Meditação do dia 22/12/2017
Gn 6.9 – “Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.”
Noé era homem justo – É sempre muito gratificante ver uma pessoa sendo elogiada por uma virtude cultivada em sua vida de forma a se tornar uma marca, uma característica dela. No linguajar cristão evangélico, justo é utilizado como sinônimo de pertencente a Deus, salvo, sem levar em consideração o cunho ético e moral; assim o mundo é composto de dois tipos de pessoas, os justos e os injustos, os que pertencem a Deus e os que não pertencem. Também, contrariando a doutrina da mordomia Cristã, se faz separação entre a vida pessoal e a vida espiritual (na verdade, religiosa), com isso pessoas dentro da igreja são justas enquanto dentro das quatro paredes do templo e nas suas funções eclesiásticas, mas em detrimento de um estilo bem diferente quando se trata de sua relações sociais fora do âmbito de igreja. Ministros piedosos e quebrantados e justos nos púlpitos mas ímpios e injustos no proceder assim que tira o paletó, até mesmo dentro de casa com os familiares. Temos que concordar com Tiago, que isso não é bom: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (Tg 3.11,12). A vida de Noé era justa diante de Deus, mas também aos olhos dos seus contemporâneos e temos que levar em consideração que o povo da sua época, não era nada fácil, tanto é que foram destruídos pelas águas do dilúvio. Uma definição bastante simples e até simplória de justo, é reconhecer o que realmente se é ou tem, dando assim a cada um o que lhe é de direito. Essa virtude precisa ser trabalhada na vida, de forma que se incorpore na personalidade de tal forma que se funda e uma e outra coisa se tornam iguais. Tem muito a ver com escolhas, pois a cada momento nos deparamos com oportunidades de escolhermos como fazer, como participar e como nos portar e a nossa fé precisa ser levada em conta nessas horas. Um justo dificilmente será favorecido onde a demanda por injustiça e perversidade é privilegiada; sendo assim, os cristãos devem estar prontos para as oposições e rejeições que constantemente nos assediam. Quando um injusto tem que decidir entre um justo e um injusto, ele sempre vai preferir o parceiro de atitudes, pois escolher um justo, é certificar a si mesmo de estar errado e ninguém, com um vida egoísta, que atestar isso. Salomão fez uma recomendação interessante para orientar os justos: “Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” (Ec 7.16). Uma das minhas máximas preferidas é: “Tudo o que é demais, passa!” A tentativa de ser correto e perfeito, pode ser exagerado e ir para um outro extremo, tão perigoso e destrutivo quanto o de ser injusto. Pelo fato de só Deus ser perfeito em tudo, precisamos andar o mais próximo dele quanto nos for possível, para que nossas virtudes se mantenham verdadeiramente virtuosas e construtivas.
Pai, olhamos para ti, para andarmos de forma digna da nossa vocação como teus filhos e espelharmos o teu caráter e assim abençoar as pessoas ao nosso redor. Obrigado pela justiça de Cristo implantada em nós pela redenção. Em nome dele oramos, amém.
Pr Jason