Meditação do dia: 26/11/2021
“Então vieram os pastores, e expulsaram-nas dali; Moisés, porém, levantou-se e defendeu-as, e deu de beber ao rebanho.” (Êx 2.17)
Levantar e Defender – Somos o que somos em qualquer lugar. É muito difícil fugir de si mesmo e da vocação interior. Moisés saiu sem destino, fugindo de tudo o que conhecia, esperava e fora criado, mas tão somente para encontrar-se consigo mesmo lá em Midiã. Depois de refrescar-se e descansar um pouco tendo saciado a sua sede, a sua primeira ação, foi se levantar para defender gente indefesa e que precisava de ajuda. À beira do mesmo poço que lhe dera esperança, trouxe alívio e um pouco de descanso, logo se torna num palco de confronto. Mudaram as pessoas, o lugar e as circunstancias, mas a essência das relações humanas estava ali presente. Lá no Egito ele tentara apaziguar pessoas semelhantes, hebreus, escravos que deveriam ser e estarem unidos, mas estavam em litígio, e sua intervenção não fora compreendida e o final foi pior para ele, do que para aquele que estava sendo agredido. Ele tinha mais a perder e de fato perdeu. Essa é a regra da mordomia da influência: “…E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lc 12.48b). Quem ganha um dom, ganha uma responsabilidade. Todos os privilégios são acompanhados de suas responsabilidades. Agora que ele estava em terra estranha, com povos estranhos era de se esperar que tudo fosse diferente. Mas não! Ali estavam as moças apascentando e cuidado dos rebanhos da família e também estava ali os pastores do mesmo local e forçando a barra, tentando prevalecer através da opressão e da imposição do medo. Não deveriam estarem trabalhando juntos pelo bem-estar de todos? Quando Jacó em situação de exílio tal qual Moisés estava agora, ele também chegou a um poço nas imediações de Harã e encontrou uma situação diferente e de cooperação entre os pastores locais. “E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas; e tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar” (Gn 29.3). Podemos aprender com esses exemplos, que as iniciativas continuam as mesmas embora o tempo tenha passado em milhares de anos. Em algum lugar as pessoas cooperam para juntos superarem as dificuldades e serem solidários, beneficiando igualmente a todos. Por outro lado, encontramos situações similares onde as pessoas escolhem o caminho da individualismo, radicalização e imposição de uns contra outros. Ao invés de cooperarem, lutam entre si para cada um estabelecer seu próprio sistema. Moisés levantou-se para defender o lado mais frágil novamente. O seu coração já estava consciente de que as forças nem sempre se equiparam e os maiores querem se impor sobre os mais fracos. A justiça e a verdade devem prevalecer em todas as relações da nossa vida. Quem tem condições de fazer a diferença, deve fazê-la em benefício dos mais necessitados. Mediar conflitos não é torcer para o lado mais fraco contra o mais forte, mas se interpor para aparar as diferenças e fazer a justiça e a verdade prevalecerem. Isso é uma vocação!
Senhor, obrigado por nos chamar para intercedermos pelas vidas que estão distantes dos caminhos da verdade e da vida. Precisar mediar a reconciliação de tantas vidas que estão perto do Salvador e longe da salvação. Jesus é a verdade que liberta e seu trono está firmado na justiça e na verdade, de geração em geração e assim o será para todo o sempre e eternamente. Agradecemos pelo privilégio de servi-lo e ajudarmos a construir um reino de verdade que prevalecerá e prosperará sobre todos os reinos, para glória de Deus. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason