Meditação do dia: 13/02/2021
“E os homens tomaram aquele presente, e dinheiro em dobro em suas mãos, e a Benjamim; e levantaram-se, e desceram ao Egito, e apresentaram-se diante de José.” (Gn 43.15)
Diante de José – Relações sociais é de fato uma arte. Relações familiares é ainda uma arte mais complexa e carregada de muito mais componentes emocionais, o que coopera para os resultados finais. Já li sobre a influencia que irmãos exercem uns sobre os outros, sendo até mais determinantes do que a influencia dos pais. Toda criança ao longo do seu desenvolvimento vê nos pais um modelo e um exemplo de sucesso e de como se faz as coisas. Alcançar ou superar os feitos e conquistas dos pais é alvo elevado, e caso não sejam atingidos, não é tão decepcionante, afinal, os velhos eram bons mesmos. Mas alguém ver os irmãos, mais novos ou mais velhos alcançando níveis superiores e melhores do que os deles, isso parece atestado de incompetência! É difícil engolir, acirrando a competitividade e em determinados casos, isso pode até ir longe demais. Na família de Jacó não era nada diferente das demais. Eles descendiam de uma linhagem de famílias prósperas, hábeis em negócios e de grande perícia na vida agropastoril. Foram criados como adoradores do Deus Todo Poderoso, o Criador dos céus e da terra; diferentemente dos demais povos, eles tinham promessas muito específicas e herdaram alianças eternas com Deus, sendo guardiões dessa fé, e as bênçãos futuras incluíam se tornarem nações poderosas e reis nasceriam deles. Isso era alimentado cotidianamente em suas vidas, desde os tempos do patriarca Abraão. “E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado” (Gn 18.17-19). Diferentemente dos nossos padrões de ensinamentos, eles praticavam o que chamamos de “tradição oral,” ou seja, eles passavam as histórias e os feitos de famílias contando repetitivamente, até aquilo ser indelével em suas mentes e todos pudessem conhecer, praticar e passar para frente. Agora, podemos compreender um pouco mais do por quê, de tanta celeuma dos rapazes só porque um deles sonhou que os demais irmãos, o pai e a mãe se curvariam diante dele, ou que na colheita do trigo, os molhos dos demais se inclinavam para o dele! Imaturos, eles investiram no lado errado da promessa, pois ao invés de fortalecer os laços e ver um líder florescer, eles agiram egoisticamente, pensando cada um em si e o único momento de unidade, foi para juntos destruírem a chance de um deles prosperarem. Como dizem nossos amigos mineiros: “fubá pouco, meu angu primeiro!” A sorte deles, se podemos utilizar esse termo, é que eles eram apenas coadjuvantes naquele enredo, Deus era quem escrevia e dirigia a peça inteira. No destaque escolhido para a meditação de hoje, ali estão, o pai, os dez filhos, se preparando para o grande evento da vida deles; se apresentarem diante de um grande governador, homem poderoso, cheio de dignidade e respeito, a quem não seria incômodo algum se curvar e prestar reverencia, acatar qualquer ordem ou palavra dele. Comparecer diante dele era na verdade o cumprimento de tudo o que eles tramaram à vida toda para evitar fazer. Para José, não havia nenhum motivo de satisfação pessoal e fazer capricho e assim “mostrar quem é que manda.” Na verdade, José havia crescido e se tornado um grande homem, eles eram ainda apenas meninos grandes, disputando posições entre si. José era o elo que promoveria o intensivo de crescimento para todos eles. Hoje, não podemos deixar de pensar nas palavras de Jesus, sobre poder e autoridade: “E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lc 12.48). Dons, talentos, dádivas e bênçãos recebidos, são responsabilidades a serem administradas. Quem recebe mais, também lhe é requerido maior responsabilidade. José estava pronto! Você está pronto? E eu?
Pai, obrigado por nos chamar par fazer parte de algo grande, muito maior do que nós e nossa existência nessa vida. A tal privilégio, corresponde grandes responsabilidades, que desejamos aprender a lidar com amor, fé e produtividade responsável. Guia-nos com tua mão de poder e com tua sabedoria santa. Podemos aprender e sermos abençoadores, fazendo a tua glória ser conhecida em toda a terra. Essa é nossa oração, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason