Meditação do dia: 10/02/2021
“Tomai também a vosso irmão, e levantai-vos e voltai àquele homem;” (Gn 43.13)
Benjamim, Passaporte Carimbado – A simplicidade é a maior sofisticação. Também é verdade que as coisas simples, de pouca aparência inicial pode reservar profundidades maiores que as expectativas iniciais de alguém. Ao acompanhar a história dos encontros e desencontros dos irmãos de José pode-se perceber a obra maravilhosa que Deus estava construindo por trás do cenário visível a eles e à nós. Os detalhes aparecem, digamos em baixo relevo, é preciso atenção e intenção de aprender para ser guiado a esses pormenores que fazem a diferença. Estou pensando nas relações de confiança que são de grande significado para uma família e ali elas foram estremecidas; mas o interessante é que havia um segredo separando e regendo as ações. Daria até para parodiar a sétima arte com Treze homens e um segredo. Jacó, José e Benjamim eram vítimas dos outros dez. José sabia de parte de tudo aquilo e é muito provável que ele imaginava o que eles levariam para o pai e o irmão mais novo; mas ele não poderia ter plena certeza disso. Jacó, o pai deles foi o que mais prejuízos sofreu e sobre quem recaiu as maiores dores; afinal ele viu o filho querido sair de casa e não voltar mais, apenas sua capa foi resgatada. A dor do luto para um pai é muito mais intensa do que para filhos, mas eles ainda assim, mantiveram a mentira e o engano, mesmo com o sofrimento prolongado e visível do pai. Benjamim, foi afetado pela perda da companhia e proteção que teria do irmão e por crescer vendo o estado emocional do pai, o que certamente lhe acarretou menos atenção de qualidade e mais proteção exagerada, porque ele era agora um símbolo e objeto de segurança do pai. Os dez irmãos sabiam que estavam errados e quanto mais o tempo passava, maior a possibilidade da verdade aparecer e tudo desabar e isso causaria maiores danos do que se a verdade tivesse sido dita desde o início. O pai era um homem de oração e de comunhão com Deus e eles sabiam da intimidade dele com Deus e agora nessa viagem ao Egito eles perceberam que o passado deles estava mandando a conta e aquilo que fizeram, estava lhes assombrando. Não mereciam a confiança do pai e do irmão mais novo, mas eles nunca demonstraram que reconheciam isso e respeitavam isso. José, não lhes deu opção, senão encararem a verdade e agirem para restaurarem tudo que haviam quebrado. Então, quando Jacó lhes dizem para pegar Benjamim e levarem ao Egito e o apresentarem “Àquele homem,” era um passo de fé para ele, confiar nos filhos que até então ele não sabia que não podia confiar. Para eles, receberem o voto de confiança do pai, quando nunca deveriam receber, era a oportunidade da redenção, se tudo desse certo; caso contrário, eles seriam punidos por tirarem os dois filhos de Jacó, gerados de Raquel. Até para eles era um peso grande demais. Nada podia dar errado. Foi aí que eles viram o valor de um irmão. Não havia nada que podiam fazer para trazer José de volta, porque até eles já acreditavam que isso era impossível, mas dariam a própria vida pela segurança e retorno em segurança de Benjamim. Para eles, se Jacó tivesse que perder mais um filho nessas condições, não seria Benjamim. Será que de fato compreendemos o valor de uma pessoa, como Jesus expôs? “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt 16.26). O quanto valia aquela permissão para Benjamim viajar com os irmãos!
Oramos a ti, Deus Pai, Todo-Poderoso, a Jesus Cristo, o nosso Senhor e Redentor e ao Espírito Santo, o Consolador que nos guia a toda a verdade e nos acompanha no dia a dia para vivificar a Palavra de Deus em nossos corações. Graças te rendemos por permitir nossa jornada ser tão preciosa, ao lado de companheiros e irmãos que também estão aprendendo e crescendo na graça de compreender o valor de cada alma e que não podemos deixa-las se perderem. Contamos com sua ajuda, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason