Meditação do dia: 17/02/2023

“Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde vos der carne para comer, e pela manhã pão a fartar, porquanto o Senhor ouviu as vossas murmurações, com que murmurais contra ele. E quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o Senhor.” (Ex 16.7)

Carne Para Comer – Quero compartilhar com os leitores, uma lição sobre essas verdades proferidas nestes episódios da saga dos israelitas no deserto, bem no início de sua jornada rumo à Terra Prometida. Ciente de que quase integralmente, meus leitores são cristãos, evangélicos e são pessoas que valorizam os hábitos devocionais de se ler e estudar a Bíblia, com a finalidade de aprendizagem. Portanto, a linguagem aqui, é voltada exatamente para esse público, pedindo licença aos outros leitores, que não sejam evangélicos ou não cultivam os hábitos devocionais, mas são muito preciosos e queridos por mim. Vou lhes contar uma história, minha história, sobre uma época e situação específica, nos anos oitenta, quando frequentava o seminário, e estava orando para tomar algumas decisões, mas me sentia muito desconfortável e inseguro, mas simultaneamente, estava mais interessado que a resposta viesse do jeito que mais me agradaria e a vontade de Deus, seria apenas um mero detalhe. Imaturidade à toda prova! Certa noite, próximo ao horário obrigatório de tempo devocional antes de dormir, me dirigi ao quarto de um colega para consulta-lo sobre questões de matérias que estávamos estudando e fazendo tarefas. Fui bombardeado  por uma palavra desse amigo, que estava lendo a sua Bíblia, exatamente nessa passagem e sem nenhum conhecimento das minhas questões interiores e das orações, ele me disse: “O povo de Israel pediu a Deus que lhes desse carne e  ele deu.” Então acrescentou: “Nem tudo que pedimos a Deus é realmente o melhor, o desejo dele para nós, mas se insistirmos, ele acabará nos dando o que pedimos.” Aquilo soou como uma bordoada, um soco no estômago! Ali eu entendi o que eu estava fazendo, agindo carnalmente, orando apenas para cumprir um protocolo, mas eu já sabia o que queria e estava disposto a fazer. Eu me arrependi, pedi perdão a Deus e mudei de idéia e me submeti à sua vontade. Não preciso lhes dizer que a paz voltou a reinar no meu coração e na minha mente. Esse conceito, de carne, metaforicamente significando atitudes e decisões tomadas com base nos instintos e prazeres pessoais, em contraste com decisões firmadas na Palavra de Deus e submetidas ao crivo da oração e consagração pessoal. Paulo trabalhou esse princípio, que mais parece um “cabo de guerra,” onde a pessoa se vê puxada em direções opostas. “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl 5.17). Literalmente os israelitas tinham necessidade de alimentos e estavam numa condição inadequada para suprirem de forma natural por estarem no deserto, em viagem e longe de fontes de recursos. O problema, não era a falta de alimentos e nem a legítima necessidade. O pecado aparece fazendo uso de algo legítimo, desvirtuando a causa e incentivando ações que não justificam a conduta da pessoa. O pecado se vale daquilo que se apresenta, para levar a ações que contraria a vontade de Deus e a ordem estabelecida. É legítimo comer, dormir, descansar, lazer, investir e etc. Mas é errado e é pecado transformar essas demandas em motivos de ganancia, usura, glutonaria, preguiça, egoísmo e outras más ações. Nossa fé precisa servir de parâmetro para nossas tomadas de decisões e em todas elas, podemos agir como pessoas espirituais, amadurecidas, generosas e que estão comprometidas com o testemunho da nossa fé em Deus.

Senhor, obrigado por cuidar das nossas necessidades sem que precisemos violar a nossa consciência e não pecar contra os nossos semelhantes, fazendo aquilo que não honra ao Senhor e não abençoa as pessoas. Reconhecemos que o Senhor é o nosso pastor e nada nos faltará, e todas as coisas serão supridas e acrescentadas no devido tempo, por sua graça e bondade. Oramos em nome de Jesus, amém.

Pr Jason