Voce Reconhece?

Meditação do dia: 11/05/2020

 “E tirando-a fora, ela mandou dizer a seu sogro: Do homem de quem são estas coisas eu concebi. E ela disse mais: Conhece, peço-te, de quem é este selo, e este cordão, e este cajado.” (Gn 38.24)

Você reconhece? – Li há algum tempo um livro de um autor muito bom, um pastor de igreja local nos Estados Unidos. Ele narra um período difícil que atravessou, chegando à beira do esgotamento físico e emocional; é claro que isso afeta muito a condição espiritual da pessoa e a sua produtividade no ministério. Com uma equipe ministerial boa, eficiente e zelosa ao seu lado, eles perceberam a situação e resolveram agir compulsoriamente para o bem dele. Reuniram a igreja e diretorias e deram-lhe um período de férias forçado; ele teria que sair e ir para um local aprazível e descansar, só isso e sem direito de não aceitar. Resignado ele reconheceu o seu estado e sua necessidade e aceitou passar unos dias numa cabana nas montanhas, e um obreiro muito próximo se encarregou de leva-lo e buscar no dia combinado. No percurso, o seu auxiliar colocou para ouvirem uma gravação de uma conferencia para pastores e líderes onde o pregador ensinava as medidas e passos bíblicos e práticos que pastores e obreiros deveriam seguir para não entrarem em colapso físico e emocional no ministério. O pastor gostou muito e elogiou o conferencista, afirmando que aquilo realmente era o correto. Foi quando o auxiliar perguntou se ele reconhecia a voz e o estilo do pregador – ele ficou surpreso ao saber que era ele mesmo a poucos anos atrás. Judá havia tomado decisões que o conduziram a afastar-se de sua verdadeira vocação e propósito de vida. As armadilhas do pecado são suaves e quase imperceptíveis no começo, sendo apenas um assentimento com determinadas condutas, que não são “tão runs” e podem aproximar a pessoa de um público que precisa ser alcançado e ajudado. O tempo e a lassidão moral vão distanciando o coração das margens de segurança até facilitar um tropeço e queda. Ministros do Evangelho, sacerdotes vocacionados e pessoas que receberam um dom ou uma oportunidade de servir a Deus ao servir as pessoas, testemunhando sobre o caminho a verdade e a vida abundante disponível em para todos precisam ser cuidadosos e vigilantes, para não se desviarem do caminho. Judá era um homem, um cidadão, um pastor de rebanhos, empreendedor e negociante, era um pai de família e representante de uma aliança eterna, passada de geração em geração. Mas ele se perdeu no meio do caminho e agiu como se fosse um cananeu tal qual o seu amigo adulamita. Criou seus filhos nesses moldes e essa influencia fez mal a eles e se perderam e morreram. Judá entregou sua identidade pessoal e ministerial em troca de satisfação passageira e quando tudo isso ficou desaparecido, ele se deu por resignado, aquilo não parecia ter mesmo tanta importância. Foi uma experiencia dura e vergonhosa diante de um tribunal, onde ele se apresentava como aparte que acusa alguém de lhe causar um grande prejuízo moral e espiritual, que valeria a pena de morte. Então lhe é expostos seu selo, cordo e cajado, acompanhado da pergunta desconcertante: Você reconhece isso? Ele não tinha como não reconhecer; não tinha como negar objetos tão personalizados e também reconhecer o que eles simbolizavam. Não se tratava de um anel, um cordão e um cajado de madeira, aquilo era ele! Aquilo era sua vida! Aquilo era sua vocação e responsabilidade! Aquilo nunca deveria nem poderia estar nas mãos ou sob guarda de nenhuma outra pessoa! Aquilo era responsabilidade pessoal intransferível. Reconhecer o que é, onde está e porque chegou até esse ponto é o início do caminho de volta. Adão não reconheceu seu papel e culpou Eva, que não se reconheceu e culpou a serpente! De lá para cá, é um festival de desculpas esfarrapadas! “Foi um momento de fraqueza!” “Estava sob muita pressão!” “Fui abandonado por…” Como os discípulos desiludidos após a morte do Mestre, mesmo sabendo da ressurreição, alguém desiste e abre a porta para os demais. Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam (Jo 21.2,3). Você sabe para o que foi chamado? Reconhece sua identificação ministerial? Está em seu poder e sob seus cuidados os dons de Deus que te foram confiados? Não espere ir para o tribunal e ser forçado a reconhecer aquilo que lhe é tão pessoal. Seu íntimo e o à sós com Deus serve de tribunal, onde não tem como negar a verdade ali exposta. Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (2 Tm 4.1,2,7).

 

Senhor Deus, nós nos reconhecemos em Jesus! Somos pecadores, mas arrependidos e prostrados diante daquele que pode salvar e guardar a cada um de nós. Os dons e a vocação pertencem ao Senhor e nos foram entregues para serem desenvolvidos e servir no Reino de Deus. Oramos por perseverança e resiliência nos momentos difíceis e das provações que parecem infindáveis, para que possamos encontrar abrigo em ti e assim renovar nossas forças para vencer. O senhor nos reconhece como filhos, nos ama e nos recebe, isso nos basta, nos conforta e restaura. Glórias sejam dadas a Jesus o nosso Senhor e pelo seu sacrifício obtemos a vitória. Amém.

 

Pr Jason

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