Meditação do dia: 23/02/2020
“Então se acendeu a ira de Jacó contra Raquel, e disse: Estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?” (Gn 30.2)
Ação e Reação – Salomão escreveu que “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). Raquel teve um surto intempestivo de raiva, ira, ciúmes, frustração e humilhação tudo junto e misturado que culminou num ataque de fúria contra o marido que até então estava sem saber de tudo que se passava nela. A pressão social exercida sobre ela, e a própria avaliação dela sobre sua condição de infertilidade, a levou a uma situação de estresse total. Ela veio derramar tudo aquilo através de um pedido desesperado por uma solução rápida e definitiva: “Quero ter filhos, senão eu morro!” Aqui tem mais coisas do que aparentemente percebemos, porque a reação dela externamente refletia o caos interno em que ela vinha vivendo nos últimos tempos. Toda ação produz uma reação igual e contrária, preconiza a terceira Lei de Newton. Nas palavras de Salomão, palavras brandas, afasta a ira, tanto de quem fala, quanto de quem ouve ou recebe; palavras duras, ríspidas, suscita a ira, também dos dois lados da comunicação. O nosso casal vinte, se viu numa discussão acalorada, por uma exigência até certo ponto descabida de Raquel e uma resposta exasperada de Jacó, que não se via no controle da situação e muito menos estava ao seu alcance resolver. Do ponto de vista dele, ter filhos era seu grande sonho, sua realização e ainda mais com ela, mas isso estava sob os cuidados de Deus que lhe prometera filhos e de todo a situação dele já estava bem encaminhada, pois já tinha quatro filhos, o que era o dobro do que seu pai tivera e quatro vezes mais do que seu avô. Mas relacionamento conjugal não sobrevive só porque os cálculos e as contas fazem sentido. Somos pessoas e somos completos com espírito, alma e corpo e todos precisam estar bem e em harmonia, a vida emocional é tão importante quanto a vida espiritual e a biológica. Construir relações saudáveis é uma experiência na qual precisamos crescer. Vimos que embora Jacó amasse Raquel e ela o amasse também e juntos superassem muitas lutas e adversidades, de repente se viram num momento de desgaste e conflitos, provocando ira e indignação. Irar não é pecado, “Irai-vos, e não pequeis” (Ef 4.27); mas o que fazemos quando estamos irados pode sim, se constituir em coisas ruins e danos a vida espiritual e à comunhão com Deus. A incapacidade de se controlar num momento de acesso de raiva, pode levar a pessoa a falar o que não gostaria, não precisaria e não deveria. Também pode produzir ações violentas e perda de controle sobre si e pode terminar em tragédia. Uma sugestão, é que não aja, não reaja sob efeito da ira! Não fale nada, não se mexa, não pegue objeto nenhum e não desconte em nada! Ore em sua mente e seu coração! Engula e se auto controle, chore se preciso for, mas não vá tirar satisfação, não intimide o outro e é preferível arcar com o prejuízo e dano à sua reputação por não fazer nada, do que por fazer algo impensado e que não se pode mais consertar ou voltar atrás. Entre Jacó e Raquel ficou tudo bem! E esse é o modelo e o exemplo que queremos, mas sabemos de muitos finais diferentes desse, que não desejamos para ninguém.
Senhor, obrigado pelas lições que a vida cristã e a história do povo de Deus nos aponta para guiar as nossas ações e atitudes. Queremos louvor ao Senhor com tudo o que somos e com tudo que fazemos, e para isso precisamos muito da ajuda do Espírito Santo para nos guiar em toda a verdade e nos auxiliar no autocontrole pessoal. Queremos cultivar atitudes de perdão e reconciliação, ao mesmo tempo que desejamos compreender as pessoas em suas dificuldades. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason