Meditação do dia: 11/02/2021
“E Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei.” (Gn 43.14)
Dar o Filho – Olhando diretamente para o texto de hoje, eu posso pensar em muitas vertentes para escrever alguma coisa, mas há um propósito ao qual procuro ser fiel na escrita diária, que é produzir um texto com qualidade suficiente para abençoar alguém, ainda que seja eu mesmo. Exercitar o raciocínio e a mente é tão importante quanto o exercitar dos músculos e gerar boa condição física. Espiritualmente precisamos nos alimentar diariamente, com qualidade e regularidade, com porções nutritivas da Palavra de Deus, regado com o azeite fresco da unção do Espírito Santo, que é de fato quem produz vida em nosso espírito. “Somente o Espírito dá vida. A natureza humana não realiza coisa alguma. E as palavras que eu lhes disse são espírito e vida” (Jo 6.63 NVT). Podemos olhar e ver as coisas do ponto de vista de Jacó, um pai que amava seus filhos, tinha promessas para eles que era firmes e certas além de que o futuro de um mundo abençoado pelo conhecimento de Deus dependia desses garotos se comprometerem com o projeto de Deus. Como pai ele havia perdido um filho muito amado, por causa do pecado e da maldade dos irmãos. Buscando a sobrevivência da família ele os enviou ao Egito para comprar provisões de alimento, perdendo ali outro dos filhos que ficou preso para averiguações. Esses rapazes até então se viam como inocentes, honestos, corretos e homens de família, muito responsáveis. Notou que o que escrevi até aqui, é a mesma história do pecador diante de Deus? Afundado até o pescoço pela sua própria maldade, o pecado se acha bonzinho, correto e não fez nada para merecer uma situação adversa. O amor do pai querendo de volta seus filhos, desposto a pagar o preço de resgate, se vê na condição de ter que dar o filho único, inocente, santo e justo para redimir e libertar vários outros, caídos, rebeldes e condenados. Guardando as devidas proporções, assim estava Jacó, na condição de dar Benjamim, o único dos filhos que não estivera envolvido nas práticas habituais dos seus irmãos, agora teria que ir para o sacrifício para trazer de volta o condenado Simeão e reaver o próprio filho para ficar ao seu lado. Dar um filho bom para salvar os filhos pecadores. Se não desse certo, não tinha plano B, não havia outra alternativa. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Tal como Jacó, Deus só tinha um filho e o deu, sem plano alternativo. Há uma grande verdade na resignação do velho patriarca: “…se for desfilhado, desfilhado ficarei.” Depois de quase quarenta e cinco anos de caminhada cristã, ainda tenho muito que aprender sobre viver sob as alianças com Deus. Nossa cultura foi e é alienada da vida de alianças, nossos fundamentos culturais se baseia em contratos e não alianças. Contratos estão sujeitos a distratos, podem ser quebrados, violados, alterados, judicializados e não honrados, quase sempre sem consequências graves. Então, mesmo convertidos a Cristo, cheios da Palavra de Deus, com valores éticos e morais de raízes judaico-cristãos, precisamos de analogias para falar e entender os conceitos da redenção. Quando Jesus celebrou sua última ceia com os discípulos lá no Cenáculo, ele instituiu uma Nova Aliança no seu sangue, tomando os elementos pão e vinho como memorial. Ele não teve que explicar o significado, pois aquelas pessoas presentes sabiam o que era uma aliança e uma nova aliança. Explicamos isso todas vezes que celebramos a Ceia do Senhor, mas muita gente boa, não tem a menor idéia do que estamos falando, falando grego parece. Isso é crucial para o verdadeiro desenvolvimento na vida espiritual e crescimento na fé.
Senhor, Deus de alianças e de promessas, como cantamos, precisamos de muita ajuda do Espírito Santo para entendermos com o coração e no poder do Espírito Santo os verdadeiros caminhos de andar em alianças contigo. Não contratos, não acordos e manobras que não podem redimir. Só o sangue de Jesus como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo; esse pecado é o verdadeiro problema, a verdadeira causa da separação entre a criatura e o seu criador. Salva-nos, Senhor, por amor do teu nome, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason