Termo de Rendição

Meditação do dia: 21/05/2020

 “Então Judá se chegou a ele, e disse: Ai! senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó..” (Gn 44.18)

Termo de Rendição – As palavras de Jó, que em termos de cronologia, foram ditas, muito tempo antes de Judá, pois mui provavelmente ele fora contemporâneo de Abraão, fazem muito sentido e tem pleno cumprimento nessa situação em que Judá está curvado diante de José, humildemente pedindo clemencia e o reconhecendo como autoridade sobre ele. Jó falou a Deus e sobre Deus: Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido (Jo 42.2). O que começou como diferença de opinião entre irmãos dentro de casa, tornou-se rixa e adversidade crescente, quebrando os afetos e laços familiares e virou sentimento de violência doméstica com um grau de periculosidade tão intensa, que se cogitou em fratricídio; por intervenção de um irmão um pouco mais ajuizado,  ficou só em sequestro, tortura e tráfico de escravidão humana. Tudo isso dentro de uma família da promessa, da linhagem da redenção; cujo pano de fundo ou verdadeira motivação era não permitir que os planos de Deus se cumprissem na vida de uma pessoa. Parece-nos difícil imaginar que duas correntes estava atuando juntas e contrárias naquela família. Os propósitos e a vontade de Deus agindo através de Jacó e José para serem bênçãos para todas as famílias da terra. Por outro lado o mal e o pecado, pelo ódio atuando atrás de Judá e outros irmãos, para que José jamais se tornasse aquilo que ele sonhava. Judá não podia ver o futuro, como ninguém deles podia e muito menos você e eu hoje podemos; mas sem saber ele estava lidando com algo maior do ele mesmo e destruindo José adolescente, ele destruiria sua própria família e seu clã e comprometeria todo o futuro. Judá e seus irmãos estavam jogando contra sua própria equipe. Uma terceirização muito ruim – homens de Deus prestando serviço ao Diabo. É bem provável que Judá no seu íntimo tenha cultivado a intenção de “jamais se curvar para aquele pirralho mimado, queridinho do papai!” Até Jacó/Israel, um homem de íntima comunhão com Deus e de vida espiritual equilibrada e constante, estranhava os sonhos do filho; não entendeu, mas preferiu uma repreensão branda, como que aceitando uma possibilidade, mas não dar tanta ousadia para o filho. E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração (Gn 37.10,11). Israel foi muitas vezes visitado por Deus em sonhos e revelou-lhe coisas grandes e profundas que levaria muito tempo para aquilo se materializar; também instruções sobre como se livrar das armadilhas desonestas do sogro e assim prosperar, quando ele apascentava os rebanhos e usou varas com listas nas cascas para gerar rebanhos favoráveis a si. Então ver o filho adolescente ter sonhos sobre reinar, governar e todos se curvarem a ele, era estranho mas não inviável, pois ele mesmo tinha promessa que reis procederiam de sua linhagem. Talvez a questão dele, seria o fator tempo – já é para agora? A lição aqui é que não sabemos como Deus vai agir e operar para cumprir suas promessas em nossas vidas; não saber como e mesmo assim oferecer resistência, pode ser um tipo de rebeldia muda, que no fundo é rebeldia de qualquer jeito. Mas voltando a Judá na casa do governador; o que é que estamos assistindo ali? Judá e seus irmãos fazendo exatamente aquilo que prometeram nunca fazerem: se curvar para José! Chamá-lo de Senhor! Implorar por suas vidas e até se proporem em servir-lhe como escravos! Aqui como meus botões, talvez até para José, aquilo já estava indo longe demais! Mas não era longe demais; era o ponto crítico onde o pecador reconhece que não tem saída! Não tem mais domínio sobre si e sobre suas ações e não tem como apresentar defesas! Só resta se render e agora a vida está nas mãos de quem pode, mas que aguardou a rendição sem forçar. A verdadeira conversão e também o processo de santificação da vida do cristão, ambas acontecem numa crise, onde a agonia e a luta interior é tão intensa que beira o desespero até a rendição final. Estou falando por experiencia própria. É por isso que o nome é “RENDIÇÃO!” Quando se chega nesse ponto, não importa o que foi disso anteriormente; não importa o que juramos nunca fazer! Ali é o fim da linha para aquela vida; só se sai dali “morto!” a pessoa que se levanta e sai não é mais e nunca mais a mesma! Se você ainda não passou por isso, não perde por esperar! A sua hora vai chegar e se não chegar é pior para você, aqui e na eternidade, pode apostar nisso. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça (Rm 6.16). A Escolha, ou rendição de a quem servimos é nossa! Escolha e renda-se, viva ou morra!

Senhor, eis-nos aqui, diante de ti, desejosos de fazer a tua vontade de maneira voluntária, consagrada por livre escolha do teu senhorio. Muitos de nós enfrentamos lutas internas muito intensas sobre quem vai manter o controle da nossa vida interior. Morrer para o EU não é fácil, não simples, mas é o caminho da vida eterna. Só podemos ter um só centro na vida; só podemos servir a um senhor e precisa ser Jesus, porque ele é o único que dá a vida eterna e paz sem fim. Oramos por sabedoria para fazer todos os dias a escolha sobre a quem queremos servir e reafirmar todos os dias que tomaremos a nossa cruz, renunciaremos a nós mesmos e seguiremos o Mestre até o Calvário onde a crucificação e a morte nos aguardam mas do outro lado está a vida e a santidade, a alegria e a paz que não pode ser encontrada em nenhum outro lugar ou condição. Nos rendemos a ti, em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

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