Meditação do dia 23/12/2016
Is 3.4 “E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro; e por cinto uma corda; e em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, pano de saco; e queimadura em lugar de formosura.”
Onde foi que erramos? – A humanidade tem algo de muito constante: A inconstância; como disse um desses filósofos de plantão, que a única permanente nos homens são as mudanças. Parece um eterno sobe e desce na gangorra da vida; quando atingem certos patamares de desenvolvimento, paz e prosperidade, imediatamente vem a decadência moral, a preguiça, o desperdício, a soberba, a violência e segue-se a dominação da força e da brutalidade e tudo começa de novo. Mesmo em se tratando de um povo nascido sob promessa de Deus, crescido sob proteção e cuidados especiais e sobrenaturais com leis boas e justas, juízos retos e preceitos muito equilibrados, com reis, sacerdotes e profetas e homens sábios, dotados de dons especiais e todos com status de “Ministros de Deus;” ainda temos que admitir – ainda eram humanos… e como tal…. Depois de tudo que a igreja viu e aprendeu da história e sofrimento do povo escolhido na Antiga Aliança, e agora, sob uma Nova Aliança, firmados em termos ainda mais claros, gravados no coração e não mais em tábuas de pedra; tendo como fiador o próprio Deus encarnado na pessoa de Jesus Cristo, com a presença real do Espírito Santo como penhor nos corações selados dos que voluntariamente receberam o plano e o propósito de Deus, através da graça no Evangelho… ainda somos imensamente carentes da misericórdia divina e as tendências para corrupção e degeneração estão presentes tal e qual anteriormente. Quanto Deus fala com Israel nas Escrituras, é praticamente literal cada aplicação da interpretação que se tenha a dar; pois a nossa Bíblia foi escrita no oriente, para povos do oriente com cultura, costumes e hábitos de seu lugar e a linguagem dela deve ser levada em conta isso; ainda que profeticamente Deus trata com todos os povos de todos os tempos, especialmente os da aliança, que agora são o Novo Povo de Deus, o Novo Israel, Filhos da promessa com o pai Abraão através de Jesus Cristo. Espiritualmente vivi grande parte da minha experiência cristã, numa igreja histórica, mas que valoriza muito “usos e costumes” como se fossem doutrinas, o que era muito comum nos anos setenta. Textos como esses eram pratos cheios para pregadores e doutrinadores se esbaldarem sobre o “pecado da vaidade” e o quanto Deus abominava beleza, enfeites, jóias, joias, adereços, maquiagens e etc. Como todo texto tirado do contexto, vira pretexto, esse não é diferente. Ao ler e estudar, meditar e pensar com cuidado e achar o “fio da meada,” digo, a linha de pensamento do profeta, falando em nome de Deus; não é difícil perceber que desde o começo do livro, Deus vem falando e tratando de posturas, comportamento, caráter e atitudes erradas das pessoas, da nação, das autoridades governamentais e isso incluía até o sistema de culto e adoração a Deus. Não tem como separar uma coisa da outra; na mordomia divina, não há separação entre sagrado e secular, vida pessoal e vida eclesiástica, vida em família e vida na membresia da comunidade de fé. Um afeta o outro, tanto para o bem quanto para o mal. Uma pessoa com problema de caráter, ela o é em casa, no trabalho, no lazer, na igreja, na carreira e nos círculos todos onde influencia e sobre influencias. Uma família doente, adoece os familiares e a igreja que frequenta, que por sua vez como comunidade adoece sua área de atuação e o círculo vai ficando cada vez maior. Deus não diz através de Isaías que esses pormenores de uso pessoal eram pecados e por isso o juízo iminente. O pecado era íntimo e pessoal, que se tornava cultura e prática coletiva e estilo de vida de todos as pessoas e cidades da nação. A beleza, os adereços e as características belas dadas como bênçãos, agora expressavam apenas o orgulho, a arrogância e a manipulação egoísta de todos contra todos e especialmente contra Deus e sua vontade. Tudo isso sem humildade, amor, piedade, justiça e integridade, não tem significado e não expressa a criatividade e nem os altos valores de Deus e sua multiforme graça. É só casca, só folhas, nada de conteúdo! Temos que pensar e repensar nossas formas de expressão da fé e da graça de Deus, mesmo na apresentação pessoal. O amor é lindo e cheira gostoso, o pecado fede e contamina tudo ao seu redor!
Pai, podemos ver em tudo que criaste o quanto o Senhor tem bom gosto e sabe combinar e ser criativo. Nós somos o mais perfeito exemplo de tudo que criaste em termos de perfeição e capacidades, afinal fomos formados à tua imagem e semelhança, embora vasos de barro, mas contendo um precioso interior que deve reflete a tua graça e o teu amor. Quando permitimos o pecado se aproximar e controlar a situação, tudo se transforma e a beleza, a formosura, a inteligência e todos os dons se tornam armadilhas para fins egoístas e nocivos. Em nome de Jesus, perdoa-nos pelo mau uso de tudo o que é teu e nos foi confiado. Que vivamos cada dia em verdadeira conversão e consagração a ti e aos teus santos propósitos. Purifica nossos corações e mantenha-nos limpos e puros na prática e nas intenções também, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason