Meditação do dia: 27/05/2021
“E eis que vossos olhos, e os olhos de meu irmão Benjamim, vêem que é minha boca que vos fala.” (Gn 45.12)
A Boca de José – À muitos anos atrás, quando ainda era novo na fé, li um artigo num periódico cristão com o título “a face e as mãos de Deus.” Foi muito impactante pela perspectiva devocional, onde a Palavra de Deus lança mão do antropomorfismo, para descrever as ações de Deus, que é Espírito, Todo-Poderoso, sem forma física ou aparência visível, de forma que a mente humana possa compreender a sua ação e intervenção divina. Quando falamos das mãos de Deus, estamos nos referindo na verdade ao seu poder de agir, de fazer e realizar – por que nossas mãos representam nossa capacidade de fazer as coisas. Quando falamos da face de Deus, exprimimos as suas afeições de carinho, aceitação, aprovação e agrado, ou o inverso disso; porque nossas feições revelam nossas expressões interiores e comunicam as possíveis intenções da pessoa. Por isso, ao cultivarmos uma boa vida devocional, de apreciação ao nosso Deus, incentivamos a nós mesmos e aos irmãos a buscarem mais a face de Deus do que as suas mãos. Na verdade, queremos que agrademos e sejamos gratos ao Senhor por tudo que nos tem feito, acima de pedir coisas e apresentar listas de necessidades intermináveis, caindo numa vida de extremos, quando orar significa pedir, ou dar ordens a Deus para que nos sirva e faça nossas vontades. Na oração do “Pai Nosso” Jesus ensinou a idéia da gratidão e satisfação em Deus: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Nos salmos, a gratidão e o prazer em Deus enriquece as orações e cânticos de adoração do servo de Deus, que faz da comunhão íntima, uma fonte de constante crescimento e aprendizado. “Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração” (Sl 37.4). No texto de nossa meditação de hoje, José está dando as últimas instruções a seus irmãos antes deles partirem para casa e convidarem o pai em nome de José para virem morar no Egito. Como José não estaria com eles durante a viagem e as relações entre eles estavam sendo reconstruídas, ele queria ter garantias de que suas palavras não fossem transformadas em versões dos dez irmãos, para acomodar suas situações. O trunfo de José era sua autoridade e Benjamim como sua testemunha e avalista. Os olhos de Benjamim, como escrevemos ontem, eram garantias de que eles não estavam iludidos ou deslumbrados com as riquezas e o poder Egito. Mas que tudo era muito real e aquele governador que os haviam pressionados era de fato José, que eles haviam exposto à possibilidade de morte direta ou indiretamente. Ele sobrevivera ao cativeiro e era o homem forte de Faraó e todas as medidas e imposições que ele os fizera passar, era sua maneira de certificar-se de que eram seus irmãos e sua família e que mudanças significativas para o bem fazia parte de suas vidas. Agora ele afirma, que eles sabiam que era a sua boca que lhes falava. Como no adágio popular brasileiro, “para quem sabe ler, um pingo é letra.” Agora, a fala, a palavra de José era tão sustentável quando a palavra do rei do Egito. Ele tinha condições de honrar e fazer acontecer o que fosse necessário. Era para eles saberem que não poderiam falsear suas palavras ao seu pai; nem diluir sua autoridade sobre eles e sobre qualquer outra coisa. O sol, a lua e as estrelas dos sonhos de adolescência estavam de fato se curvando diante dele. Os molhos de trigo de cada um deles na colheita se inclinavam para o molho dele.
Senhor, Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor de tudo e de todos. Graças te damos pela vida e pelo dia que ganhamos hoje, para nele servir e adorar ao nosso criador e sustentador. Obrigado por cada suprimento, por cada dádiva e generosidade para com todos que confiam em ti. Renovamos nossa disposição de continuar andando contido e servindo de coração e alma. Agradar ao Senhor nos importa muito e fará nossa alegria também. Agradecemos pela maior dádiva, que a vida de Jesus em nossas vidas. Em nome dele agradecemos, amém.
Pr Jason