Meditação do dia: 19/12/2025

“Filhas de reis se encontram entre as suas damas de honra; à sua direita está a rainha enfeitada com ouro finíssimo de Ofir” (Sl 45.9)

Rainhas, Concubinas e as Virgens – Por um bom tempo, eu não compreendia bem o sentido do livro de Cantares na Bíblia, e como tantos outros cristãos, até estudiosos e teólogos renomados, tinha uma concepção equivocada e assim a minha interpretação era errônea e por isso mesmo não fazia sentido. Comecei a gostar desse livro e de suas narrativas, quando estava no seminário e o nosso professor de Novo Testamento, o pastor Angus Plummer, iniciou uma série de pequenas meditações na capela (período de intervalo entre as aulas, equivalente ao recreio). Fui conquistado; ele passou a fazer todo sentido e muito espiritual, de verdade. O que uma inspiração e uma revelação do Espírito Santo na faz na vida da gente! Hoje, pretendo valer-me de um pouco disso tudo para complementar nossas meditações sobre esses preciosos ensinos messiânicos do salmo que estamos trabalhando. “⁸Sessenta são as rainhas, oitenta, as concubinas, e as virgens, sem número; ⁹mas uma só é a minha pombinha sem defeito, a mais querida da sua mãe, a predileta daquela que a deu à luz. As outras mulheres a veem e dizem que ela é feliz; as rainhas e as concubinas a louvam” (Ct 6.8,9). O rei Salomão ficou conhecido na história, também pelo exagero no número de casamentos, de esposas, concubinas, filhos e a verdade é que necessita-se compreensão cultural, política e das alianças governamentais que regiam aqueles governos e reinos antigos, incluindo o reino de Israel como povo de Deus. Temos que admitir, que olhamos para um evento descrito na Bíblia, muito pela ótica nossa, de nossa cultura e valores atuais e assim algumas peças não se encaixam. Somos parte de uma sociedade livre, democrática, individualista e regida em muitos aspectos mais pelas nossas conveniências do que pela cultura e valores de fé. Casamento para nós, é por amor, companhia, para viver a vida inteira até que a morte nos separe; claro, nos últimos tempos, se o divórcio não aparecer antes. Naquela cultura, o casamento era o eixo principal para gerar descendentes e herdeiros, isso estava acima de amar o cônjuge, estar apaixonado, ou não ficar solteiro. Daí a permissão cultural do concubinato, na impossibilidade da esposa gerar filhos, poderia adotar-se uma secunda esposa, com direitos inferiores ou quase sem direitos maritais e os filhos eram considerados legítimos, como também poderiam ser rejeitados da linhagem. Os reis casavam com princesas estrangeiras para formar alianças entre as nações para proteger fronteiras, garantir comércio, proteção militar e etc. Era por isso, que Davi, Salomão e outros tiveram muitas esposas. Aqui, neste cântico, esses quadros aparecem e são figuras também do relacionamento de Cristo e da igreja. Essas pessoas, são também tipos, figuras das atuais pessoas ou públicos que participam da vida da igreja. Vejamos: Sessenta rainhas – são as muitas pessoas que frequentam, participam da igreja mais por interesses pessoais e mercantis, Deus é bom, é rico, generoso; elas querem a fatia delas, fazendo campanhas, participando de eventos, mas não são comprometidas com o Reino e muito menos com o Rei; elas se servem disso tudo. Oitenta concubinas – São pessoas que não tem compromisso total com o Rei e não se acham na obrigação de serem fiéis em tudo e podem escolher o tipo de compromisso e até onde ele vai. Elas se envolvem até certo ponto mas não se comprometem. Virgens, sem número – São frequentadores que conhecem a sala do rei, a cozinha do rei, circulam livremente no palácio, mas não tiveram e não terão relação íntima com Cristo, não o conhecem na intimidade, elas não adentram ao “quarto do Rei.” Uma é a rainha, a amada, a imaculada, a quem o rei dedica toda a sua atenção e todas as demais a consideram privilegiada e bem-aventurada. De qual grupo você faz parte? Qual o tipo de relacionamento você tem com Cristo?

Senhor, obrigado por nos abençoar com a sua presença e sua vida eterna compartilhada com cada um dos seus filhos, adotados legitimamente pelo sacrifício de Jesus lá na cruz. Agora somos filhos, somos da família e somos herdeiros e participantes da natureza divina, pela graça e misericórdia. Somos agradecidos, em nome de Jesus, amém.

Pr Jason