Meditação do dia: 08/07/2021
“E José disse: Dai o vosso gado, e eu vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro.” (Gn 47.16)
O Rei do Gado – O Brasil é uma potencia em produção agrícola e também na pecuária. Nosso vasto território em excelentes condições de clima, relevo e recursos apropriados, faz dele um paraíso para praticamente todo tipo de cultivo e produção. Por muitos anos isso foi feito de forma até amadora, artesanal e familiar; mas a vocação para o crescimento atraiu as modernas boas práticas e estamos batendo recordes de produção nas mesmas áreas antes utilizadas e até em menor quantia, graças as técnicas e melhoramentos que o melhor da ciência pode proporcionar. Mas ainda é nutrido aquele sentimento saudoso entre as gerações mais velhas dos “bons tempos” do transporte de gado em comboios que conduziam grandes quantidades de gado cortando o pais, cruzando fronteiras e deixando marcas, que ainda são lembradas e cantadas em versos e prosas na música sertaneja de raiz. Quem não se lembra de “O Menino da Porteira?” (é um cururu, por Teddy Vieira e Luís Raimundo, que foi gravado pela primeira vez pela dupla sertaneja Luizinho e Limeira em 1955 e uma das composições mais populares da música sertaneja). Muitas cidades ainda conservam nomes de ruas que eram conhecidas como “estrada boiadeira;” Andradina, aqui perto de nós, ainda é a terra do “Rei do Gato”; Araçatuba ainda tem a Praça do Boi Gordo, onde por muitos anos se ditava o preço da arroba bovina do Brasil inteiro. Uberaba nas Minas Gerais ainda se conserva como a terra do Zebu e a Ilha de Marajó ainda se orgulha de sua criação de búfalos; os gaúchos não perdoariam se não citar os pampas e o nordestino os vaqueiros da caatinga, ambos orgulhosos de seus trajes típicos e apropriados para a lida do gado. Os mineiros e mais metade do Brasil ama o queijo da Serra da Canastra e o nosso querido Goiás que além das riquezas minerais teve o seu desenvolvimento devido em muito a pecuária. Claro, falta espaço para elogiar cada recanto desse mundão velho sem porteiras! Mas voltando ao que de fato nos interessa, a prática da meditação bíblica com finalidade de edificação e nos abençoar com alimento de qualidade a cada manhã e a cada dia. A saga de José e sua boa prática de administração também aparece no cuidado com o mais importante de uma nação, o seu povo. Aquele governador agiu em benefício de salvar vidas e administrar situações de crise que foram além do esperado e tempos difíceis exigem medidas que de fato produzam resultados em benefício das pessoas. Quando vemos essas pessoas vindo à José e oferecendo seus gados e animais em troca de comida, nos obriga a pensarmos fora da caixa, pois certamente nem todos os cidadãos daquela terra, eram proprietários de gado e rebanhos; nem todos eram produtores agrícolas e assim nem todos teriam esse tipo de oferta a fazer. Coloquemo-nos na mesma situação hoje e logo perceberemos que nem todos temos gado, ou animais de qualquer espécie de valor mercantil que poderia nos sustentar por um longo período. Também é certo que ao longo do prolongamento da fome, muitos proprietários já haviam se desfeito de seus patrimônios, para susto e também para evitar a morte dos animais e assim o prejuízo seria muito maior. Há bênçãos e milagres operados pelo poder e amor de Deus pelas pessoas, que incluem certamente o cuidado do Senhor com os animais, que além de valor patrimonial, bênção de prosperidade, também são fontes de trabalho, geração de serviço e renda, que desemboca em fartura de alimentos e significa a bênção de Deus dentro da aliança de fé. No Êxodo israelita, eles levaram todos e muitos animais, e a provisão de comida e água nos quarenta anos de peregrinação, providenciou para todos e tudo. Amo o texto de Provérbios que simbolicamente faz parte do meu chamado ao ministério pastoral e também se encaixa muito bem aqui, hoje. “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos, …Então os cordeiros serão para te vestires, e os bodes para o preço do campo; e a abastança do leite das cabras para o teu sustento, para sustento da tua casa e para sustento das tuas servas” (Pv 27.23,26,27). Crises e tempos difíceis já aconteceram, está acontecendo no presente momento com a pandemia global do Corona Vírus, e outras poderão acontecerem, mas a nossa fé e a nossa atenção estão sempre nos cuidados de Deus, que é poderoso e tem um perfeito controle sobre causas e efeitos e nos ama muito. Somos adoradores e isso independe das circunstancias ao nosso redor. Finalizo com um clássico bíblico: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas” (Hb 3.17-19).
Senhor, Deus Todo-Poderoso! Te adoramos por aquilo que és e pela soberania sobre todas as coisas. No teu cuidado, tens providenciado tudo o que é necessário e suficiente para o bem estar dos povos e nações, indistintamente, ainda que nem te reconheçam e honrem com deveriam. Nós somos teus por uma aliança eterna, confirmada por Jesus e seu sacrifício na Cruz; somos gratos pelo alimento, pelas vestes, proteção e a prosperidade que permite fartura e beneficência para com o nosso próximo. Louvado seja o teu santo nome, em Cristo Jesus, o nosso Senhor, amém.
Pr Jason