Meditação do dia 20/03/2018
“E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.” (Gn 14.15)
A vantagem da desvantagem – “Então foi Davi a Baal-Perazim; e feriu-os ali Davi, e disse: Rompeu o Senhor a meus inimigos diante de mim, como quem rompe águas. Por isso chamou o nome daquele lugar Baal-Perazim” (2 Sm 5.20). Muitas batalhas do povo de Deus, eram literais e físicas, contra inimigos verdadeiros de carne e osso e muita maldade, mas mesmo assim, por trás de tudo aquilo havia hostes espirituais do mal, que lutam por almas, pela eternidade e são na verdade pequenas batalhas estratégicas, que fazem parte de uma guerra maior e com propósitos muito altos. Há de se elogiar a coragem e o destemor de Abrão, um fazendeiro, não militar e sem treinamento e nem prática de guerras, se envolve num conflito para salvar o sobrinho, acompanhado de seus servos e alguns amigos confederados, seus vizinhos. O adversário deles, quatro reis belicosos, experientes em saques e ataques para conquistar e subjugar reis e reinos menores ou desprotegidos. Eles vieram em campanha armada para prender e saquear aquelas cidades-reinos e levar a pilhagem como recompensa; ali viria tesouros, bens materiais e pessoas que seriam escravos de serviço ou para serem negociados, gados e animais de toda espécie que entrariam para seus inventários de graça, aumentando suas riquezas e capacidade de maiores ataques e mais opressão. Essa era a vida deles, esse era o propósito de suas existências. Até o dia em que atravessaram o caminho de um servo de Deus, que entendia o coração de Deus e estava consciente do seu papel de abençoador de todas as famílias da terra. Onde começa o chamado ou a prática da vocação? Justamente quando somos confrontados com os valores que norteiam nossas vidas. Abrão não estava pronto em nenhum ponto de sua vida ainda; mas o inimigo não espera que estejamos prontos para declarar guerra. A prática é verdadeiramente o caminho mais curto para a perfeição! É fazendo que se aprende e é aprendendo que se cresce com as experiências e não com as teorias. Como vencer um inimigo muito maior, muito mais experiente, melhor equipado e já em vantagem na ação? Não deve ser sem razão que um dos nomes de Deus na Bíblia é SENHOR DOS EXÉRCITOS – “Portanto diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos, o Forte de Israel: Ah! tomarei satisfações dos meus adversários, e vingar-me-ei dos meus inimigos” (Is 1.24). Devemos nos aconselhar com o Senhor dos Exércitos antes de pensar em entrar em combate com qualquer tipo de adversário. Abrão buscou em Deus e recebeu as estratégias certas para com um contingente infinitamente menor prevalecer contra a arrogância dos números e do poder da carne. Particularmente amo olhar o texto e ver Abrão se preparando para a guerra, “junto com os seus criados;” isso é ensino sobre liderança espiritual – como diz lá em Goiás, “o dono do boi, pega no chifre!” O que está em disputa não saber quem destruiu mais, ou quem fez isso ou aquilo, pois o único propósito de uma guerra espiritual é libertar os cativos das garras do inimigo. A lutar é travada com os servos de casa; não contratamos mercenários e nem caçadores de recompensa. Abrão tinha 318 servos e empregados disponíveis e foi com esses que ele foi pelejar, e depender da força do Senhor e de sua sabedoria para ter sucesso. Isso pode ser replicado em igrejas e ministérios – querer produzir grandes resultados sem ter um contingente engajado, apenas contratados e estranhos à visão e ao propósito de Deus. Campanhas caríssimas, artificiais, emotivas e apelativas, onde os “criados locais” são apenas expectadores e sem participação ativa em nada. Os resultados são sempre artificiais e os cativos continuam cativos; quando não são apenas trasladados de local e tipo de cativeiro.
Senhor Deus dos Exércitos, precisamos prevalecer a cada dia contra adversários sempre maiores e ardilosos. A única diferença que temos é o Senhor mesmo; sem tua graça e sabedoria, não conseguimos libertar os cativos e salvar essas almas. Que outra utilidade prática poderemos ter, se não pudermos ajudar essas almas? Guia-nos as estratégias certas, com os valores certos, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason