Meditação do dia: 29/11/2019
“Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a seu filho muitos dias.” (Gn 37.34)
Vestes Rasgadas – Observando as culturas dos povos em toda a terra, percebe-se que alguns traços se modificam de povo para povo e de uma cultura para outra. Podemos ver isso no modo como são as reações aos diversos eventos da vida, como o nascimento de um filho, o casamento, a morte de uma pessoa, e as situações trágicas em geral. Todos esses aspectos são impregnados da mentalidade, fé, religião ou ausência dela, tudo se condensa em indivíduos e massas coletivas. Nos povos bíblicos, que eram orientais, especialmente na região que hoje conhecemos como Oriente Médio, eles tinham um modo peculiar de demonstrar pesar e dor diante de uma tragédia pessoal ou familiar que os deixavam enlutados. Eles costumavam rasgar as vestes e cobrir-se de roupas improvisadas de tecidos rústicos como sacos ou tecidos que demonstravam o luto, a tristeza e a humilhação em que aquela pessoa se encontrava. Assim, como para expressar alegria e festividade, se vestiam bem e com roupas bem talhadas, e adereçados com joias e ornamentos pessoais, assim no luto e na dor, eles faziam exatamente o contrário. Expressavam tudo isso pelo modo como se vestiam. Em certas situações eles deitavam-se em cinzas, ou na terra e ou jogavam-nas para cima e se cobriam com elas. Jacó expressou a sua dor pela notícia da perda trágica de seu filho José, que segundo o relato dos demais filhos, fora provavelmente despedaçado por uma fera, sobrando apenas partes de sua bela túnica de várias cores, que lhe fora presenteada pelo pai. Vendo isso pela ótica de Jacó, é de fato uma tragédia sem limites. Posso imaginar e creio que vocês também, todas as imagens que vinham na mente daquele pai, tentando compreender como foi que aconteceu de fato, o acidente em que um animal, talvez um leão, um urso, ou mesmo uma alcateia de lobos, que costumam caçar juntos e não dão chances a uma vítima encurralada. Como sabemos da verdade dos fatos, podemos até mesmo ficar tranquilos, mas para quem estava experimentando tudo aquilo ao vivo e sem cores, não foi uma experiência agradável. Aqui nasce a pergunta: Como, pessoas cristãs, comprometidas com a fé e com Deus, alcançando grandes promessas de Deus recebem tais tragédias? Os cristãos mais amadurecidos aconselham a não perguntarmos por que? Mas para que? Certamente quem não está vivenciando tais tragédias estão em condições emocionais mais em condições de filosofar e espiritualizar os fatos e até aconselhar de fora, quem está de coração partido. Lendo a história da Renovação Espiritual no Brasil, encontramos por exemplo, a irmã Roseli Appleby, passando por um drama muito difícil, o nascimento de um filho e a morte do marido, em atos quase simultâneos. Sabemos que ela prosseguiu sua vida e seu ministério e não por acaso é um ícone de Renovação Espiritual no país. O que aconteceu com Jacó, ainda acontece em nossos dias, com famílias cristãs e precisamos estar fortalecidos para poder ajudar e servir aos que sofrem perto de nós. Precisamos estar cientes de que ninguém está isento de passar por momentos e circunstancias difíceis, que não tem explicações e ou lógica, e nem sempre se obterá uma resposta de Deus do porque, mas a vida, segue.
Senhor, obrigado por permitir que a história de Jacó e suas dificuldades pudesse acontecer para nos inspirar a confiança e o desejo de seguir em frente com os propósitos para nossas vidas. Nem sempre teremos respostas, mas podemos confiar em ti e depender do Espírito Santo para produzir consolo e conforto. Oramos por famílias e irmãos que estão passando por situações tristes e difíceis e estão perto de nós, para que tenhamos palavras de conforto e apoio, ungidas pela graça amorosa de Jesus para abençoar e acalmar esses corações. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason