Meditação do dia: 13/11/2020
“E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de roupas de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço.” (Gn 41.42)
O Anel de Faraó – Parece que anéis são tão antigos quando o próprio ser humano. A vastidão dos significados e da importância de um anel, se perde em todas as culturas em todos os tempos. Os povos bíblicos oferecem inúmeras citações sobre essas joias que vão desde enfeites e adornos, até distinção de classes e níveis de autoridade e ou como na atualidade para classificar profissões e ofícios. Uma das utilizações mais vista e talvez até cobiçada é para o compromisso de casamento. Os anéis tomam o nome de alianças, porque são o símbolo da aliança que é o casamento, a união de duas pessoas e famílias diferentes, seguindo um propósito e com termos, responsabilidades, privilégios e obrigações. De cultura para cultura isso sofre algumas variações, como apenas um dos cônjuges usar o anel, ou ambos. O material e detalhes acrescenta algum charme ou valor mas o que vale mesmo é o orgulho de mostrá-lo. A NBA, liga norte americana de Basquetebol, oferece um anel à equipe vencedora da final do campeonato, jogadores, treinadores e diretores executivos levam o cobiçado prêmio. No Egito antigo, provavelmente o anel com o selo real do Faraó, deveria ser uma joia de extremo valor e simbolismo, mas não estava ao alcance das pessoas, exceto o Faraó, todos os demais eram comuns demais para desejar ter ou mesmo tocar nele. Aquilo representava tanto, que ao tirar de sua mão e colocar ainda que temporariamente nas mãos de alguém seria uma honra tão grande que provocaria respeito e reverencia à todos os demais. Podemos dar asas a nossa imaginação e imaginar a cena com o espanto e a admiração de todos os presentes ali, ao ver o poderoso homem soberano do Egito, profundamente admirado da pessoa de José e tecer-lhe os mais profundos e sinceros elogios e agora tirar o seu anel selo e pessoalmente coloca-lo em José. Nem eu acredito! Será que alguém ali, pelo menos não imaginou que o Faraó estava indo longe demais…? Até José deveria estar achando que aquilo estava indo rápido mesmo, pois ele esperava um bom desempenho para interpretar o sonho do rei e receber algum favor, talvez um pedido de clemencia e liberdade, ou direito de defesa já estarão de bom tamanho. Quando as portas que se abrem diante de nós é resultado da operação da graça de Deus, podemos esperar surpresas grandes e maravilhosas demais para serem descritas em palavras. No tempo da rainha Ester, o rei Assuero havia dado o seu anel a Hamã, que se tornara inimigo dos judeus e procurava sua extinção, até que a situação toda foi revertida no poder da oração, jejum, sabedoria e graça no trato com situações difíceis. O anel foi recobrado e dado á Mordoqueu. “E tirou o rei o seu anel, que tinha tomado de Hamã, e o deu a Mardoqueu. E Ester encarregou Mardoqueu da casa de Hamã” (Et 8.2). Esses anéis dos reis Medo-Persa, quase que tomaram vida própria e tinham tanto poder que até o rei ficava refém de s eu próprio anel, como é descrito aqui. “Escrevei, pois, aos judeus, como parecer bem aos vossos olhos, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque o documento que se escreve em nome do rei, e que se sela com o anel do rei, não se pode revogar” (Et 8.8). Daniel também foi jogado na cova dos leões porque o anel tinha mais poder que o rei. “Ouvindo então o rei essas palavras, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até ao pôr do sol trabalhou para salvá-lo. Então aqueles homens foram juntos ao rei, e disseram-lhe: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou decreto, que o rei estabeleça, se pode mudar. E foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus senhores, para que não se mudasse a sentença acerca de Daniel” (Dn 6.14,15,17). Pode ser daqui uma das origens da expressão: “Palavra de rei não volta atrás.” Isso assumiu contornos diversos, com muitas faces, mas ainda persiste. De vez em quando autoridades de todos os escalões se vêm reféns de leis e ordens estabelecidas que os imobiliza, as vezes prevalecendo até contra o bem. Não poder prender pessoas nas vésperas das eleições no Brasil é um caso típico disso. Criada quando do militarismo e para proteger contra arbitrariedades e permitir que cidadãos participassem de eleições sem risco de prisões injustificadas. Hoje ela só com a democracia consolidada, ela só protege transgressores. Você Já pensou na condição que Jesus propôs aos seus seguidores sobre o valor do empenho da palavra dada? “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mt 5.37). Esse anel de Jesus é mais poderoso do que o de Faraó e o dos reis Medo-Persas. O homem vale quanto pesa sua palavra!
Pai, obrigado pela tua Palavra, que viva e eficaz, eterna, poderosa e fiel; para sempre ela permanece no céu e nada dela se passará ou caducará; ela não precisa de reforma ou emendas. A tua Palavra é tão eterna e poderosa quanto o Senhor. Ela é tão verdade hoje, quanto o foi no dia em que foi dita ou escrita; a tua Palavra dá vida eterna, santifica, liberta, consola, ensina, corrige e nos guia em toda a nossa jornada com o Senhor até o dia de estarmos contigo na glória. Jesus é a Palavra encarnada, o verbo que se fez carne e habitou entre nós. A ele, a glória, o poder e a honra para sempre, amém.
Pr Jason