Meditação do dia: 22/08/2020
“E o capitão da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e estiveram muitos dias na prisão.” (Gn 40.4)
Sob os Cuidados de José – “Gente fina é outra coisa!” Tenho um amigo que gosta muito de jogar futebol com os irmãos e com certeza ele é melhor na profissão que exerce do que como jogador de futebol. Mas valendo-se de seu porte físico avantajado e sendo daqueles que assim que a bola rola e o sangue esquenta, saia da frente! Ele só bate na canela! Mas para ele, do queijo para baixo, tudo é canela. Quando pediam para ele aliviar, afinal é uma brincadeira e entre irmãos, ele levava na boa e dizia: “perco um amigo mas não perco uma dividida.” Mas é gente muito boa! Estou lançando mão dessa narrativa para lembrar de pessoas que não perdem a pose por nada. Não abrem mão de ostentar até aquilo que não é e não tem, mas as aparências para eles importam muito e mesmo quando estão em baixa, não se rendem! Ao olhar o texto de hoje, logo de pronto, vi oportunidade de entrar em várias possibilidades de temas que podemos ver em nossas vidas e relacionamentos sociais, bem como dentro da comunidade de fé. Situações que precisam ser corrigidas é claro, pois predispõem para prevalecer na base da “carteirada,” como aquele ilustre desembargador na Baixada Santista, aqui em São Paulo. José já estava a bom tempo servindo na prisão, sob os cuidados do capitão da guarda e alcançado seu favor e já liderava os trabalhos e colocado a casa em ordem, de maneira que ali, não tinha mais um aspecto de prisão, nem aquele clima sinistro e cabuloso típico desses ambientes. É então que aparecem dois novos presos – não deve ter sido difícil identificar cada um deles, pois exceto estarem presos e aguardando veredito do Faraó, seriam iguais a todos os demais daquele lugar. Mas para quem já trabalhou no sistema carcerário e penitenciário, mesmo nos dias modernos, sabe que ali, não há nada de humildade e submissão, ou mesmo reconhecimento que se está sob a tutela do estado e numa condição pouco privilegiada. Ali existe um exercício de poder, autoridade, classes e padrões de comportamento que o “sistema” cria, mantém e todos “são iguais” mas há uns mais iguais que outros, (igualzinho cá fora!) Já ouviu dizer que “o sol nasce para todos, mas a sombra, só para alguns privilegiados?” Esses novos ingressantes, por alguma razão, já chegaram chegando e o capitão da guarda, responsável pelo sistema, apresentou os dois e os colocou sob os cuidados de José para serem servidos por ele. Ao invés deles servirem e se enquadrarem no sistema da casa, já chegaram por cima, afinal um era o mago da cozinha real, fazia os mais deliciosos e apetitosos produtos da panificação de todo o Egito, por isso servia pessoalmente a Faraó. O outro era o copeiro chefe de sua majestade. Uma função ultra importante e de confiança, pois além servir e se aproximar fisicamente muito perto de Faraó, ainda provava e experimentava tudo ante do monarca, tanto por questão de paladar, sabores, quando por risco de vida por envenenamento. Quem conhece o conto moral da “Espada de Dâmocles,” sobe muito bem que essas pessoas vivem com a vida por um fio, diante desses reis e poderosos. Muitos de nós, ficaríamos indignados e dispostos a retaliar ou reagir; afinal José estava a um bom tempo ali, preso injustamente, era de bom comportamento, servia com fidelidade e até o capitão da guarda se beneficiava de seus préstimos e todos ali estavam bem e abençoados POR CAUSA DE JOSÉ. E retribuem dessa forma? Não reconhecem nada? Nenhuma gratidão? Nenhuma consideração!!! Queridos, servos não tem direitos, nem o direito de ter direitos! A mentalidade de ser reconhecido, ser bajulado, elogiado e apresentado como “esse é o cara que tem nos proporcionado tudo isso!” Não é mentalidade de Reino de Deus; não é próprio de “servos de Deus.” Quem faz ministério ou serve na igreja e na obra de Deus em troca de elogios, promoções e reconhecimentos está fora da lista de galardões divinos, já receberam sua parte. Além de se amargurarem e rebelarem quando não são lembrados e elogiados em público. A linha de pensamento de servir no Reino de Deus, é demarcada pelas pisadas do próprio Rei. “Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.26-28). Outra marca do chefe é: “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (Jo 13.13-17).
Pai, obrigado por ser Senhor e nos aceitar como servos, e na maioria das vezes e do tempo, “servos inúteis,” para dizer o mínimo. Mas a graça, maravilhosa graça tem sido o fator nivelador e nos permitido continuar diante de ti e no posto de serviço designado. Reconhecemos que não merecemos, mas agradecemos o favor. Permita que nossos corações sejam iluminados pelo teu Santo Espírito e por tua Palavra, e assim aprendamos uma porção a cada dia e possamos crescer. Confessamos e admitimos a nossa carne não melhora, não ajuda, precisa de fato, ser crucificada e morrer na cruz com Cristo, para renascermos para uma nova vida, todos os dias. Pela fé buscamos ajuda, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason