Meditação do dia: 07/01/2021
“E pô-los juntos, em prisão, três dias.” (Gn 42.17)
Juntos – Parece maldade, mas não é, segundo os filósofos de plantão, “é impossível fazer omelete sem quebrar os ovos!” Depois de acompanharmos toda a saga de José, desde que saiu de casa para ir ver os irmãos e trazer de volta notícias a seu pai, até agora, vinte e tantos anos depois, sem que essa notícia tenha sido entregue, passamos a gostar muito de José e torcer por ele, e aguardamos com muita expectativa o dia “D” quando ele pudesse estar frente à frente, cara à cara com seus irmãos e como dizem os sertanejos, seria a hora da onça beber água. Pois é, esse dia chegou e José não perdeu tempo, reconheceu de cara a seus irmãos e não deu bandeira, isto é, não deixou que eles percebessem quem ele era e assim ele poderia aproveitar a vantagem. O bom disso tudo, é que José tinha um coração verdadeiramente consagrado e generoso e suas motivações eram puras e sinceras. Ele não tinha desejo de vingança e nem retaliação, se valendo do poder e autoridade que agora dispunha. Depois da primeira pressão por informações ele soube o básico, que na verdade ele já sabia; que eram cananeus, doze irmãos, filhos de dum mesmo pai, o mais novo estava em casa e um já não existia. Nada demais se esse inexiste não fosse o próprio José! Como ele sabia que ele era ele e que não estava morto, nem desaparecido, apenas para eles que desapareceram com ele. Como será ouvir sobre si mesmo que não existe mais? Você já era! Faz muitos anos que se foi! O pai até chorou muito e ficou inconsolável, mas passou! Seu irmão acabou acostumando sem você! Hoje, acho que nem faz falta mais! É ruim hein?!! José levou-os a uma situação delicada, sem saída, mas ele tinha tudo sob controle (?). Sob acusação de espionagem internacional, eles teriam que provar o contrário, trazendo o irmão mais novo, Benjamim, lá de Canaã para averiguação. Eles que já não confiavam em ninguém, especialmente neles mesmos e sabiam que não eram confiáveis; também sabiam que o pai não abriria mão do filho mais novo, para ir com eles e eles não poderiam confiar no governador do Egito, que parecia estar de marcação com eles e poderia complicar ainda mais se retivesse Benjamim no Egito por alguma nova razão. Mas antes deles decidirem quem iria buscar o irmão e quem ficaria detido, José adicionou um novo ingrediente ao drama deles, mas profundamente eficaz para suas pretensões, que foi detê-los todos juntos por três dias. Devem ter sido as priores setenta e duas horas da vida daqueles homens. A pressão psicológica de estar detido numa prisão real, sob alegações falsas (para eles) e juntos como irmãos, aquilo iria mexer com o emocional e o racional deles. Sob pressão em circunstancias nunca antes experimentadas, sem condições de recorrer ou esperar ajuda externa, como do pai, que era uma pessoa influente, eles iriam reagir de muitas formas diferentes, pelo medo, angústia, culpa, remorso, solidão, embora estivessem juntos. Ali, seria a hora que separaria os homens dos meninos! Os elos mais fracos da corrente iriam se revelar e acusações sobre os mentores das maldades, mentiras e enganos e que agora todos estavam pagando e a fé servia para mostrar-lhes que eles nunca foram piedosos e nem compassivos, incapazes de protegerem até os mais chegados. Juntos, mas não muito! O pecado sabe, todo pecador sabe, que um dia o seu pecado o alcança e ninguém escapa de si mesmo.
Senhor, agradecemos a obra redentora de Cristo na Cruz para todos que reconhecem seus pecados, fracassos e incapacidade de salvarem a si mesmos e por isso precisam de um Salvador. Confessamos nossos pecados e fraquezas e pedimos ajuda, pedimos salvação em nome de Jesus. Não somos tão bons quanto queremos nos convencer e nem tão santos e piedosos como apregoamos. Nosso coração conhece a própria intimidade e muito mais do que o nosso coração, o teu Espírito nos sonda e nos examina, no todo. Aceitamos a tua oferta de paz e perdão em Cristo Jesus, e o convidamos a entrar em nossas vidas e mudar os rumos da nossa história. É nossa oração em nome de Jesus, amém.
Pr Jason