Meditação do dia: 26/02/2020
“E foi Rúben nos dias da ceifa do trigo, e achou mandrágoras no campo. E trouxe-as a Lia sua mãe. Então disse Raquel a Lia: Ora dá-me das mandrágoras de teu filho.” (Gn 30.14)
A Guerra das Mandrágoras – Volta e meia o universo bíblico apresenta algumas curiosidades que cruzam a fronteira do conhecimento humano natural e entra para o místico e deixa muita gente de cabelo em pé. Certamente todos os leitores primários da Bíblia quando deparam com essa passagem ficam imaginando coisas, o que será que não está dito claramente, mas que desperta a curiosidade, isso sem dúvida é fato. mandrágora é uma planta, uma espécie de arbusto, que produz uma flor em forma de sino e um fruto amarelo, carnoso e aromático, podendo até chegar a ser tóxico. Suas raízes são bulbosas e assemelha-se a um feto humano. Daí a facilidade dele ter entrado na lista mística e da superstição humana. Seus frutos eram tidos como contendo propriedades afrodisíacas e ainda, que essa planta tinha o poder de curar a esterilidade das mulheres. Os árabes antigos a chamavam de “maçãs do diabo” por causa dessas qualidades afrodisíacas. Muito bem, agora dá para ter uma noção, porque as duas irmãs Raquel e Lia, partiram para a briga devido as mandrágora que Rubem, o primogênito de Jacó e Lia, encontrara no campo. A esta altura do campeonato, Lia tinha quatro filhos e a serva de Raquel lhe dera dois filhos; ela mesma não tinha nenhum. Lembrando que estamos lendo a história de duas mulheres do Oriente médio antigo, que embora tivessem certo conhecimento de Deus e estivessem casadas com Jacó, um homem mais comprometido com Deus e com as alianças, elas não eram “evangélicas” e “puritanas” tais quais fervilha a imaginação das pessoas ao lerem as paginas da Bíblia. Qualquer uma delas e das mulheres de sua época, estariam dispostas a fazerem o que fosse necessário para superar o estigma da esterilidade, que era quase que uma maldição e motivo de desprezo e solidão. Raquel vinha lutando com sua irmã, numa competição desleal, pois Lia se casara com o noivo dela e já tinha quatro filhos; ela estava tentando contornar a situação através do concubinato e de repente o sobrinho mais velho aparece com a “planta mágica” que poderia acabar com todos os seus problemas. Eu não sei se acredito, mas elas acreditavam, tanto é que o tempo fechou entre elas. Ao pedir umas frutas para a irmã, ela foi recebida como uma proposta indecente: “Você já tomou meu marido e agora quer se dar bem com as Mandrágoras do meu filho?!” Elas levavam a coisa tão à serio, que Raquel propôs “alugar o marido” tendo como pagamento algumas daquelas frutas e Lia aceitou. Oh! Frutinha cara! Lia se deu bem, pois com esse aluguel ela veio a ter mais dois filhos. O que era ruim para Raquel, ficou mais tenso ainda, pois Lia se firmara ainda mais na disputa com seis filhos e uma filha. Amados, olhando as coisas comparativamente, muitos de nós aqui, seríamos Raquel, outros seriam Lia e ainda outros Jacó e até mesmo Rubem. Cada um dentro de seu contexto tem suas necessidades e suas carências e todos estão dentro de um plano e projeto maior no qual também a mão de Deus está operando. Quantas pessoas cristãs passam por crises e se sentem sozinhos, desesperados e eis que surge uma luz e ele percebe que nunca esteve só, nunca fora desamparado e que o amor e o cuidado de Deus o acompanhou o tempo todo em meio às provas e dificuldades, e justamente por esse cuidado amoroso, foi que ele acabou vencendo. Quantas tragédias se tornam oportunidades de virar o jogo e começar tudo de forma diferente, que de outra forma nunca seria feito. Podemos até pensar que duas mulheres adultas, casadas, servas de Deus não deveriam brigar por “frutinhas” que o filho de uma achou no campo; mas identificar com os outros em seus sofrimentos e experiências, ajuda-nos a entender que somos dependentes da graça divina, para responder anseios que não entendemos e não temos respostas prontas. As irmãs e casais que amam a Jesus e lutam pela bênção de ter seus filhos e travam uma batalha contra a infertilidade ou males que inibem a possibilidade de gerar naturalmente, merecem a nossa solidariedade e apoio em oração e amor. São lutas verdadeiras, aquilo é significativo para elas.
Senhor, nós oramos a ti, porque queremos estar perfeitamente encaixados no propósito que tens para cada um de nós e muitos travam verdadeiras batalhas para chegarem aonde está a bênção e a realização deles. Filhos que farão a diferença num mundo e numa época determinada pelo Senhor. Não sabemos muito e nem temos uma visão perfeita do futuro, senão pela fé, na fidelidade daquele que nos chamou e nos outorgou ministérios e comissões de transformar um mundo insólito. Oramos hoje, fortalecendo as mãos de todos os que lutam pela promessa de um filho que lhes traga conforto e consolo, mas também que venha ter significado para o reino de Deus, como foi com os filhos que Raquel veio a ter depois de tantas lutas e batalhas. Abençoamos as vidas que perseveram em fé, adoração, gratidão e louvor o tempo todo, se fortalecendo em Deus, quando tudo está dizendo o contrário. Em nome de Jesus, ministrando fertilidade poderosa de Deus para essas vidas e queremos ver os sonhos se materializando em seus braços e tirando sorrisos de nossos lábios e louvores ao nosso Deus, em nome de Jesus, amém.
Pr Jason