Meditação do dia: 02/12/2021
“E disse a suas filhas: E onde está ele? Por que deixastes o homem? Chamai-o para que coma pão.” (Êx 2.20)
Comer Pão – Gosto de comer pão! Literalmente ou em sentido figurado, eu gosto muito das analogias que esse gesto produz. Começando pela idéia de que pão é sagrado, comida para mim é algo sagrado, digno de ser recebido sempre com alegria e ação de graças, independente da quantidade e diversidade, a comida é sempre um sinal da bênção da provisão divina. Levo isso bem à sério de modo que não reclamo de comida e não gosto de ver pessoas reclamando, porque hoje na mesa só tem isso, isso e mais isso e gostaria de ter mais do isso. Entre os seminaristas dos meus tempos, brincávamos dizendo que na oração do Pai Nosso, Deus promete o pão nosso de cada dia, mas a margarina ou o presento e queijo é por nossa conta. Pão está presente em todas as culturas e ainda que possa variar de ingredientes e formatos, mas pão é sempre pão e vai bem em qualquer hora e com qualquer acompanhamento. O Pão está presente nos rituais de culto e nas oferendas e nas festividades ele é sempre um elemento presente, e sem dúvida ele merece esse destaque. Jesus, como um hebreu, era muito chegado em pão e utilizou como alimento, como símbolo nos seus ensinamentos e até multiplicou em duas ocasiões, alimentando multidões de famintos. Ao celebrar a sua última ceia de páscoa com seus discípulos, ele instituiu uma nova aliança entre Deus e a humanidade através da igreja, tendo o pão como um dos elementos da simbologia memorial. Para nós, batistas, a Ceia do Senhor é celebrada como um memorial da morte e ressurreição de Cristo como nosso substituto e pagando o preço pelos nossos pecados. Celebramos a Ceia do Senhor, em Memória do que ele fez e aguardamos a sua volta, pois ele planeje só tomar novamente quando tudo estiver consumado na casa do Pai. “Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele dia em que o beber, novo, no reino de Deus” (Mc 14.25). A Ceia do Senhor estabelece o princípio da comunhão restaurada em Cristo Jesus e que devemos preservar e fazer até que ele volte. Essa mesma idéia da comunhão, está presente na mesa da família, quando se assentam para comer pão, ou tomar uma refeição. Trazer alguém de fora da família para assentar-se à mesa e comer juntos é um gesto onde aquela família estende as suas mãos para receber em paz e alegria uma pessoa, que passa a ter comunhão e por isso, não trazemos qualquer pessoa para nossa mesa. Podemos doar, fornecer e ajudar pessoas com alimentação, mas o assentar-se na mesa é algo mais íntimo e profundo, cheio de significado. Isso explica, porque quando alguém quebra esse vínculo de amizade e proximidade, a outra parte se ressente e até dizem: “Era alguém que comia na mesa conosco…” Aquele sacerdote de Midiã, com um coração aberto e amistoso, falou às suas filhas que um homem com disposição de defender desconhecidos em uma situação de injustiça e se dispor a ajudar sem qualquer pretensão de recompensa ou ganho pessoal, é raro de se encontrar e quando isso acontece, não se pode deixar passar. Ele entendeu que elas deveriam ter antecipado a hospitalidade e tê-lo trazido para apresentar como alguém prestativo e ainda que elas o tivessem convidado para uma refeição sem consulta prévia ao pai, naquelas circunstancias ele teria entendido como um gesto bom e gentil da parte delas e certamente teria a sua aprovação; como elas não fizeram, ele agora estava autorizando-as a que fosse em busca dele com um convite em nome da família. Jesus nos convidou para estarmos com ele um dia na casa do Pai, haverá um banquete para celebrar essa comunhão. “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo 14.2,3).
Obrigado Senhor, pelo privilégio da comunhão e da amizade de sentarmos à mesa com o Senhor. Não somos merecedores de nada disso, mas em Cristo, o Senhor, ganhamos uma nova vida com muitas oportunidades boas e entre elas, ter comunhão com Deus em Espírito e em verdade. Agradecemos o pão de cada dia que o Senhor não nos tem deixado faltar e suprido com abundancia. Te louvamos e agradecemos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason