Meditação do dia: 10/03/2020
“E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim.” (Gn 35.18)
Filho da Minha Dor – É certo que cristãos que vivem em lugares onde há perseguição por causa da fé, entendem melhor a questão do sofrimento, do que nós, que só sabemos por teoria. Pessoas que nunca experimentaram a fome, não sabe o que é sentir fome! Vi um vídeo de depoimento do DJ Alok, que numa missão humanitária na África encontrou uma senhora idosa, cega, que amarrava um pano na região do estômago para ajudar a aguentar a dor da fome. Eu não sei o que isso! Pessoas que nunca sofreram castigos físicos de tortura, não entendem muito bem o que é dor provocada. Os homens provavelmente nunca irão entender de fato, a dor que as mulheres atribuem passar no trabalho de parto. À bem da verdade, nunca encontrei uma dor que seja agradável, que escolheria essa em detrimento daquela; mas há algumas que realmente incomodam. Raquel estava entre a vida e a morte, quando finalmente o filho nasceu, e ela mesmo naquele estado de dor, batizou-o com um nome que a levaria a lembrar de como foi dolorida a experiência do seu nascimento. Os antigos, costumavam nomear seus filhos à partir de um evento, circunstancia ou fato marcante na vida dos pais ou da família, para que aquilo servisse de memorial para sempre. Estas foram as últimas palavras de Raquel, mesmo com todas as tentativas de ajuda, sua alma se foi. Quando algo assim acontece, é como se um pedaço da pessoa ficasse ainda, mas também leva consigo um pedaço dos que ficam. Pensando em família, sentimos a dor de Jacó e sua atitude contemplativa de lembrar que a promessa de seu regresso, dizia que tudo daria certo e ele voltaria em paz para casa. Claro, que já tem muito mente ativa com um monte de perguntas e por quês?!! Os registros sagrados não nos informam se Jacó ficou fazendo esses questionamentos a Deus. Ele amava Raquel e isso é muito claro para todos nós; mas parece que a maturidade dele, ajudou-o a tomar as decisões certas que precisavam serem tomadas. Era triste a perda de Raquel, mas ali estava José e Benjamim precisando de um pai presente, amoroso, cuidadoso e pronto a dar o suporte que eles precisariam sem a presença da mãe. Lamento muito, quando vejo pessoas desesperadas, esquecendo os ensinos de sua fé, revoltados com Deus, amargurados pela perda de um ente querido, e se esquecendo dos que ficaram e precisam de apoio e conforto. A família continua, o projeto de Deus continua, e as pessoas que ficaram são importantes e devem merecer consideração e respeito. O ensino de Paulo é muito sugestivo: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1 Ts 4.13). Me desculpem, mas a atitude de um cristão diante da dor e da perda de familiares e amigos, precisa ser diferente daquelas atitudes de quem não conhece a Palavra e as promessas de Deus! É uma questão de testemunho, de bom exemplo! Nossa fé deve fazer diferença!
Senhor, em ti é que buscamos conforto e consolo nos momentos difíceis e nas horas de trevas e dores. O salmista afirmou que ainda que andemos pelo vale da sombra da morte, não temeremos, por tu estás conosco. É uma verdade profunda, para ser vivida nos momentos de verdadeira dificuldade. Reconhecemos que precisamos de ajuda do Espírito Santo para vivermos o que cremos e sermos fortes e pacientes em Deus, porque ele jamais nos abandonará e nem permitirá provações maiores que a nossa capacidade de suportar. Senhor, oramos por aqueles que estão em sofrimentos e passando por perdas que são irreparáveis, mas ainda assim, sempre serás o sustento deles. Permita que os olhos de seus entendimentos vejam a grandeza e o poder de tuas mãos para ampará-los e sustentar, mesmo quando acham que não aguentam mais. Eles podem todas as coisas em Cristo que os fortalece. Oramos agradecidos, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason