Meditação do dia: 09/04/2020
“E eles disseram: Devia ele tratar a nossa irmã como a uma prostituta?” (Gn 34.31)
Simeão e Levi, Lavando a Honra – Na era medieval e nos anos seguintes, as pessoas resolviam suas diferenças desafiando uns aos outros para duelos, que terminavam com a morte de um dos desafiantes ou até dos dois. Se faziam isso, com armas de fogo, espadas e outras armas letais. Por motivos muito fúteis, os valentões sedentos de sangue se passavam por ofendidos e era o suficiente para exigir um duelo, que era oficializado e tinha lá suas regras. Quem é chegado nos filmes de faroeste americanos, ali tem de montão. Essas práticas também aconteceram no Brasil de outros tempos, quando as classes sociais se degladiavam entre si para ascenderem ou sobreporem umas sobre as outras. Legítimos exercícios de estupidez excesso de testosterona. Fora isso haviam também os chamados crimes de honra, em que se matava em nome de limpar, lavar e resguardar a honra, pessoal ou familiar. Ao olhar o que Simeão e Levi fizeram e quando foram chamados à atenção pelo pai, eles justificaram o que fizeram, como uma forma de vingar a honra de Diná, que fora violentada e maltratada por um jovem daquela cidade. Não estamos lidando apenas com dois rapazes metidos a valentões, com capacidade de produzir justiça com as próprias mãos, aproveitando uma condição de incapacidade de defesa das vítimas. O que Jesus nos ensina é bem diferente disso. Jesus tem entre os seus títulos legítimos, o de “Príncipe da Paz” (Is 9.6). No Sermão do Monte o Senhor enfatizou muitas vezes a importância da pacificação, entrando até como uma das bem-aventuranças. Quando ele cita o mandamento “não matarás” (Mt 5.21) no contexto imediato ela fala que a melhor medida para não violar esse mandamento é não odiar, porque é igualmente nocivo e sujeito à julgamento divino. Quando ele fala sobre a vingança e seguir a regra antiga da “Lex Talione” olho por olho e dente por dente (Mt 5.38); ele volta a fazer uso de princípios espirituais muito mais elevados do que a letra rasa da lei – oferecer a outra face, aceitar o despojo da capa, camisa – caminhar a segunda milha – dar – emprestar. Logo em seguida ele ensina sobre amar o próximo e odiar o inimigo (5.43; novamente ele aplica os princípios do seu reino, onde amar os inimigos e orar pelos que nos perseguem e nos causam danos, é muito superior a simplesmente manter uma dualidade de reciprocidade, amar quem ama e odiar quem odeia. Os meninos de Jacó, não só fizeram uma coisa bárbara, e inconsequente, como ainda queriam justificar suas ações. Amados, uma coisa muito preciosa da vida humana e que enobrece o crescimento e a maturidade de uma pessoa, é quando ela aprende a assumir responsabilidades; assume os seus atos e não faz transferência daquilo que ela faz ou é responsável. Não jogar a culpa em outros, assumir seus atos e suas consequências, é sinal de maturidade e caráter consolidado; essa é uma pessoa confiável. Na vida cristã não pode ser diferente, cada um de nós assume suas falhas e pecados, confessa, pede e recebe perdão e é purificado no sangue de Jesus, conforme nos ensina I Jo 1.7 “Se porém, andarmos na luz, como ele na luz está, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado.” Não jogar a responsabilidade de seus fracassos para cima do Diabo, dos irmãos, do tempo, da situação ou circunstancia. Assuma! Não seja um Simeão e Levi, imaturo e cheio das desculpas.
Senhor obrigado pela provisão de perdão e purificação que há no sangue de Jesus e em seu sacrifício na cruz do Calvário. Somos humanos, somos falhos e erramos, mas somos responsáveis pelos nossos atos diante dos homens e o seremos diante de Ti. Conceda-nos graça e misericórdia para que o nosso caráter seja forjado à semelhança do teu e assim seremos cada vez mais parecidos com o Senhor Jesus. Em nome dele, oramos, amém.
Pr Jason