Meditação do dia: 02/04/2020
“E voltou a seus irmãos e disse: O menino não está; e eu aonde irei?” (Gn 37.30)
Onde Irei? – É uma pergunta retórica? Uma daquelas que perguntamos por perguntar, ou sabemos a resposta, só queremos reafirmar! Podemos também pensar que era puro desespero. Quem não tem uma mente criminosa e se vê diante da possibilidade de ter cometido ou participado de um delito grave, simplesmente entra em desespero total e fica sem saber para onde vai, ainda que “onde” não seja lugar nenhum. O pai deles havia enviado o filho para saber notícias deles e do trabalho longe de casa; mais cedo ou mais tarde eles teriam que voltar e encontrar o pai, e agora tudo indicava que iriam mais cedo. Segredo que duas ou mais pessoas sabem, não é segredo! Eles eram nove pessoas e alguns eram muito jovens e imaturos, uma pressão psicológica e emocional poderia levar qualquer arranjo da parte deles a ruir e a verdade aparecer e assim, o segundo erro seria ainda pior do que o primeiro já cometido. Dar uma notícia para um pai, que um de seus filhos morreu é uma tarefa muito delicada e difícil circunstancialmente de se fazer; o caso aqui era muito além disso, porque havia culpa e dolo envolvido e os motivos eram totalmente banais e sem a mínima chance de defesa por parte da vítima. Podemos pensar e aplicar aqui uma posição espiritual do homem, representado aqui por Rúben, que precisa comparecer diante de Deus, representado aqui por Jacó e prestar contas de suas reponsabilidades e a pessoa sabe que além de não estar pronta, ainda reconhece sua condição insustentável perante a justiça. Já vimos e ouvimos essa mesma pergunta feita por Rúben: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?” (Sl 139.7). O maravilhoso dessa descrição desse salmo, sobre grandeza da onipresença divina e a sua relação com o ser humana, é que ela é assombrosamente linda e desejada pelo obediente e fiel que busca a comunhão e a intimidade através de uma vida de fé e adoração, caminhando em santidade e aproximação gradativa diante da face do Senhor, ansiando mais e mais por isso, porque quanto mais se conhece de Deus, mais se deseja conhecer. A comunhão e aproximação com Deus pode ser lindamente representada pela figura de uma roda raiada, como de uma bicicleta; quando mais os raios se aproximam do centro, mais se aproximam uns dos outros até se cruzarem muito próximo do centro. Por outro lado, a presença de Deus é assombrosamente assustadora, aterradora para o infiel e pecador contumaz, ou quem não leva a sério o seu relacionamento espiritual com Deus. Ele sabe, que não tem onde ir, onde se esconder e nem como escapar daquele que pode todas as coisas, sabe todas as coisas e está presente, sempre presente e pode agir quando bem quiser. Um dos meus professores nos tempos de seminário, ensinava que a ira de Deus é simplesmente a sua graça invertida. Quando o cristão pensa em comparecer diante do trono de Deus, ele sente aquela expectativa boa e aquele suspense em saber se agradou de verdade, se conseguiu ser fiel e responsável o suficiente, para agradar o Pai; estar na presença dele na eternidade já é por demais maravilhoso para qualquer um, e ao chegar lá e contemplá-lo, qualquer idéia de recompensa, parece não ter tanto peso assim, porque no dizer de Paulo: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11.36). Quando o não salvo, ou negligente pensa na possibilidade de comparecer diante de Deus, a visão é completamente diferente. É algo tétrico, ameaçador e indesejável e quando mais poder ser postergado, parece melhor. “E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 21.11.12). Nesse dia há os que estarão participando desse julgamento, servindo e auxiliando, por são salvos e há os estarão sendo julgados. Aqui cabe a pergunta de Rúben: “… e eu aonde irei?”
Pai, adoramos a ti em Espírito e em verdade, por causa daquilo que Cristo fez e conquistou para nós através do seu sacrifício lá na cruz. Fomos chamados para fazer parte da família de salvos, remidos, comprados por um alto preço e por isso mesmo somos responsáveis pelas vidas que nos são confiadas e prestaremos contas de tudo que nos foi entregue. Somos gratos pela oportunidade de servir e desejamos fazer com excelência para agradar e responder ao amor e generosidade demonstrada para conosco. O Senhor é o nosso pastor e vai nos guiar por veredas direitas por amor do teu nome. Pai, pedimos graça e misericórdia para vencermos à cada dia. Em nome de Jesus, amém.
Pr Jason