Meditação do dia: 20/08/2021
“Depois de haver sepultado seu pai, voltou José para o Egito, ele e seus irmãos, e todos os que com ele subiram a sepultar seu pai.” (Gn 50.14)
José Voltou Para o Egito – Voltar atrás é uma coisa bem diferente de retornar a um lugar de onde se saiu. Gostaria de explorar quem sabe um campo que diz respeito aos efeitos de escolhas ou acontecimentos de nossas vidas. Intencionalmente ou não, fatos e ocorrências afetam a gente! Toda mudança causa insegurança e inquietação até que as coisas se acomodem. Aqui estou querendo ver o quadro pela ótica de José, que saiu de Canaã, ainda muito jovem, um adolescente e foi uma ruptura dolorosa e impactante na sua vida. Primeiro, porque não fora sua escolha; segundo, não fora uma necessidade que obrigou uma decisão drástica como aquela; em terceiro lugar, fora um ato de violência por parte de seus irmãos. Eu saí de casa, pouco mais de um mês antes de completar vinte anos, e o fiz por necessidade de trabalho, então fui tentar a sorte em Anápolis, onde já morava um dos meus irmãos, que me recebeu com muita alegria e tínhamos uma ótima relação de amizade e companheirismo. Ele me deu todo o suporte necessário para começar a minha jornada fora da casa de meus pais; jornada essa que dura até hoje, pois nunca mais voltei para casa, em termos de morada. De lá segui para o Seminário e depois para o início do ministério pastoral em Sabará na Grande BH e o resto é uma longa história. Em todos esses anos, sempre que volto à Goiás e ou à casa de meus pais e irmãos é uma sensação maravilhosa, saudosa, do tipo “o bom filho à casa torna!” (Bom filho é por minha conta, tanto familiar quanto a ser goiano). Emparelhando a minha experiencia com a de José, agora com aproximadamente cinquenta e seis (56) anos de idade; trinta e nove (39) anos depois, pegando o caminho de volta para Canaã!!!! Não dá para comparar as duas jornadas, porque a ida foi por sequestro, talvez até amarrado sobre um animal de carga, ou sendo arrastando andando à pé enquanto era zombado e privado de água, alimento e descanso e se vendo distanciar cada vez mais de casa e de uma oportunidade de libertar-se e fugir. Agora a preocupação maior era em honrar a memória do velho pai que ele levava de volta para ser sepultado. Agora ele não era mais um escravo, um produto ou objeto mercantil, mas um homem nobre, uma autoridade respeitável e com todas as garantias de segurança. O coração de José, certamente ainda palpitava forte também pelas lembranças e memórias, que ninguém da família, o pai ou os irmãos sabiam ou poderiam imaginar. Ele agora ao retornar para o Egito, era uma escolha pessoal e uma etapa da sua jornada de crescimento, que o levou a ser uma pessoa sem rancores, mágoas ou marcas que não lhe permitissem ser a resposta de Deus para o seu tempo. Ele agora era o segundo homem forte do Egito, era esperado pelo próprio Faraó; tinha trabalho, família e ali agora estava o prosseguimento das promessas de Deus para ele e para todos, sob sua responsabilidade. José sabia o seu lugar! As emoções, as memórias, as tristezas ou alegrias estão dentro da gente, como estava dentro dele, mas a vida segue e as responsabilidades também. Elas devem nos impulsionar para frente, para cima e para coisas maiores!
Obrigado, Senhor, pelo dia de hoje e pela história que cada pessoa tem e que foi construída com tudo o que aconteceu. Foram coisa boas e outras não tão boas, mas o teu amor e o teu cuidado estiveram presente o tempo todo e nos guardou, nos protegeu e isso fez a diferença, para chegarmos aonde estamos hoje. Agradecemos, em nome de Jesus, pela vida de cada pessoa que foi e continua sendo bênçãos em nossas vidas. Amém.
Pr Jason