Meditação do dia 10/09/2018
“E disse a Abraão: Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com Isaque, meu filho.” (Gn 21.10)
Servos ficam de fora – Quando me deparei com esse texto, imediatamente me veio a mente, um outro texto da Bíblia, citado por Jesus num daqueles ensinamentos do seu ministério íntimo. Comparando os ensinamentos podemos aprender e crescer ao invés de ficar ressentidos e sentindo-se inferiorizados. “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.34-36). No contexto menor, Abraão e Sara eram senhores e Agar era serva e Ismael filho de serva, ainda que fosse filho de Abraão e reconhecido por ele, numa linguagem brasileira de época, Isaque era um “senhorzinho.” Num contexto maior, todos era servos de Deus e todos prestavam contas e obediência a Deus. Jesus foi, é e sempre será Senhor, com absolutos direitos e legitimamente conquistados por sua vida e trabalho. Mas ele também se colocou como um servo e como tal estava sujeito às mesmas normas que regem a vida e o serviço dos servos. “Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.26-28). Não se vocês já pensaram, mas não existiam nos tempos de Jesus aqui na terra, nem antes e nem depois deles um “sindicato dos servos e escravos.” Até onde se sabe, o único direto do servo é não ter direitos. A condição de servo é temporária, ainda que vitalícia, pois assim que se expirar sua vida ele está livre da sua condição e vai descansar do modo servil que passou toda a sua existência. Se porventura ele for liberto, a alforria ou a redenção garante-lhe a saída da casa do senhor e dali em diante, está livre para dirigir sua vida, ou até servir a quem lhe interessar. O pecado é um agente escravizador e além do mais é perverso e impiedoso, não levando em conta nenhuma oportunidade de melhoria na condição de vida do servo. Mas essa alma sofrida pode ser alcançada pela redenção em Cristo Jesus e se tornar livre e com uma nova identidade, para uma nova vida. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Crises são instrumentos de transformações utilizadas por Deus em larga escala para alcançar propósitos que em situação de normalidade e bênção o comodismo impede o avanço e iniciativas criativas. Quando ele aconselhou Agar a voltar e se submeter à Sara, ele estava dando a ela um berço seguro para criar seu filho e desenvolvê-lo em muitos aspectos, para encarar depois a carreira solo. Numa situação de normalidade, Ismael e Agar jamais sairiam daquele conforto e segurança, que o nome e os recursos de Abraão forneciam. Sara exigir a retirada dela e do filho seria um mal que veio para bem, por agora ela alcançou sua liberdade depois de anos de serviço e não sairia desamparada, pois levaria consigo o filho para o qual Deus tinha garantido tanto para Agar quanto para Abraão promessas de bênção e multiplicação. Isso jamais ocorreria no quintal da casa Abraão. Quando pensamos em libertação da escravidão do pecado, a idéia primária é em relação à salvação em Cristo; à conversão. Mas também isso precisa ser visto dentro do contexto de vida cristã, pois um filho de Deus não pode viver escravizado a nenhum pecado, vício ou hábito, pois isso depõe contra o testemunho de vida e compromete a obra de Deus. Temos o privilégio de deixar a condição de servos ou escravos e nos tornarmos filhos amados e esse viver precisa ser digno da vocação a que fomos chamados. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.15-17).
Graças, Senhor pela libertação das garras do pecado e da morte e nos trazer para o reino do filho do seu amor. Obrigado pela condição de filho. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason