Meditação do dia: 1920/05/2020
“Então disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achado o copo.” (Gn 44.16)
As Perguntas de Judá – O crime perfeito ainda não foi cometido! Essa afirmação é muito popular entre os peritos em criminalística. Ela se baseia que a mente criminosa sempre deixará uma pista que favoreça o desvendamento do delito. A sabedoria divina registrada nas Escrituras, confirmam essa verdade forense. Prestemos atenção nessas palavras de Salomão: “Eis que os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele pesa todas as suas veredas. Quanto ao ímpio, as suas iniqüidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido. Ele morrerá, porque desavisadamente andou, e pelo excesso da sua loucura se perderá” (Pv 5.21-23). Grifei as expressões centrais das verdades que o cristão deve observar no comportamento de alguém que anda sem disciplina e pecando voluntariamente com a “certeza de que no final tudo dará certo.” Começando pela cena do nosso texto, onde Judá e seus irmãos tem um encontro muito constrangedor com o governador do Egito. Lendo nas entrelinhas, dando vasão à criatividade de pensamento e permitindo as emoções participarem da experiencia; entendemos que foi muito constrangedor. Vamos propor a nós mesmos um exercício de ficção: imagine-se presente naquele encontro, sem poder intervir é claro. Aqueles homens adentrando os portões da casa do Governador, observados por soldados e servos, que até poucas horas atrás estavam curiosos com aqueles viajantes hebreus sendo convidados pelo governador para comer com ele. Foram muito bem tratados, e agora a conversa que circula entre a criadagem é que afanaram objetos preciosos da casa. Por que alguém se sujaria por uma taça, ainda que de ouro? Meus queridos, nós, vocês e eu sabemos que eles não pegaram nada da casa de José, eles não sabem, mas não poderiam saber que algum deles faria tamanha insensatez; o governador já desconfiava deles, já os prendera da primeira vez por três dias e depois liberou-os para suprirem suas casas, deixando Simeão como garantia de honestidade e retidão. Também sabemos que José não os incriminariam inocentemente, mas ele precisa aperta-los o máximo para extrair precioso conteúdo escondido lá no íntimo de cada um. Sob pressão, quem fraquejaria e delataria, ou tentaria se livrar traindo os outros? Na cabeça de Judá havia perguntas, muitas perguntas e nenhuma delas se encaixava ou fazia sentido. Tudo o que não podia acontecer estava acontecendo bem diante de seus olhos e não havia nada que eles pudessem fazer; como um castelo de areia se desfazendo e só resta olhar e esperar tudo desmontar. José passara por isso nas mãos deles e não houve nada que ele fizesse ou dissesse que os demoveram do intento e ficaram com as moedas, o lucro do crime que encobriram por tantos anos; mas agora a cobrança chegou. O que mais pesava para eles era a acusação recair exatamente sobre Benjamim, o único ali que de fato seria inocente e nunca soubera de nada. Podemos também ver aqui, o peso que tem um falso testemunho. Como é maligna uma acusação sobre alguém que não deve e lhe é criada uma situação com provas forjadas sem que lhe dê oportunidade de explicar. É muito ruim uma pessoa ter que se render e se responsabilizar por delitos e pecados que não cometeu, mas as acusações são fortes demais para serem contestadas, porque foram fabricadas de propósito. Será que tem alguém preso, culpado e vivendo miseravelmente por algum ato que não cometeu, mas que nós sabemos a verdade e omitimos ou fizemos para nos livrar? Já passou por isso? De um lado ou de outro? Já caluniou? Já foi caluniado? Já armou para alguém? Já se omitiu de ajudar alguém e fez-se de surdo e não se comprometeu com a verdade? Como Judá, eu tenho muitas perguntas e não quero ficar com elas só para mim, quero dividi-las com vocês; pode ser que chegou a sua hora de sair do escuro e encarar o seu passado e colocar às claras algumas coisas para assim, libertar de vez e para sempre alguém, incluindo você mesmo. Permita ao Espírito Santo lançar luz no seu íntimo, naquele quartinho secreto.
Senhor, tu que sondas a mente e o coração de cada um dos teus filhos; não queremos andar e viver sob condenação, dando vantagem ao adversário e impossibilitados de contemplar de fato e de direito a beleza da comunhão com o Senhor. Judá e seus irmãos tiveram um encontro com seus passados sombrios e maus, para que viessem a ser em uma nação abençoada e reconciliadora para o mundo todo, para todas as famílias da terra. Pela fé, somos filhos de Abraão e herdeiros da mesma aliança de bênçãos que em Cristo trás paz e harmonia para o nosso coração. Ilumina-nos através da verdade que penetra nossa alma. Precisaremos de ajuda tua, oh! Espírito Santo! Guia-nos a toda a verdade, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason