Os Irmãos e o Rebanho

Meditação do dia: 26/11/2019

 “E ele lhe disse: Ora vai, vê como estão teus irmãos, e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom, e foi a Siquém.” (Gn 37.14)

Os Irmãos e o Rebanho – A meditação de hoje me encaminha para dois temas que tenho grande afeição, porque se trata de cuidados pastorais, ou a responsabilidade ministerial da igreja com as pessoas. Pessoas essas que Deus considera seus filhos, seu rebanho, no qual ele investiu muito alto e comprou por um grande e alto preço. Entendemos que o homem, como ser, prefere viver em companhias, em sociedades com afinidades e assim as necessidades básicas podem ser supridas na convivência e nas relações mútuas. Por isso, a igreja se faz tão necessária na realidade humana e como tal, Corpo de Cristo ela é instigada a suprir as carências e necessidades das pessoas. Quando a sociedade humana ainda bem pequena, na fase inicial do pós-Éden, Deus fez essa pergunta a Caim, em relação ao seu irmão Abel: E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? (Gn 4.9). O mundo, digamos, tinha quatro pessoa, o casal e dois filhos; Abel sumiu, Deus perguntou para ele onde estava o seu irmão; ele disse que não sabia e não era sua responsabilidade. Eu já escrevi mais de uma vez aqui, sobre Deus fazer perguntas a nós, humanos – quando Ele o faz, ele não espera uma resposta, mas uma atitude. Sendo ele onisciente, já sabe as respostas, sendo onipresente, não precisa de descrição de localização, pois está em toda parte e por ser onipotente, não precisa de nada, pode por si só realizar seus propósitos, nem de ajuda, como no caso para localizar Abel. No relacionamento, a graça divina buscava o arrependimento e a conversão de Caim, para mudar de direção, pois estava cedendo espaço no coração para o pecado e o mal. Deus perguntou para que Caim caísse em si e assumisse o estado de rebelião e maldade do seu coração; perguntou porque sendo Senhor, esperava responsabilidade do servo sobre aquilo que lhe fora confiado. Deus não pergunta para saber ou obter informações; ele pergunta para nos dar oportunidade. Jacó estava agindo como um pastor responsável pelas suas ovelhas, queria saber como estavam os dois rebanhos, o de animais e os filhos, que eram ovelhas de Deus sob seus cuidados. José estava recebendo uma missão, a de ajudar a cuidar dos irmãos – na igreja, todos somos irmãos e filhos de Deus, salvos pela graça e a vocação ministerial não consiste em nenhuma posição de hierarquia de importância e predominância. Cada um de nós fazemos parte de um mesmo corpo e somos membros que compõem e complementa uns aos outros para o bem de todos e possibilitar o perfeito funcionamento do corpo sob o comando da cabeça. As funções ministeriais não nos torna superiores aos demais, apenas cumprimos funções diferentes e todos somos responsáveis pelos outros. Na minha vocação ministerial, Deus fez uso do texto de Provérbios para me fazer entender o papel que deveria prestar atenção e mantê-lo sob minhas vistas por toda a minha vida, Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos (Pv 27.23). Jacó estava querendo saber como estava os rebanhos, e para ele saber do estado deles, comissionou José para o trabalho. Pessoas devem cuidar de pessoas, porque conhece as necessidades de pessoas. Ovelhas bem pastoreadas, podem cuidar dos irmãos no rebanho, por recebem cuidados que aprendem e podem replicar. Assim como a institucionalização rouba a cena e usurpa o valor ministerial que é divino e o substitui por força humana e inteligência carnal através de metodologias e sistemas; assim também a profissionalização dos ministérios afastam os dons e as intenções do coração para dar lugar ao mecanicismo e capacitações do homem e da instituição. As portas então se abrem para os lobos vestidos de peles de cordeiros e os profissionais cada vez mais sofisticados e bem preparados assumem o lugar dos que vocacionados e aprovados por Deus, porque os primeiros, claro, são aprovados e engajados pela formalidade das instituições, já lideradas por profissionais esquematizados. Não é mesmo, o modelo de Deus! E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência (Jr 3.15).

Senhor Deus e Pai, soberano sobre tudo e sobre todos. Pastor do rebanho comprado por Jesus com o seu sacrifício na cruz. Estamos aqui para reconhecer o teu modo de realizar a tua obra e nos conformarmos com os desejos do teu coração amoroso para com as ovelhas, almas necessitadas de cuidados que o Senhor tem os meios e os recursos para suprir e ajudar. Queremos ser e precisamos ser homens segundo o teu coração para cuidar das ovelhas do teu pastoreio. Guia os nossos corações aos caminhos da tua Palavra que orienta como fazer e quando fazer. Abençoamos o ministério de cada homem de Deus, de cada filho e filha do Pai que está comprometido com a verdade de Deus e servir por vocação e amor e não por conveniência e critérios humanos. Ainda hoje, Senhor, a seara continua grande e os obreiros continuam poucos, por isso rogamos que levante entre nós, mais trabalhadores para a tua seara, em nome de Jesus, amém.

Pr Jason

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