Macpela

Meditação do dia 04/07/2018

 “Que ele me dê a cova de Macpela, que ele tem no fim do seu campo; que ma dê pelo devido preço em herança de sepulcro no meio de vós.”  (Gn 23.9)

Macpela – A Wikipédia trás o seguinte comentário sobre esse lugar: “O Túmulo dos Patriarcas é considerado como o centro espiritual da antiga cidade de Hebron, que se situa no sudoeste da Cisjordânia, no coração da antiga Judeia. O lugar é chamado Me-arat Hamachpelah, que significa «o túmulo das duplas sepulturas.” Relembrando um dos pilares desses escritos diários que fazemos e que chamamos de Meditação do dia; nossa idéia é meditar e tirar alimento espiritual e lições para serem aplicadas em nossas vidas, no sentido prático. Não temos como prioridade estudar teologia, arqueologia ou outras ciências; mas também temos o compromisso de não fugir das boas práticas de interpretação e coerência doutrinária da Palavra de Deus. Alimento atrativo mas contaminado, faz mal para a saúde. O que falar então em torno de uma sepultura no meio de um campo comprado por Abraão para herança de sepultura para sus familiares e descendentes? Eu gosto muito de pensar nesse capítulo vinte e três de Gênesis, como de profunda espiritualidade para a experiência de Abraão, naquele processo de crescimento e tratamento de caráter que ele vinha tendo com Deus. Se formos resumir a totalidade do texto, diremos que se trata de uma negociação imobiliária. Uma transação de compra e venda, com demonstração de interesse, proposta de doação que foi recusada, contraproposta, determinação de valor e negócio fechado com testemunhas e tudo mais. Há uma história de uma jovem, empregada doméstica, que se converteu a Cristo e no dia da profissão de fé par ao batismo (os mais antigos sabem o que é isso); como não havia pessoas que a conheciam bem, o pastor pediu que ela mesmo falasse algo que atestasse a sua conversão a Cristo. Ele disse: “Depois que me converti, nunca mais varri o lixo para debaixo do tapete!” ao que o pastor disse que era suficiente. Todos nós lembramos que Abraão no passado, mesmo sendo rico, próspero e abençoado e já andando com Deus, por mais de uma vez, disse meias verdades sobre seu relacionamento com Sara e atraiu vantagens financeiras para si e Deus teve que intervir para libertar Sara. Mas agora, vemos um ancião experiente, em luto, emocionalmente em momento delicado e sendo tentado a receber de graça, um terreno valioso, que lhe interessava e era seu desejo comprá-lo e os nativos estavam facilitando as coisas. Ele se curvou diante deles em respeito, mas permaneceu erguido diante de Deus, com integridade e um testemunho de quem tinha sido curado de um mal que o havia acompanhado a vida toda e que até fazia parte da cultura e tradição de seus ancestrais. No tempo de Moisés, ao relembrar os compromissos de serem fiéis a Deus e suas alianças, Deus disse algo, no mínimo engraçado, sobre Jacó/Israel que confirma isso: Então, protestarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás: Siro miserável foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente; porém ali cresceu até vir a ser nação grande, poderosa e numerosa” (Dt 26.5 ARC). Em outra versão a expressão é: “Arameu, prestes a perecer…” isso alude a condição de vida em que vivia Jacó em Canaã, quando José, primeiro ministro do Egito mandou buscá-lo com toda a sua prole. Então sempre que leio Gn 23, vejo em Macpela, mais do que um campo com uma caverna-sepultura; ali vejo Abraão sepultando os últimos traços de uma vida carnal e materialista, ainda antes mesmo de sepultar Sara. Um dia, mais dia, menos dias, todos nós temos que nos defrontar com nossa Macpela. Não dá para viver a vida toda e partir para a outra com aspectos não resolvidos, dúvidas e segredos de caráter que só nós mesmos sabemos. Sepultura é um lugar emblemático: Quem vai lá, vai para nunca mais voltar, ou quem foi levar alguém, ao voltar deixa lá alguma coisa que nunca mais terá em sua vida. É um lugar terrível, mas não há nada tão transformador.

Senhor meu Deus, em Cristo, o Senhor já passou por isso, pois foi profetizado, aconteceu e Jesus entrou e saiu no terceiro dia, e também voltou transformado e transformador. Ele venceu a morte, tomou as chaves da morte e é a ressurreição e a vida para todos que nele creem. Para servi-lo de fato, é preciso cada dia levarmos a nossa cruz e sermos com ele crucificados, mortos e ressuscitados para viver em novidade de vida, para glória daquele que é, que era e que há de vir! Ajude-nos, Espirito Santo, nessa arte de morrer, para viver em plenitude para Deus. Em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

Deixe um comentário