Meditação do dia 18/04/2019
“Então disse: Eu sou o servo de Abraão.” (Gn 24.34)
O Servo de Abraão – A dignidade existe em tudo que pode ser feito ou visto com um olhar de respeito e consideração acima de vaidades e preconceitos. Ser bom naquilo que se propõe fazer é uma forma de honrar os dons, os talentos e habilidades que nos foram conferidos por Deus na nossa criação e na nova vida em Cristo. A sabedoria e a economia do Senhor, não nos permite cogitar que ele fez, criou ou colocou algo em existência sem qualquer senso de utilidade e propósito. A ausência de evidencia não é evidencia de ausência; se isso serve para finanças e mercados, então serve também para a vida. Humildemente podemos aceitar que não sabemos tudo, ou mesmo, não sabemos muito, no máximo, sabemos que nada sabemos e vivemos na tentativa e erro em descobrir como se aprende e se adquire conhecimento. Então podemos concluir que tudo o que sabemos, de fato não é tudo que existe; e o mesmo é válido para os demais seres à nossa volta. Jesus sendo Deus se fez homem e nessa forma ainda se humilhou a si mesmo assumindo condição de obediência até chegar ao que entendemos como “fim da linha” que é a morte e morte de cruz. O maior, o melhor, o soberano, assumiu as condições mais baixas daquilo que existe entre os homens, a condição de servo sem reconhecimento e sem garantias. Como ele mesmo falou na ultima ceia após lavar os pés dos seus discípulos: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 12.15). Servir, esse foi o caminho apontado por Jesus. Quando Paulo escreveu aos Romanos sobre a obra da santificação que nos liberta do domínio do pecado, que se fez senhor de nossas vidas e ditou os rumos de nossa condição até que Cristo se fez presente pela fé, numa rendição total e incondicional ao seu senhorio, somos instigados a ver que a condição de servo é auto-imposta pela pessoa. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Rm 6.16). Nesse caso, quem escolhe o senhor a ser servido é a própria pessoa. É importante afirmar que a ignorância não isenta ninguém responsabilidades. Não escolher, já é uma escolha! Se omitir é uma escolha de não se envolver e assumir responsabilidades. Daí as pessoas não se movimentarem para sair da condição de escravidão ao pecado e perdição e entender que agindo assim, não são responsabilizados por seus atos. Quando Jesus disse “que não é possível servir a dois senhores, pois haverá dedicação a um e desprezo a outro” (Mt 6.24); também estava falando que quem então escolhe servir a um ou a outro é a pessoa. Eliézer se apresentou como “…Eu sou o servo de Abraão…” não era a sua condição social ou função que o projetava para cima ou para baixo, mas a pessoa a quem ele servia lhe dava dignidade, prestígio e status do qual ele podia se orgulhar e se alegrar. Servir à Abraão, para ele era uma grande honra e diante da família de Abraão que ali vivia e estava recebendo aquela comitiva, ele era bem vindo, bem visto e prestigiado por ser quem era: servo de Abraão. A escolha de servir a Deus é nossa, como resposta de gratidão ao seu amor demonstrado por nós na redenção e a Cristo que deu sua vida por nós. Isso é que confere valor e dignidade a nós como seres humanos e agora redimidos pela graça de Deus. “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5.14,15). De quem você realmente é servo? De quem eu realmente sou servo?
Senhor, eis nos aqui em busca de graça e misericórdia. Na condição de filhos, nos colocamos com humildade na condição de servos, de livre e espontânea vontade, porque fomos comprados por grande preço e libertados plenamente. Em gratidão escolhemos servir àquele que nos libertou. Obrigado, por sua obra completa de redenção em Cristo Jesus. Amém!
Pr Jason