A Provação do Meu Pai

Meditação do dia 01/12/2018

 “E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.”  (Gn 22.1,2)

 A Provação do Meu Pai – Conhecemos de muitos ângulos a história desta parte da vida de Abraão, ao ser provado por Deus no seu amor e lealdade, ao receber a ordem de sacrificar seu filho Isaque em um holocausto. Entre essas muitas perspectivas, pouco se vê da ótica de Isaque, que estava diretamente envolvido, sendo ele a própria vítima a ser oferecida. A essa altura, ele já era um jovem, provavelmente saindo da adolescência, já com porte físico avantajado, pelo menos o suficiente para se defender e ou oferecer resistência num atentado contra sua vida. Em cada fase da vida, a pessoa a vê por aquelas lentes da realidade da sua fase e da sua maturidade; o que torna significativo entender o ponto de vista do outro. Por mais maduro que alguém seja ainda na sua mocidade, ele ainda é um moço, um jovem; que pode por circunstancias diversas, se ver a obrigado a assumir papeis um tanto inadequados para sua etapa, mas na ausência do titular, essa necessidade, produz a antecipação de comportamento de maturidade e responsabilidade, como filhos que precisam assumir a provisão da família, irmãos terem que cuidarem uns dos outros e assim acomodarem uma situação anormal para os padrões convencionais, mas necessários. Isaque certamente cresceu admirando o pai, que era um homem de fé e de estreita comunhão com Deus. Seu pai era admirado e respeitado por todos e em todo lugar por onde peregrinavam. Isaque aprendeu a conhecer e cultuar a Deus, até então, o Deus de Abraão, e era lhe repassado constantemente os ensinamentos da aliança e do compromisso de serem fiéis e passar adiante o conhecimento e zelo com o sagrado, até se tornarem uma nação e depois uma grande nação e virem a ser o povo abençoador de todas as famílias da terra. Costumo dizer que há coisas na vida que não temos como ensinar, apenas se pode aprender e aprender pode vir das mais variadas formas. Abraão naquela tarde, no seu momento à sós com Deus recebera uma revelação nova, urgente e séria, e se pôs a fazer os preparativos para uma jornada inusitada. Isaque só foi informado do que realmente era necessário saber até então, sem antecipação de pormenores. Para Isaque seria uma viagem, uma jornada de adoração, num lugar ainda incerto, mas que dava para confiar nas decisões do pai. Para Abraão, a história era outra: Deus pediu-lhe algo extremamente valioso e precioso para seu coração e que era na verdade sua razão de ser e existir; mas o Altíssimo, o possuidor dos céus e da terra tinha prioridade absoluta na sua fé e devoção e nada e ninguém ficaria entre eles; sobre isso, não havia dúvida ou insegurança, pois aquele que fizera o impossível surgir, seria naturalmente capaz de fazer ressurgir, como, ele não sabia, mas sabia que Deus sabia; pode ser apavorante, mas é reconfortante saber que alguém está no controle, e não sou eu, mas alguém que realmente pode resolver. O que Isaque poderia ter lido no olhar e nos gestos do pai que mostrava que alguma coisa estava para acontecer? Que Abraão não entrou em pânico ou desespero, ao menos por fora, já sabemos. Isso é fruto da intimidade com Deus, que não se alcança num curso intensivo de final de semana; isso leva uma vida, para se revelar em dia, ou até num único instante. Valorize o seu tempo devocional diário, porque dias de provação hão de vir com certeza!

 

Pai, obrigado por preparar os nossos corações para os momentos decisivos de provação e lutas que dificilmente vemos ou percebemos sua chegada, mas sabendo que estarás conosco, já é suficiente e confortador. Em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason

Isaque é o Descendente

Meditação do dia 30/11/2018

 “Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência.”  (Gn 21.12)

 Isaque é o descendente – Em alguns círculos evangélicos no Brasil, ainda circulam correntes de pensamento, uma pseudo interpretação da vontade de Deus, um tanto quanto baseado no “achômetro;” e eles dizem a vontade de Deus se manifesta em três níveis: Básica, perfeita e permissiva. Isso serve para adequar situações e circunstancias em que a pessoa se intromete e faz suas próprias escolhas e como tais escolhas não são necessariamente pecaminosas, então “Deus permite.” Meus respeitos ao direito e á liberdade de pensamento e expressão, constitucionalmente permitidos e defendidos, mas a vida cristã é mais séria do que isso. O Altissimo, o possuidor dos céus e da terra, havia empenhado sua Palavra numa aliança com o nosso querido patriarca. A aliança era abrangente e tinha a eternidade como meta a ser alcançada; eternidade no sentido de que eles continuariam aliançados de geração em geração, pelos séculos dos séculos, sempre renovando os termos. Também visava a redenção da criação de Deus, que fora vendida e escravizada ao pecado e para reavê-la Deus teria que exercer o direito de remissão; através de um parente remidor e nesse caso, um representante humano se tornava útil e necessário. Foi assim que entre Deus, Abraão e Sara, como um casal, uma célula familiar humana, se estabeleceu um pacto, no qual eles seriam pais biológicos de um filho que teria ratificado todos os termos da aliança firmada com Abraão e Sara. O casal, estava consciente da dificuldade de gerar esse filho, porque Sara era estéril e desde cedo, se viu nessa condição e então passaram a crer na promessa e reivindicar uma cura ou um milagre de concepção para que a aliança vingasse. O Senhor Deus já sabia da condição de Sara? Claro! Mas isso não era um impedimento para ele, embora fosse para eles. Como humanos, vemos a vida e as circunstancias sempre pela ótica humana e os recursos cabíveis nessa condição. Mesmo para quem caminha com Deus e já tem experiências do poder de Deus, ainda conta primeiro com o que lhe está à mão e toda ajuda extra é bem vinda. Por experiências distribuídas na história bíblica entendemos que muita coisa Deus faz à partir do impossível humano, exatamente para evitar o orgulho e a vanglória, mesmo dos mais humildes. Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” (Is 42.8). O homem tem um pé dentro do círculo do heroísmo e procura, apropriar-se de feitos, nos quais foi coadjuvante, para se propor como protagonista. Assim, surge as muitas missões impossíveis, nas quais Deus faz exatamente o que não era humanamente possível e tira, toda e qualquer chance de glória sobre os feitos de Deus. Foi assim que foi reafirmado para Abraão, que Isaque era a pessoa com a qual a promessa se confirmaria e era ele o descendente prometido, aguardado e agora confirmado. Deus nunca teve um plano B para Abraão e Sara.

 

Pai, graças te damos por tua boa, agradável e perfeita vontade. Sempre! Em nome de Jesus, amém.

 

Pr Jason