Meditação do dia: 13/10/2024
“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” (Sl 19.14)
Lábios e Coração – Falar, até papagaio fala! Na verdade, essas aves maravilhosas apenas repetem a produção sonora do que ouvem. O falar humano é o exercício de uma série de complexos mecanismos articulados juntos, que produzem muito mais do que sons conexos e articulados. Por isso e outros fatores a comunicação nos relacionamentos humanos são tão complicados. Mesmo utilizando as palavras, que podem ser consideradas as formas mais básicas e simples da comunicação, ainda assim, podemos criar variações e códigos tão complexos, que se a outra parte não for habilidosa o suficiente, ela pode não entender nadica de nada e até entender exatamente o contrário do que se diz. Já ouviu falar na “psicologia reversa?” quando se fala algo para que o interlocutor faça exatamente o contrário do que foi dito, pois afinal essa é a finalidade de leva-lo a fazer o que se quer que faça. Quando nos voltamos para a Palavra de Deus, que a revelação de Deus à humanidade, onde estão expressos a sua verdade e a sua vontade, não há nada contraditório, meias verdades, suposições ou “letrinhas miúdas no fim do contrato.” Como disse o próprio salmista: “As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada em forno de barro, depurada sete vezes” (Sl 12.6). Nessa interação comunicativa da criatura com o Criador, certamente o problema nunca foi, é e será da parte dele, e sim da nossa. Todas as nossas faculdades foram corrompidas pelo pecado e estão deteriorando cada vez mais, à medida que nos distanciamos da fonte de vida e assumimos atitudes mais independentes do amor e da sabedoria divinas. Jesus disse que as palavras dos nossos lábios espelham as verdades internas do coração e é muito difícil não ser assim. “Raça de víboras! Como vocês podem falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34). Depois de compor um dos poemas mais lindos sobre a revelação de Deus, o salmista fecha sua obra, alinhando a beleza poética e musical, com a verdade do dia a dia em relação à tudo que disse antes, pois de nada se aproveita, saber intelectualmente verdades tão lindas e profundas, mas continuar com um coração produzindo maquinações malignas e os lábios falando coisas que não abençoam e talvez até contradigam as verdades conhecidas e professas. Que seja essa também a nossa oração no dia de hoje.
“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” em nome de Jesus, amém.
Pr Jason