ele foi inventado para fazer o véu (?).  Também percebemos que ele está bastante associado a cultos e rituais na antiguidade, tanto entre o povo de Deus, como entre os povos e culturas pagãs e em diversos tipos de rituais sociais e espirituais. “¹⁸Naquele dia, o Senhor tirará os enfeites que elas têm nos tornozelos, as toucas e os ornamentos em forma de meia-lua; ¹⁹os pendentes, os braceletes e os véus esvoaçantes; ²⁰os turbantes, as correntinhas para os tornozelos, os cintos, as caixinhas de perfume e os amuletos; ²¹os anéis e as joias pendentes do nariz; ²²os vestidos de festa, os mantos, os xales e as bolsas; ²³os espelhos, as roupas finíssimas, os enfeites para a cabeça e os véus” (Is 3.18-23). Nos tempos do início da igreja cristã, quando Paulo servia como missionário entre povos de outras culturas e cultos, enfrentou situações onde tais aparatos são mencionados em rituais. “¹¹Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. ¹²A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. ¹³O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões” (At 14.11-13). Posteriormente ele teve que discutir o tema com os cristãos da cidade de Corinto e aqui tem mais “pano pra manga” em termos de costumes, doutrinas e ensinamentos com problemas até os dias de hoje. “Quero, porém, que saibam que Cristo é o cabeça de todo homem, e o homem é o cabeça da mulher, e Deus é o cabeça de Cristo” (1 Co 11.3). O que era para ser um ensinamento para reforçar o Senhorio de Deus e de Cristo e as posições de autoridade e bom testemunho na comunidade de cristãos, se tornou um dilema de grandes proporções. Como em várias áreas na vida humana, extremos foram explorados nessa questão. Moisés passou a utilizar um véu, com o propósito de ofuscar o brilho do próprio rosto, que de certa forma incomodava as pessoas nas audiências, e à medida que aquilo foi desvanecendo, também terminou a necessidade. O uso de tal adereço, não tinha propósitos espirituais, ritualístico ou de afirmar ou definir alguma posição, mas resolver uma questão para que o trabalho e as atividades dele como líder não sofresse prejuízos. Quando ele entrava na presença de Deus ele não utilizava o véu, porque não fazia sentido. Claro que isso serve historicamente e  figuradamente para muitas boas e preciosas lições da vida espiritual e do caminha na fé; o próprio apóstolo Paulo utilizou tal metáfora para apresentar a diferença de glória da Lei e da graça, se tratando da Antiga Aliança e a Nova Aliança. O que podemos aprender com o uso ou não de algo que pode não definir nossa fé, mas contribui para a edificação da igreja? Tudo precisa ser feito para edificação e para a glória de Deus.

Obrigado Pai, por ser o centro da nossa adoração e do nosso culto. Só o Senhor é Deus e isso nos basta, nos satisfaz e deve ser suficiente. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

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