Meditação do dia: 10/01/2020
“Vindo, pois, eu de Padã, morreu-me Raquel no caminho, na terra de Canaã, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata; e eu a sepultei ali, no caminho de Efrata, que é Belém.” (Gn 48.7)
O Que Acontece no Caminho – Viajei nesse começo de ano para Aparecida de Goiania, na região metropolitana de Goiania, onde moram meus pais e outros familiares. Metade do percurso desta vez, fiz por uma nova rota, que sabia da sua existência mas nunca havia me aventurado por ela. Gostei e provavelmente vou repetir outras vezes. Lá ainda fui passear num sítio de amigos, à sessenta quilômetros, um terço disso em estrada de terra. Em ambos os trajetos, novidades à cada nova curva e novos horizontes se me deparavam. Exigia mais atenção e despertava mais curiosidade e também apreensão. Isso me trás ao coração e à mente algumas verdades para a meditação de hoje. Foi daí que me veio a idéia contida no título – “O que acontece no caminho.” Vimos marcas de acidentes, vimos acidentes, vimos memoriais de vítimas em curvas perigosas que levaram as autoridades e limitar velocidades para evitar novas ocorrências; vimos imprudências e perigos provocados por irresponsabilidades e etc. Tudo isso são aplicações que servem para a vida de fé na caminhada com Deus e é disso que se trata o registro do depoimento de Israel, falando com José, sobre um episódio certamente dolorido para ambos. Israel fala da perda de Raquel, sua amada esposa, mãe de José e de Benjamim, que ele teve que sepultar não no jazigo da família em Macpela, mas à beira do caminho quase chegando em Belém, quando ele estava à caminho de casa, para reencontrar Isaque, no regresso de sua peregrinação em Harã. José estava ali ouvindo o pai falar de como foi a morte de sua mãe, que o deixou ainda tão criança, no meio do caminho numa viagem para uma terra que ele ainda não conhecia. A perda foi justamente quando do nascimento de Benjamim, o irmãozinho dele, que nunca veio a conhecer a mãe. Estamos pensando em perdas que acontecem no meio da caminhada. Elas não estavam previstas em nossos planos e não tínhamos como nos prevenir. Israel tinha onze filhos e estava feliz com a chegada do décimo segundo, ainda mais por ser de Raquel. José estava feliz por ganhar um irmão com quem compartilhar e crescer juntos no lugar novo para onde estavam indo. Veio a morte e separou marido e mulher, mãe e filhos. Israel não podia desistir de nada, nem de continuar a viagem e nem de liderar seus filhos e nem do bebê recém nascido; ele não tinha nem mesmo tempo de parar para lamentar. Essa é a vida de líderes, de pessoas com responsabilidades nos ombros. Israel chegou na casa do Pai e não tinha mais a linda Raquel para apresentar ao pai e até Esaú que havia conhecido a cunhada no caminho à pouco tempo não a veria novamente. Pego o verso inteiro e fico olhando, entrecortando os pedaços, cada um trazendo um significado e uma lição, que ainda acontece também conosco, e muitos leitores dessa meditação se identifica. Olhem: “Vindo, pois, eu de Padã, morreu-me Raquel no caminho, na terra de Canaã, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata; e eu a sepultei ali, no caminho de Efrata, que é Belém.” (cada trecho sublinhado tem um significado). Israel estava dentro da vontade de Deus, saindo de um lugar que deveria sair, indo para um lugar que deveria ir, estava perto, e ali, ele teve que sepultar uma parte de si, uma preciosidade dada por Deus, e ficou no caminho de Efrata. Quando ele falava isso com José, que imagens ele tinha no coração? O que aquilo faria em José, ouvindo isso de seu pai, sobre sua mãe, nos momentos derradeiros juntos? Minha lição particular é que Israel sepultou Raquel, na beira do caminho, perto de Belém, e continuou sua vida, seus sonhos, os projetos de Deus e foi firme e fiel até o fim. Agora seria a vez de José, entregar seus dois filhos, sepultar o pai e continuar governando o Egito, até chegar a sua hora. Hoje, eu, você, nós… parece que tem horas que temos que sepultar algo que morreu, deixa-lo ali e continuar com a vida, com o ministério e sendo fiel até o fim, até o fim…
Senhor, preciso de discernimento e ajuda para compreender que as coisas acontecem durante a caminhada e precisamos continuar com ela. Algo precioso tem que ficar sepultado, porque já morreu, mas nós precisamos prosseguir. O que morre tem que ficar, não pode ser carregado, nem servir de peso e nem limitar nosso relacionamento contigo. Em nome de Jesus, abençoa os que precisam fazer algo a respeito de alguma coisa que morreu e eles insistem em não sepultar, ou ficar ali prostrados e recusando a prosseguir. Precisam de luz e Jesus é a luz do mundo e os teus filhos tem essa verdade dentro deles. Oramos por libertação, cura e compreensão sobre a vida no caminhar com contigo. Amém.
Pr Jason