Meditação do dia: 20/12/2019
“E falou Deus a Israel em visões de noite, e disse: Jacó, Jacó! E ele disse: Eis-me aqui.” (Gn 46.2)
Jacó Disse: Eis-me Aqui – Existem outros “Eis-me Aqui” nas Escrituras Sagradas, como o profético no Salmo 40.7,8 que alude a Jesus, como o servo disposto a fazer a vontade de Deus. E provavelmente o mais famoso, que é o de Isaías, no capítulo 6.8, que muito se utiliza em trabalhos de missões e consagração de vida. São realmente expressões significativas dentro do contexto cristão. Agora, esse aqui de Jacó, se nos torna ainda mais significativo devido as circunstancias que rodeavam a vida do patriarca, quando isso veio a acontecer. Me refiro, ao espírito generoso, desarmado e livre de mágoas ou ressentimentos, ou mesmo alguma reserva para com Deus ou a sua vontade. Definitivamente Jacó não era um predecessor da “geração Nutela,” cheia de frescuras, mimos, dengos e vontades. Jacó, não se sentia nem um pouco injustiçado, nem achava que tinha direitos à reclamar ou mesmo podia “prensar Deus contra a parede.” A pergunta que todos querem fazer é: Por que? Por que Jacó agia assim, e não reagia mal? A minha versão para isso, é que ele entendia muito bem a verdade sobre os papeis de cada um – o lugar do servo e do senhor; a posição de autoridade e comando que deve ser respeitada e obedecida. Mesmo dentro do seio da igreja, que ensina maciçamente isso, sobre Deus como acima de tudo; Jesus Cristo como O Senhor, O Rei dos reis, Soberano, etc. etc. Especialmente nós ocidentais, temos muita, mas muita dificuldade mesmo de entender esses conceitos de submissão e posição. Somos talhados para não submeter a nada e a ninguém; a rebeldia é bem vista e cultivada e incentivada em praticamente todas as instancias. Pessoas que se insurgem contra autoridades e hierarquias são cultuadas como heróis e venerados em verso e prosa. Os filmes, os teatros, as produções artísticas valorizam tanto isso, que a cultura absorve e até bebês são bem vindos aos times de “do contra.” Esses aspectos entram com as pessoas para a vida cristã, quando se convertem, e são discipulados por pessoas, igrejas e denominações que tem a rebeldia em seus históricos, no DNA mesmo. Falar “Eis-me aqui” para Deus é uma formalidade que demonstra humildade e submissão que na verdade nunca se concretizam. Se tornam meras palavras de rituais que não expressam o culto e a vida das pessoas. São gastos anos de vida caminhando com Deus até ele alcançar algum nível de soberania, quando a pessoa amadurece um pouco. Jacó se prontificou a viajar e parou para cultuar a Deus com sacrifícios de gratidão e louvor, Deus se manifesta a Ele e o encontra feliz, disponível, moldável e grato pela bondade divina em te-lo sustentado e lhe dado o privilégio de rever seu filho, que até então era tido como morto ou desaparecido para sempre. Um coração limpo, quebrantado é marca de maturidade e submissão legítima. Me impacta muito aquela declaração de Paulo à Timóteo sobre a condição do coração ensinável e de onde fluem coisas boas: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1 Tm 1.5). “Eis-me aqui” não pode ser apenas uma frase curto e bem colocada! Não pode ser uma formalidade religiosa! Precisa espelhar intenção verdadeira!
Senhor, graças te rendemos, por sermos chamados para ser filhos e servir a ti, servindo ao nosso próximo. Amar e respeitar a tua grandeza e soberania divina e quando orarmos dizendo que estamos disponíveis, estarmos de fato falando do coração e daquilo que desejamos fazer para ti. Não há razão suficiente para ficarmos magoados ou indispostos diante de tudo que tens feito e revelado a nós. Tu és digno de toda a nossa confiança, louvor e adoração. Submeter-se a ti é bom, é uma bênção e trás segurança e descanso para nossa alma. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason