Meditação do dia: 06/02/2022
“Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte.” (Êx 3.19)
Deus Sabe – Há um trocadilho de palavras, que na verdade são ponderações filosóficas que podem ser explicadas, mas funciona mesmo como algo cômico, sobre o saber das pessoas. Há aqueles que sabem, há os que não sabem; há os que sabem que não sabem, há os que não sabem que sabem como também os que não sabem que não sabem. Confesso que já não sei em qual dos grupos estou, mas sei que nada sei. Que bom que o Senhor nosso Deus sabe todas coisas e sabe perfeitamente bem. “Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; e ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (Dn 2.20-22). Deus não apenas sabe, como também dele é a sabedoria e a dá a quem entende e o busca por esse tipo de dádiva. Os sábios buscam sabedoria e a tem como preciosidade; por isso que dizem que os homens sábios vivem cheios de dúvidas, mas os ignorantes vivem cheios de certezas. Na conversa com Moisés, o Senhor lhe falou sobre os anciãos, sobre o próprio Moisés, sobre o povo e aqui no nosso texto de hoje, se refere a Faraó e sua condição do coração. Faraós, os reis do Egito, eram criados e doutrinados como sendo “deuses” e eram tratados como tais pelos sacerdotes, nobres e população em geral. É claro que depois de anos e gerações a mentalidade da pessoa estava condicionada a isso e até ela mesma passava a acreditar naquilo. Sendo assim, Deus já antecipou que isso produziria resistência à libertação. Humanamente ele teria a tendência de não liberar os escravos porque eram propriedades, tais quais gados, bens e etc. Também eram mão-de-obra quase sem custos para o governo e a população egípcia. Um ou alguns serem livres não acarretaria problemas, mas todos? Mas a grande verdade que produziria a resistência e a oposição do Faraó era o fato do pedido vir em nome de um Deus, que eles não conheciam, não veneravam e não tinham respeito algum, por se tratar de um Deus dos seus escravos e por não ser representado de qualquer forma visível e material. Tal Deus, desafiar o deus-rei egípcio e os deuses por eles cultuados, não seria bem visto. Deus o Senhor de Abraão, Isaque e Israel, já sabia disso e como a maneira eficaz de combater uma idéia é com outra idéia, teria que haver um confronto e alguns conflitos para que se provasse, especialmente para os egípcios, quem de fato era Deus em condições de prevalecer e superar. Isso também seria testemunho para os hebreus, que por muitos anos, gerações até, que não haviam experimentado verdadeiramente um relacionamento com o seu Deus; o conheciam de ouvir falar e do testemunho dos patriarcas, que quanto mais distante ficava no tempo, mais distante também ficava do coração deles. Esses embates iniciais e até produzir a efetiva libertação, serviria para alimentar um avivamento de fé e confiança neles, suficiente para saírem da condição de escravos para pessoas livres e com coragem para construir uma nação melhor e mais eficiente do que conheciam entre os povos. Pensando na vida cristã, é similar com a experiencia de conversão, que muda a vida da pessoa e a liberta da condição de escrava do pecado e dos demais problemas associados a ele, como vícios, maus hábitos, maus costumes, mentalidade atrofiada e comodismo em servir a vida todo vivendo abaixo de seu real potencial. Quando salvo, muda tudo isso, mas se não for bem trabalhando, a pessoa se apega e acomoda a contentar-se em apenas ser salvo e um dia ir para o céu. Acostuma-se com uma condição medíocre, mesmo sendo filho de Deus e herdeiro de tantas coisas boas e acessíveis. Escravos são condicionados a não ter que pensar e nem assumir responsabilidades, alguém faz isso por eles e dá-lhes as ordens já especificadas. Assim, muitos cristãos não querem crescer espiritualmente e desenvolverem, porque tem que assumir responsabilidades, tem que agir e ser cabeça e não cauda; tomar as rédeas de suas vidas e fazer a história acontecer. Escravos com mentalidade de homens livres é um perigo para seus senhores. Homens livres com mentalidade de escravos é um perigo para si mesmos. “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1).
Pai amado, obrigado pela nossa libertação em Cristo Jesus. Podemos construir uma nova vida com todo o potencial de vitória, grandeza e glória para a qual fomos comprados por um alto preço de redenção. Nesse dia, pedimos sabedoria para vivermos de modo saudável e como pessoa livres, vencedoras e cheias da graça de Deus. Agradecemos em nome de Jesus, amém.
Pr Jason