Meditação do dia: 17/10/2021
“Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos, e a revestiu com barro e betume; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à margem do rio.” (Êx 2.2)
Nas Margens do Nilo – Ao descrever numa poesia as margens de um rio, seja ele qualquer for, a primeira idéia é de encantamento, beleza e vida. Em certas culturas a religiosidade local atinge um nível tão alto de misticismo, mitologia e sincretismos que elementos da natureza se tornam sagrados e até divindades. Os antigos egípcios conheciam e admiravam tanto o Nilo que este era representado por um deus. Hapi era considerado o deus das águas do Nilo e para os egípcios ele foi o responsável por manter o controle e fornecer todo o alimento advindo do rio (Wikipédia). Nossos personagens bíblicos, viviam nesse antigo Egito e num tempo em que essas crenças eram difundidas e cultivadas. Muitos deles viviam às margens ou na região do chamado Delta do Nilo, regiões extremamente férteis devido as cheias e baixas anuais, que distribuíam sedimentos que favoreciam a produtividade e a vida naquelas margens. Voltando ao nosso tema principal, que os primeiros dias de vida do menino Moisés, que futuramente seria o libertador dos hebreus do cativeiro sob o jugo de Faraó e dos egípcios. Os pais dele estavam buscando uma forma de mantê-lo à salvo e não mediam esforços nessa tarefa. Na impossibilidade de mantê-lo seguro em casa, devido à lei que determinava o confisco e o extermínio de todos os meninos hebreus; esse perigo chegava cada vez mais às suas portas, pois também haveria o risco de uma denuncia por parte de qualquer outra pessoa, até mesmo uma família hebreia que poderia estar ressentida com a perca de seu bebê, ou mesmo para evitar retaliações das forças governamentais. Pensando como pais, qualquer lugar longe ou fora de suas vistas é inseguro para seus filhos. As margens do Nilo também não era necessariamente uma escolha tranquila. Além das correntes que poderiam arrastar para longe o cesto com o bebê, ainda era infestado de crocodilos, os famosos famigerados crocodilos do Nilo. Quando se pensa em águas africanas, todos sempre souberam e ainda até os nossos dias, elas oferecem dois dos perigos mais assustadores e mortais da natureza: Os hipopótamos e os crocodilos. Agora imagina o coração dos pais de Moisés, em ter que fazer uma escolha, entre várias situações de riscos à vida daquele bebê! Olhando a história, apenas como história, narrativas de fatos, sem pesar valores de qualquer natureza, sabe-se que eles estavam correndo mais riscos fazendo isso, do que não fazendo e aguardar o dia do mal chegar e bater à sua porta. Olhando a vida e a história com os olhos espirituais, incluindo a fé no plano eterno de redenção da humanidade, pode-se perceber uma batalha de titâs: O bem e o mal – as trevas e a luz, onde o mundo opondo-se a Deus fazia acreditar que se passava apenas uma questão local, específica no Egito, onde o governo estava preocupado com a densidade populacional e o crescimento desmedido de um segmentos da sociedade, que poderia colocar em risco o equilíbrio e a segurança; assim, a ação era legitima, sacrificar uns poucos para o bem de muitos. Para o propósito eterno de Deus, prometido à Adão ainda no Paraíso e ratificado a Noé e sua família e depois pactuado com Abraão e seus descendentes – Cada vida importa! Toda vida importa! Deus estava estruturando uma nação, forjando-a dentro de um contexto que exigiria fé e compromisso, de forma a criar homens e famílias fortes, líderes comprometidos com alguma coisa maior do eles próprios, quer individualmente, quer como família e até como nação. De ponta a ponta, Deus sempre amou o mundo de tal maneira que deu seu filho para salvá-lo. Cada povo tinha e tem um papel muito importante na contribuição para que todas as coisas estivessem alinhadas e prontas no momento certo para tudo dar certo. “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5). No dia certo, na hora certa José e Maria estavam em Belém, na estrebaria; os pastores estavam nos arredores cuidando dos rebanhos; os magos estavam à caminho de lugares distantes sendo guiados pela Estrela; os sábios escribas estavam com as respostas bíblicas para a consulta de Herodes e dos Magos sobre onde nasceria o Rei dos Judeus, cuja estrela aparecera nos céus. Entre os marcos ao longo do caminho para que tudo desse certo, havia um bebê dentro de um cesto, nas margens do rio Nilo, cheio de crocodilos e outros perigos. E daí? “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia” (Sl 34.7,8). Um lugares mais perigosos do mundo, pode ser o lugar mais seguro para um bebê pequeno e indefeso numa cestinho. Depende que quem está olhando por ele!
Senhor Deus Todo-Poderoso, Senhor da Terra e dos Céus, verdadeiramente não há impossível para ti e não há nada fora do teu controle e governo. Nossas vidas estão plenamente seguras, se estiverem sob os teus cuidados e dentro do centro da tua vontade. Obrigado por colocar fé no coração das pessoas para darem passos importantes em momentos importantes e assim edificarem o teu projeto eterno. Agradecemos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason