Meditação do dia: 12/06/2020
“Os filhos de Raquel: José e Benjamim” (Gn 35.24)
Os Filhos de Raquel – Raquel teve dois filhos, José e Benjamim, que ela não criar, porque faleceu de complicações no parto dele. Essa é uma cena que nenhuma mãe sequer gostaria de imaginar. Essas não são escolhas disponíveis para as pessoas; elas acontecem na vida e não escolhem por algum critério; se houver algum critério está reservado sob os cuidados de Deus. Não minimiza os impactos, mas Jacó ao menos era um homem rico e com muitos servos a seu serviço, contava ainda com Lia, sua esposa e no caso, tia do pequeno Benjamim e José e ela pode ter assumido algum papel de ajuda naquelas circunstancias; ainda tinham as duas concubinas, mães de quatro dos doze filhos de Jacó e poderiam também oferecer seus préstimos; ainda me vem à mente, que havia Diná, a única irmã, uma adolescente na época, mas também poderia ser útil numa situação emergencial como aquela que toda a família passava. Mas desejo voltar minha mente e meu coração, para um tempo profético, distante daquela cena triste, mas que está ligado à redenção e as nossas vidas também. O local exata da morte e sepultamento de Raquel, foi entre Betel e Belém, aqui chamada de Efrata. Betel significa “Casa de Deus,” fora ali que Jacó pernoitara na viagem de ida para Harã e tivera o sonho da escada que ligava céus e terra e anjos desciam e subiam por ela. Ali o Senhor se revelou a ele e lhe confirmou o pacto feito com Abraão e Isaque e lhe fez promessas, incluindo trazê-lo de volta com uma família numerosa; ali Jacó ungiu a pedra que lhe serviu de travesseiro e fez votos e deu esse nome ao local, como Casa de Deus e onde seria um local de adoração. Tudo isso se confirmou! Logo em seguida, partindo dali, ele é acometido por esse fato, o falecimento de Raquel, justo no nascimento de Benjamim e quando José, ainda era menino pequeno. Estavam à caminho de Efrata, que também é Belém e significa “Casa de Pão.” Raquel entrou em Canaã, na Terra Prometida, seu sonho e o desejo de viver a Aliança de Bênçãos que lhe pertencia por ter se unido ao projeto de Deus com seu marido. Ela não pode viver fisicamente o seu sonho, mas deixou um legado que viveria e alimentaria não só seu sonho, mas o tornaria viável para muitas gerações. Podemos lembrar que anos mais á frente, como nação, o primeiro rei de Israel foi filho de Raquel, o benjamita Saul. O profeta Jeremias, vivendo muitos anos depois e já com Israel disperso e em cativeiro por seus pecados como nação, trás uma profecia de restauração, mas invocando uma figura do passado, Raquel chorando por seus filhos; que na verdade indicava um futuro esperado por eles: “Assim diz o Senhor: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos; não quer ser consolada quanto a seus filhos, porque já não existem. Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão da terra do inimigo” (Jr 31.15,16). No Evangelho de Mateus, na descrição das circunstancias do Nascimento de Jesus e a perseguição do Rei Herodes, essa profecia de Jeremias é citada como sendo ali o seu cumprimento. “Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos. Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz: Em Ramá se ouviu uma voz, Lamentação, choro e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, E não quer ser consolada, porque já não existem” (Mt 2.16-18). A contribuição de Raquel para a formação da nação escolhida foi dada e confirmada, não só pela história, mas também pelo legado espiritual de seus filhos, que vivendo eles, viveu ela. O Sonho dela de viver as promessas de Deus se tornou a vida e os sonhos de José, que foi o elo importante para preservar as promessas de Deus. A lição que fica hoje para nós, é que a nosso legado e contribuição para a causa que acreditamos, precisa ir muito além de nossa existência terrena; precisa ser algo mais firme e consistente e pessoas de fé e compromisso são as melhores expressões disso. Gerar filhos que vivam as promessas de Deus. Podem ser filhos biológicos; mas também podem ser filhos espirituais, discípulos que acompanhamos e impregnamos em suas vidas a mentalidade de reino e compromissos espirituais fortes, como os da Palavra de Deus. As nossas igrejas estão cheias de órfãos espirituais, esperando para serem adotados por pais espirituais que anseiam por deixar um legado e uma marca nessa vida, que poderá ser vista em outras vidas, pelo tempo e a eternidade. Envolva-se!
Senhor, obrigado pela visão de que a seara é grande e ainda hoje os trabalhadores são poucos. No reino, e na seara espiritual não há como mecanizar e substituir o elemento humano por máquinas eficientes e mais produtivas. O Evangelho só pode ser comunicado de coração para coração e o Espírito Santo convence os pecadores do amor, da graça, da justiça e do juízo divino, a homens que foram expostos à Palavra que é viva e eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, penetrante e poderosa para discernir pensamentos e intenções do coração. Filhos do Reino, são os obreiros do Reino, para levar pessoas para a comunhão com o Pai. Desperta-nos, Senhor, para um legado verdadeiramente espiritual e permanente. Oramos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason