Meditação do dia: 20/03/2021
“E deu ordem ao que estava sobre a sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos destes homens, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do seu saco.” (Gn 44.1)
Boa Medida – Desde os primórdios da sociedade humana se faz uso de pesos e medidas, em praticamente tudo. Estamos cercados de unidades de pesos e medidas por todos os lados no nosso dia a dia. A água que consumimos, a energia elétrica, o gás, o combustível, alimentos, remédios, roupas e calcados; é medidas pra todos os gostos. Você já pensou em como alguém padronizou isso e agora é amplamente aceito sem questionamentos? Vamos falar do mais simples, o quilograma: Atualmente, essa unidade de medida é definida por um objeto: um quilograma é a massa de um cilindro de 4 centímetros de platina e irídio fabricado em Londres que é guardado pelo Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM) em um cofre na França desde 1889. Mas esse quilo original perdeu 50 microgramas em 100 anos. Isso ocorre porque os objetos podem facilmente perder átomos ou absorver moléculas do ar, então usar um para definir uma unidade SI é complicado. Como todas as balanças do mundo são graduadas de acordo com esse quilo original, quando calculam o peso, acabam gerando dados incorretos. Mesmo imperceptíveis na vida cotidiana, essas diferenças mínimas são importantes em cálculos científicos que exigem extrema precisão. A partir de 2019, 1 kg deixou de ser o que era. O novo sistema, que entrou em vigor em maio de 2019, permitirá que os pesquisadores realizem várias experiências para relacionar as unidades de medida com as constantes. Mesmo sendo algo tão material e digamos “mundano,” não deixa de ser interessante e importante para todos, incluindo pessoas de vida piedosa e envolve aspectos da vida de fé e boas práticas. Nas leis civis e códigos de ética das relações sociais e comerciais entre o povo de Deus, em todos os tempos, isso era legislado e dava-se grande valor. “Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida. Balanças justas, pesos justos, efa justo, e justo him tereis. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito” (Lv 19.35,36). Assim que saíram do Egito, na organização da nação e suas leis civis, cerimoniais e comerciais, os pesos e medidas foram regulamentados e sua observância estava ligado ao fundo histórico de ser um povo escolhido para representar a Deus diante das nações. “O peso e a balança justos são do Senhor; obra sua são os pesos da bolsa” (Pv 16.11). Quando os irmãos de José vieram comprar mantimentos no Egito, certamente eles usavam certas medidas para secos e grãos, e o governador fazia questão de que fossem medidas generosas que realmente valessem o preço pago pelas mercadorias além de expressar a generosidade e justiça da parte do fornecedor. Na Nova Aliança, além do conceito judaico de fazer as coisas evidenciando piedade e temor a Deus, Jesus acrescentou a individualidade de cada um e o correspondente de reciprocidade, isto é, faça para os outros exatamente aquilo que espera que seja feito com você. Também ficou conhecido como a regra áurea, ou regra de ouro da conduta dos seguidores de Jesus. “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” (Lc 6.37,38). A profundidade com que Jesus colocou as coisas, eleva uma simples ação comercial ou um favor pra um patamar de verdadeira espiritualidade que revela muito mais do que há no interior da pessoa do que propriamente da mercadoria ou serviço negociado entre as partes. Esse conceito é mais do que um conceito moral, ético ou filosófico de como fazer as coisas certas, é na verdade um princípio espiritual, tão importante que regula até as relações com Deus. Ao ensinar os discípulos a orarem, no que chamamos de “O Pai Nosso,” ele aparece também na questão do perdão: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Pedimos que Deus faça por nós utilizando a mesma medida que utilizamos para com o nosso próximo. É justo e uma boa medida, concorda comigo? E concorda com Deus também?
Senhor, graças te damos por ser perfeito, justo e santo em tudo que fazes. Somos teus filhos através da fé em Cristo e somos gratos pelo privilégio dessa filiação e de todos os benefícios advindos dessa redenção. Entendemos que a mensagem do Evangelho e transformadora e produz novas criaturas em Cristo Jesus, com cidadania celestial e uma opção de vida por valores mais elevados e nobres do que aqueles do mundo em que vivemos. Viver no teu reino e viver os princípios e aspectos que revelam a tua perfeita vontade, que já sabemos é boa, agradável e perfeita para conosco. Te louvamos pela oportunidade de desenvolvermos relações positivas e construtivas com o nosso próximo, baseadas no temor do Senhor e na evidencia da nova vida que temos em Cristo. No nome dele a quem oramos e agradecemos. Amém!
Pr Jason