Meditação do dia: 26/03/2022
“Tomou, pois, Moisés sua mulher e seus filhos, e os levou sobre um jumento, e tornou à terra do Egito; e Moisés tomou a vara de Deus na sua mão.” (Êx 4.20)
A Vara de Deus – Separar o acessório do essencial é muito importante na vida. Saber o que é um e o que é o outro é ainda muito mais desafiador. Na vida temos necessidades básicas e outras que não são vitais, outras são meros desejos e até caprichos. Quanto mais abastado a pessoa se torna, maior é o apelo ao supérfluo e aos acessórios e se não tiver maturidade e propósito pode tudo isso se tornar consumismo. Moisés havia saído do Egito, provavelmente com o mínimo necessário devido as circunstancias que o fez partir às pressas. Mesmo sendo um príncipe, com muitas regalias á seu dispor, mesmo numa viagem; mas aquela fez, provavelmente nem mesmo uma nova muda de vestes, ou provisão para muito tempo de viagem. Pode ser que tenha saído apenas com sua espada, um arco e flechas e algum dinheiro em espécie, já que naqueles tempos não dava para carregar uma boa quantia. Quarenta anos depois, aqui está ele, sendo convocado por Deus para voltar ao Egito, não como um refugiado ou expatriado e nem mesmo como um exilado em busca de encontrar a sua vida de volta; agora ele voltava com uma tarefa muito específica e de muita responsabilidade, pois teria que confrontar a dinastia reinante e propor-lhe algo que naturalmente ele já sabia que eles consideravam inegociável. Aquelas pessoas em disputa, tinham valores diferentes para cada lado. Os hebreus se viam como um povo especial, mas agarrados apenas às promessas de Deus ao seus patriarcas e isso havia lhes sido passado de geração em geração. Certamente depois de centenas de anos, numa mesma condição subjugada, essas novas gerações não conhecem outra condição e modo de vida e a tendência é pensar que “a vida é assim mesmo!” do lado egípcio, eram apenas propriedade, de grande valor por serem muitos e prestavam importantes serviços a preços miseráveis, isto é, só pela sobrevivência, que a eles era dada como privilégio. Individualmente, todos eram descartáveis e não recebiam nenhuma consideração. Para Moisés, havia outros valores a serem pesados, pois vivera metade de sua vida, do lado egípcio, como parte da família real; e quando conheceu suas raízes e tentou estreitar laços, se viu em dificuldades pelos dois lados. No deserto de Horebe, ele encontrara um novo significado para tudo aquilo e uma nova visão sobre aquele povo. O povo de Deus, do Deus de Abraão, Isaque e Israel, agora seu povo, de origem, destino e propósito. Como igreja de Cristo e povo de Deus na atualidade, refletimos sobre o valor das pessoas ao nosso redor e percebemos que aos olhos do mundo e do sistema reinante, elas valem muito pelo contingente, mas não valem nada como indivíduos, que usados e descartados sem qualquer consideração; os mesmos elevam são os mesmos que afundam e depreciam. Como igreja temos uma visão diferente, não por nós mesmos, mas porque Deus, nos mostra e nos diz que são importantes para ele e nos coloca em posição de responsabilidade para cuidar delas e salvar o máximo possível. “…Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa” (Jo 4.35). “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9). A vara que Moisés até então tinha como seu cajado pessoal, agora era a “vara de Deus” e com ela iria fazer os sinais que se fizessem necessários para libertar aquele povo. Hoje, aqui, quero propor que tratemos essa vara, como sendo a Palavra de Deus, que sempre fizemos uso para nossa própria edificação e devoção, mas em algum momento temos uma nova experiencia com Deus e nossa visão muda completamente e somos desafiados a sair e alcançar pessoas para Deus e não podemos ir e deixar “a vara de Deus” porque é ela que será o instrumento de Deus em nossas mãos. Sem um legítimo conhecimento de Deus e de sua Palavra, nossa visão das pessoas é muito vaga e depreciada. Os valores serão medidos pelas nossas próprias experiencias do passado e em muitos casos elas foram decepcionantes, sofridas e nada convidativas. Almas, vidas, são preciosidades! É assim que Deus vê: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6.20).
Senhor, nós queremos ter a mesma visão que tens do valor das pessoas ao nosso redor. Já estivemos lá e o mundo e o sistema não nos davam valor e significado; só vimos isso quando fomos alcançados por teu amor e graça. Queremos servir na missão de alcançar e resgatar as almas e trazê-las para o Reino de Deus. Aviva-nos, oh Senhor! Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason